tag:blogger.com,1999:blog-55900192473020754262024-02-07T19:24:44.606-08:00ConcriarAri Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.comBlogger376125tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-27550913251743408682018-03-13T10:51:00.000-07:002019-02-27T06:47:52.546-08:00Incidente em Praga<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6BmJkUcQuKmvZvaUf_ZQ0ec3By8w0q9HsBSoC3Kfz6Bm6tuDdfu6FL3BcLejMTw3CzFcp0vS2EEIa8xUcj33NyNh2WClj6BDrxiZYX0xbwPOHU1ACa42OYfMk-B187wbOZFKvAvReVQ8m/s1600-h/praga.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5312377593997462786" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6BmJkUcQuKmvZvaUf_ZQ0ec3By8w0q9HsBSoC3Kfz6Bm6tuDdfu6FL3BcLejMTw3CzFcp0vS2EEIa8xUcj33NyNh2WClj6BDrxiZYX0xbwPOHU1ACa42OYfMk-B187wbOZFKvAvReVQ8m/s400/praga.jpg" style="display: block; height: 300px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Ao abrir a porta, a cena lhe pareceu familiar: uma silhueta de mulher atenta a um livro, emoldurada pela luz quente do entardecer que cedia espaço ao brilho do néon, abaixo de raras nuvens no céu de primavera. Lembrou a viagem a Paris no ano anterior. A Europa deixava de ser apenas uma coleção de cartões postais enviados por amigos extasiados, ou recortes de revistas, com dicas de lugares para se conhecer um dia. Roma, Londres, Madri, Lisboa e uma série de pequenas vilas perdidas em lugares que se tornavam ainda mais bonitos ao lado da mulher amada. Em um imenso pote de vidro, haviam guardado rolhas de vinho e espumantes de todos os cantos. Ali repousava o espírito feliz de um passeio inesquecível. Em todos os sentidos.</div>
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<br /></div>
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Aproximou-se da poltrona e a diarista assustada, desculpou-se por folhear o livro que inundava a mesa de imagens. Pagou a moça que levou consigo o asfixiante rastro de perfume e alvejante. Mas a mulher amada não estava mais lá nem em fotos, Tivera o trabalho de guardar para si, apenas as paisagens visitadas. Especialmente Praga, a linda cidade tcheca que encerrara a excursão. Com a grana já curta, permaneceram no<i> “Ai 4 Angeli”</i>, um flat restaurado, bonito como tudo naquela cidade acolhedora.</div>
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<br /></div>
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O gerente falava português! E foi assim - às margens do rio Moldávia -, na cidade das cem cúpulas, uma das mais lindas da Europa que juraram um amor tão harmonioso e duradouro quanto aquela romântica metrópole com suas ruelas de traçado irregular, a revelar belezas em cada curva e a surpreender com seu povo simpático e culto. Por ser a terra de Antonin Dvorak, o famoso compositor erudito, haviam combinado assistir a um concerto no Teatro Nacional. Mas naquela tarde, ela sentiu-se mal. Estava muito enjoada. Cansada da imensa caminhada.</div>
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<br /></div>
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Acabou convencendo-o a ir, mesmo assim, ao concerto da Sinfonia do Novo Mundo, escrita no período em que o Dvorak vivera em Nova Iorque. Era uma oportunidade única. Quando voltariam à Praga? E somente por isso aceitou deixa-la a sós. Antes do último movimento sinfônico, a preocupação com a amada, o fez deixar o teatro. Correu de volta ao flat.</div>
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<br /></div>
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Ao entrar no quarto, ao contrário da mulher abatida e nauseada, deparou-se com um cenário kafkaniano! Sim, Praga é a cidade do atormentado escritor Franz Kafka. Na imensa cama, a mulher amada sofria uma terrível metamorfose de anjo em voluptuosa barata a rastejar em busca de roupas e desculpas sensatas.Qual a lógica para um momento assim? </div>
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<br /></div>
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Retornaram em aviões distintos e o casamento que estava programado para o final do ano, foi cancelado em vários idiomas. Ouvi-la - mais tarde - justificar que a euforia, a beleza do passeio, o clima sensual da viagem a levaram a cometer tal desatino, apenas o fazia sofrer ainda mais. "Foi só uma aventura. Eu te amo!" jurou. Só?</div>
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<br /></div>
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O porteiro, um húngaro bonachão procurou consolá-lo: “Aconteceu aqui, longe de tua casa. Ninguém vai saber, se você não contar". Mas qual a vantagem de descobrir – em solo estrangeiro - que a namorada não tinha escrúpulos? E ainda perdera o final do concerto! Assim, enquanto folheava o livro, decidiu voltar a Praga. Ainda está em dívidas quanto a data. A única certeza é de que, desta vez, estará só.</div>
Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-18520506080412960532017-09-13T07:54:00.000-07:002017-09-13T07:54:38.791-07:00Romantismo<div dir="ltr" style="background-color: white; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Meu bem entenda, nosso problema é semântico.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Na verdade, eu não sou aquilo que idealizas.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">O par perfeito, um ser etéreo, romântico.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Desista de mim se é disso que precisas.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">À noite me encontrarás abraçado a lua.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Ou entre estrelas a medir o infinito...</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Pobre tolo, dirás antes que meu verso conclua.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Imagina! Mensurar o imensurável!</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Mas não será tua, a alma romântica?</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Enquanto eu, patético, em esforço admirável</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Tento empiricamente compreender física quântica.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Beijar é química pura. É a mistura homogênea de sais</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Beijar eriça, tira um corpo da inércia!</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Viu? Voltamos à física, apesar dos suspiros e dos ais.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: arial; font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.95px; white-space: pre-wrap;">Confundir com romance - me perdoe a rima - é solércia </span></span></div>
</div>
Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-28120809482815826082017-08-16T11:06:00.002-07:002017-10-20T09:42:29.384-07:00Marido dez porcento <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcGWhFv-CuE2cbZpaaI87MAeSTqGjW4OG5qyTp54ajO4p8Tk44HmWXNy2vsq0qW6Cv3bVszq2o_wyETzNDEhO6CX7RErk5omqeUjyMNg1f30faTTTbm7P5zuMpsZDoRBDz-WTinPkudlnt/s1600/10por.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="306" data-original-width="740" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcGWhFv-CuE2cbZpaaI87MAeSTqGjW4OG5qyTp54ajO4p8Tk44HmWXNy2vsq0qW6Cv3bVszq2o_wyETzNDEhO6CX7RErk5omqeUjyMNg1f30faTTTbm7P5zuMpsZDoRBDz-WTinPkudlnt/s320/10por.JPG" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">Cansada do marido farrista, a indignada esposa o expulsou de casa. Não bastava a crise que lhe roubava clientes na loja e ainda tinha que aturar as escapadas conjugais. As amigas a recriminaram. Ele era trabalhador, simpático e boa pinta, embora volta e meia sumisse. Era um carteado em lugar ermo, pescarias em açudes de sereias e um celular repleto de números e ligações estranhas em horários incômodos.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Na meia idade, filhos criados, não precisava aturar um gato fujão. O único felino naquele seu espaço teria quatro patas peludas.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Referia-se a Charles, um siamês de personalidade forte, por coincidência, presente do marido que, aliás, não se conformou com a expulsão. Queria a milésima chance. Mas resistiu bravamente ao assédio de flores e ligações chorosas. Ela jurou que também iria cair na noite, com as amigas. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Mas bastava ouvir o refrão <a href="https://www.youtube.com/watch?v=JybMBMTHWP8">"..<i>.A terceira música nem acabou. </i></a></span><i><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=JybMBMTHWP8">Eu já to lembrando da gente fazendo amor. Celular na mão, mas ele não ta tocando..." e os dez porcento aumentavam na conta da saudade</a>.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> </span></i><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">No meio de tudo isso, até o siamês sumiu. Chovia muito, ventava demais e o gato não retornou como em outras vezes. Mais um macho a lhe decepcionar. Charles, pelo menos, era solteiro e independente, como todo bom siamês, consolou-se. Uma semana depois, apareceu o marido confessando o “seqüestro” do gato. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Só o devolveria se o aceitasse de volta. Jurava ter amadurecido. Argumentou que era igual aos gatos que gostam de passar a noite na rua, e sempre retornam querendo carinho. Ou seja, se as mulheres amam os bichanos, devem compreender também os homens, que têm as mesmas características. A infeliz comparação provocou gargalhadas na esposa.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> </span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">O bom humor, mesmo nas horas difíceis, era o que mais a agradava nele. A noite tinha sido pavorosa. Chuva e vento, os bares vazios de quem lhe atraísse. Também sentia falta do "cretino sem-vergonha". Abriu a porta e entraram felizes, o homem e o bichano. Mas alertou, com olhos de gata arisca:" Só castração para acalmar um gato fujão e virar um dócil amiguinho. Então, o mesmo vale aos homens fujões."</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">"Não brinca assim...", gemeu o marido com ar sofrido. Ela falava sério. No dia seguinte, o bichano foi castrado. Acabaram-se as noitadas de cio. O outro gato, impactado, acalmou-se. Teve "castrados" o celular, que ganhou um novo número, e, pior de tudo, senha compartilhada. As festas, ou pescarias, ela acompanha. Ou ficam em casa assistindo filmes. Não sei se um marido fujão tem cura, mas por enquanto ela economiza os 10 porcento. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<br /></div>
Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-41128094147118011942017-07-12T06:58:00.002-07:002017-08-03T10:19:12.069-07:00Democratas sonâmbulosSintonizar o rádio, ajustar a antena no melhor sinal digital é como abrir espaço para a pior em áudio e imagem. Não temos mais noticiários, temos séries diárias, com velhos e novos personagens em roteiros mal escritos, despidos de verdade. Quem de nós pensou que seria assim? Tanta renúncia, tanta voz perdida em discursos onde apenas permaneceram os murros aos céus. Hoje cada uma daquelas mãos fechadas desce para nos atingir na esperança. Não tenho mais bandeiras. Não me animo a dizer que um dia votei nesse ou naquele, porque me envergonha o voto que dei. Eu tenho uma vergonha alheia dos que defendem bandidos. O que é isso, companheiros?<br />
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Um certo romantismo revolucionário, como bem observa Fernando Gabeira em “Democracia Tropical – Caderno de um aprendiz”, torna belo, mascara os desvios criminosos de quem se admira. Eu que não tenho amigos para me emprestar um sítio, ou milhares de dólares para o custeio de advogados, paguei por meus enganos com juros e uma correção monetária e moral abusiva. Mas durmo em paz com minha consciência.<br />
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Em minha inocência olhava para as regiões carentes convencido de que lhes poderíamos levar cultura, educação, trabalho e amor próprio. Mas ajudamos aqueles a quem elegemos a fechar o círculo e, no inverso do esperado a repetir, de terno e gravata, o sistema brutal e individualista dos guetos.<br />
<br />
Esse sistema corrompido ainda permitiu a formação de grupos bem arregimentados que se infiltravam em meio aos que nada tinham para perder e os educavam na arte do ódio, em ocupações em nome de causas sociais. Enquanto isso, os parlamentos mudos, a trocar votos por ouro, joias e contas no exterior.<br />
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Hoje sou vizinho de gente sem fé, sem disposição para nada que não venha de mão beijada, ou na força bruta, afinal “não dá nada”. E se me tirarem a vida por um celular velho, amanhã terá um mais na mão de um guri assustado. Se for preciso, morrerá também. Não ocupamos quem estava desocupado e eles se ocupam de nossa energia.<br />
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Cada partido, cada movimento, cada ação individual ou coletiva me parece estar contaminada com um vazio de propostas, de sinceridade. A imoralidade do Planalto contaminou a nação e hoje nos dividimos em siglas, em cotas, em codinomes. Somos filhos do insólito. A política virou uma armadilha.<br />
<br />
A nossa missão, o nosso dever é desarmar essa armadilha, reunir as centelhas de indignação que ainda sobrevivem ali em seu espírito de cidadão e juntos formar novas lideranças. Eu falo aos que perderam familiares na guerra do crime, aos que perderam o direito a uma aposentadoria digna ou aqueles que jogaram fora a bandeira de seu partido. A culpa não está na ideologia, mas em quem a corrompe.<br />
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A novela em capítulos da Operação Lava Jato, só terá um final feliz, aquele que esperamos, se nos livrarmos daqueles que lucram com a nossa infame alienação, a nossa incentivada ignorância e essa estúpida convicção de que se der tudo certo para mim, os outros que se lixem. Os outros, com certeza, são os que nos lixam. Acordemos pois, brasileiros! Eu cansei desse sonambulismo.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-53580714875586019592017-02-09T05:23:00.002-08:002017-10-20T09:53:09.381-07:00O legado de cada um<br />
A vida passa tão rapidamente que não nos damos conta de coisas boas que poderíamos deixar gravadas em nossa história. Nada revolucionário, ou midiático, mas ações cotidianas que serviriam de inspiração aos jovens ou exemplo a ser citado pelos mais velhos. Na maioria das vezes, nos acomodamos em algum ilusório conforto material, ou nos impomos a um ritmo alucinado que engole o tempo, em nome da luta pela sobrevivência. Atitudes que embrutecem o espírito, envolvidas na indiferença que, fatalmente nos jogarão a um vácuo existencial terrível.<br />
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Tantas portas para abrir, mas as chaves, sempre nas mãos dos mais rápidos, nos levam a essa disputa insana pelo que imaginamos ser a realização pessoal. E não adianta rezar, ajoelhar pedindo bênçãos e ajuda aos desvalidos se logo em seguida voltamos a nos encerrar em projetos alienados ao entorno social e íntimo. Tantas vezes recriminamos, sofremos com as vilezas cotidianas, mas permanecemos acomodados e atentos aos relatos que julgamos importantes para nossas fantasiosas bibliografias.<br />
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Infelizmente não é só isso. É preciso mais para se atingir essa tal realização. Na semana passada li no Facebook de minha prima Lísia, formanda em Psicologia, onde lembrava que, logo no primeiro semestre na faculdade, uma de suas professoras solicitou que todos escrevessem uma carta endereçada a eles próprios sobre qual o legado que gostariam de deixar às pessoas ao cursar Psicologia. A carta foi lacrada e devolvida apenas no último semestre do curso.<br />
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Ela confessou que gostaria de “desaprender” algumas coisas e dar espaço a uma forma de viver mais livre e produtiva. Em outras palavras, fazer da profissão uma possibilidade concreta de ajudar aos outros, objetivo que se alcança com o estudo. “Gostaria de saber desapegar do meu eu e poder olhar para além dos meus limites e da minha realidade para que outros tenham a chance de viver, amar e aprender o quanto antes”.<br />
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Assegurou, antes mesmo de um contato mais efetivo com a psicologia, que seu legado deveria surgir do esforço em conhecer não apenas as verdades que trazia consigo mas, com respeito, buscar o entendimento da realidade alheia, o que se atinge com chances iguais para todos de um tratamento psíquico, “voltado ao melhor em saúde mental para um crescimento equilibrado, focado na essência do bem, para o desenvolvimento da humanidade”.<br />
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Com certeza, o verdadeiro legado de qualquer profissional, está na capacidade de levar qualidade de vida aos que necessitam de ajuda. Realização pessoal não é apenas retorno financeiro, mas, principalmente, aquilo que se atingiu muito além dos limites materiais e transformaram, positivamente, situações de conflito e dor. O dinheiro, se utilizado frivolamente, apenas cobre de adornos e paparicos que, um dia, serão arquivos mortos de projetos incompletos.<br />
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“Espero fazer jus a minha carta”, concluiu. Pelo que li e, diante da atitude apaixonada que se releva em artigos compartilhados nas redes sociais, pelo empenho na conclusão do curso, tudo está muito bem encaminhado na trilha de uma profissional que busca a felicidade na realização alheia. Que maneira bonita e completa de se deixar um legado. Quem sabe, outros não se interessem pelo “desaprender” desta cultura da inércia, por uma existência nova, repleta de humanidade que tanta falta faz na atualidade.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-76725790776447506412017-02-03T05:09:00.002-08:002017-02-03T05:24:56.999-08:00Delírio de verão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8dreHHLJ1KAgPBTH3O93TOhwiMHxCM6uzCirgBGn_3_IadPqZPscnCh8_xwC4Dxno87oaOMaWQDUhhL4IxGYyDacBGIdQ8SDECALB6wFiWgWKzMuuTj-NTeW8KLe0p5pQeSD8ux0Cer7l/s1600/calcada.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8dreHHLJ1KAgPBTH3O93TOhwiMHxCM6uzCirgBGn_3_IadPqZPscnCh8_xwC4Dxno87oaOMaWQDUhhL4IxGYyDacBGIdQ8SDECALB6wFiWgWKzMuuTj-NTeW8KLe0p5pQeSD8ux0Cer7l/s200/calcada.jpg" width="200" /></a></div>
Lá no fundo, bem ao fundo, alguém acenava. Uma mão solta no ar, quase sem corpo, desfocada contra a luz do sol. A semana começara difícil. Pensou em ligar para o marido. Três dias distante. Três dias sem trocar uma ideia, sem carinho. Quem a observasse naquele momento pensaria que rezava, em voz baixa. Olhar sério, compenetrado na calçada à beira-mar no centro de Florianópolis. Mas era a luminosidade que reduzia a definição da vista já cansada. Sinal da idade e da teimosia em não consultar um oftalmologista. Virou-se de costas e retomou a caminhada.<br />
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Em plena crise, era um bom momento nas constantes viagens a trabalho que lhe causavam enjoo. Pior, passaria o final de semana sozinha. Mas alguns clientes insistiram para uma reunião no sábado ao meio-dia. “Esses caras não têm família?” Mas ela ainda era a renda mais alta em casa. Os filhos já adultos estavam independentes, mas o esposo remava contra a maré.<br />
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Pequeno empresário no Brasil é escravo de muitos patrões e vítima da sede por impostos e das instabilidades de mercado. Às vezes desconfiava que ele – talvez cansado dessa diferença – buscasse casos extraconjugais para “sentir-se mais macho, já que no salário perdia”, sem dar-se conta do preconceito que alimentava.<br />
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Seria fácil. Sempre em viagens de negócios em função da atividade que exercia, atendia um grande público feminino. Era marceneiro, e dos bons! Produzia peças para artesanato. Mas não, não cometeria tal desatino ao lembrar a italiana “muito sem graça” que encomendara entalhes para a próxima Páscoa.<br />
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“Coisa simples”, dissera o marido, não fosse a grande quantidade de outras encomendas, para tantas outras clientes. A italiana era a favorita dele. Vá lá, ela encomendava muito. Mas detestava quando chegava com sotaque forte e gestos largos para elogiar, repetidas vezes, as virtudes do esposo. “Ai tem…” pensava.<br />
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Longe de casa, em Florianópolis, em um hotel lotado, cercada de turistas querendo festa e executivos bem resolvidos financeiramente, todos cheios de disposição para uma aventura instantânea, e “tu ainda preocupada com o marido que vive uma situação muito diferente”, recriminou-se. O pobre deveria estar, naquele exato momento no atelier, trabalhando, bem escondido em uma rua simples, sem charme, sem paisagem bonita, na distante zona norte de Porto Alegre.<br />
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Quem sabe não seria a vez dela acrescentar emoção à rotina de sua vida? Aquele diretor da empresa concorrente lhe sugerira um vinho. Sem compromisso. Quebrar o gelo, trocar ideias de trabalho. “Sei…” Em casa, o maridão no trabalho e ela, solitária, carente, insatisfeita. Arrependeu-se na hora. O sol era só uma mancha no céu bem limpo e aquela visão distante – a da mão que acenava – ganhava forma, embora ainda imprecisa.<br />
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“Para de pensar bobagens, guria”. Ligou para o marido. Conferir é prevenir, sentenciou. Um funcionário atendeu. O marido fora entregar encomendas. Uma delas para a tal artesã italiana. O sangue ferveu de tal maneira que a paisagem paradisíaca da beira-mar de Floripa, ganhou tons vermelhos de ciúme.<br />
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Então era isso: uma entrega especial. E para ela, nem um telefonema de boa noite? Homens! “E eu boba, insisti para ele fazer dieta. Agora perdeu uns quilinhos e já se sente um galã!” Ao mesmo tempo, a imagem desfocada que antes parecia lhe acenar, ganhava forma. Vinha em sua direção. Era um homem. E se fosse bonito, adeus boa moça!<br />
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Quando a imagem ganhou definição, a poucos metros de seus incrédulos olhos, um novo choque: com um sorriso imenso e familiar, camiseta, jeans muito surrado e a barba por fazer – ali estava ele. Não o provável amante, mas o marido a lhe fazer uma surpresa. A primeira em tantos anos e com certeza, na hora certa.<br />
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Depois do abraço e beijo cheio de culpa e saudade, soube que ele decidira por uma folga “Vim dar uma incerta”, brincou. Só não contou que a passagem fora adquirida graças ao pagamento antecipado de uma cliente. Isso mesmo, a italiana. Ela não entenderia.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-36575159486750922662016-10-14T12:13:00.000-07:002016-10-14T12:15:15.907-07:00Finais felizes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yCkPvLYbqGqGQE-J0VNHuxjAQKFU9JQIShA3GgLbvjM2Y2RuIutlf48tzW-nZQnpUAgsL3mbUJ7lpgfVTmfTwe3S9u5RpX9tDbUyeTGcvni5Fk_WqzJbHsTQbZTVYYcvrmCDGU3XW-aA/s1600/the-end-old-movie.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yCkPvLYbqGqGQE-J0VNHuxjAQKFU9JQIShA3GgLbvjM2Y2RuIutlf48tzW-nZQnpUAgsL3mbUJ7lpgfVTmfTwe3S9u5RpX9tDbUyeTGcvni5Fk_WqzJbHsTQbZTVYYcvrmCDGU3XW-aA/s320/the-end-old-movie.jpg" width="320" /></a></div>
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<i>“Meus olhos te viram triste olhando pro infinito, tentando ouvir o som do próprio grito e o louco que ainda me resta, só quis te levar pra festa. Você me amou de um jeito tão aflito que eu queria poder te dizer sem palavras, eu queria poder te cantar sem canções” (<a href="https://youtu.be/3n-XuCIzGG0">Esperando aviões, Vander Lee</a>). </i></div>
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A menina, tão jovem, chorava um adeus na Rodoviária de Porto Alegre. Eu que não tinha nada a ver com aquele pranto, era um senhor, literalmente de passagem que apenas observava, sem poder oferecer colo. Com fones no ouvido, ela mirava o portão por onde saem os ônibus, talvez a espera de ver quem a abandonara a saltar do veículo em movimento e aconchegar-se em seus braços. Cena de filme. </div>
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Mas daquela vez a vida não imitou a arte e lhe restaram as lágrimas, o meu solidário olhar e um matraquear incessante da amiga que a acompanhava. “Ele te ama, só está magoado. Vai voltar de joelhos”. Os homens são mesmo assim, eles podem errar, nós nunca!” Ora, ora, o tempo já me ensinou que toda dor de amor tem cura e o traído perdoa, mas não cura jamais a cicatriz. Melhor que tenha partido. Fica a lição. Se quiser uma aventura, o faça com talento, não deixe furos que os danos serão irreversíveis. </div>
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Ela tinha flores na mão e um DVD do <a href="http://www.vanderlee.com.br/new/index.php">Vander Lee</a> (que faleceu aos 50 anos, em agosto desse ano) e por isso abri com a canção de letra poética que sonha com o cheiro do amante a morar em seus pulmões. Mas a poesia é um espinho atravessado nos erros, nas trilhas do desejo incontido, nas aventuras que alimentam a estima baixa. </div>
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Eu tantas vezes em luta contra esses sentimentos, essas travessuras da razão, percebo que o passar dos anos me asseguram maior controle, mas uma dificuldade imensa de aceitar situações como esta. Não é por ser homem, como disse a amiga, é em função da alegria extrema e única de sentir-se em uma concha indivisível de afeto.</div>
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Ao retornar para casa, me transportei para um assento qualquer de ônibus, onde um jovem namorado, marido, amante, p arte carregando sua mala de certezas tristes, de mágoas inesperadas e de uma dor que só se cura, com certeza, com um novo amor. E que desta vez, pensa, será do seu jeito, total, único. </div>
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Eu sei é um tema pueril, repetitivo em dias de tanta violência e crise. Mas aquele choro, em um rosto tão jovem, tão bonito, enterneceu meu velho mas nunca, empedernido coração. Acredito, sim, em finais felizes. </div>
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Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-68831647032746035942016-06-03T10:04:00.002-07:002016-06-03T10:04:47.800-07:00Como nossos pais<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsAFfMNCFwsrv3TIjUSQgdMLQ0BfRLq24kmO11Ye_agPfvGtmtCQQRsVrqIDq1YEunSJnoIZZLvJpbSzC2SzKzHXhw-I54sk4ArrcEIXj2_ZPf4DGiYDAudj8EInP7Aqm8P7mg5G9gzk20/s1600/hippie.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsAFfMNCFwsrv3TIjUSQgdMLQ0BfRLq24kmO11Ye_agPfvGtmtCQQRsVrqIDq1YEunSJnoIZZLvJpbSzC2SzKzHXhw-I54sk4ArrcEIXj2_ZPf4DGiYDAudj8EInP7Aqm8P7mg5G9gzk20/s1600/hippie.jpg" /></a>Diariamente milhares de crianças desaparecem feito espumas de sabão em nosso país. Mulheres sofrem com estupros físicos e morais, homens são humilhados por outros homens, nos mais diversos espaços. A vida segue assim, um ritmo acelerado, onde a maioria é escrava de sua própria rede social, de conceitos digitados e nunca, ou raramente aplicados na vida real. Enquanto isso, a marginalidade invade todos os espaços em nome de uma fé, de uma ideologia ou de uma alienação oportunista. É o Brasil moderno, gigante acéfalo, aos trancos.<br />
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Precisamos trabalhar, cuidar da família e o suor e a energia gasta com tanto esforço, aparentemente resume-se apenas a esforços braçais, a um vale-tudo que não envolve, por exemplo, a cultura da solidariedade, de um senso ético mais refinado. Eu sinto que nos isolamos e vamos atrás de pautas prontas, temas aparentemente difíceis, mas de respostas fáceis. Estupro? Violência atroz. Prendamos todos os responsáveis. Mas o que sugerimos para combater esse crime. E tantos outros? Encerro a semana cansado de tanta solução instantânea para questões históricas.<br />
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Lamento a educação andar tão por baixo. Teríamos respostas sempre ponderadas. O que anda por cima, afinal? Melhor não responder. Filtro tudo o que ouço ou leio. E não bebo para esquecer. Afinal, dezenas de lideranças, mestres que admirei, estão em casa, contando o vil metal, pretensamente guardado por Deus, conforme cantou Belchior, u<br />
m raro menestrel engolido pela loucura cotidiana. Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais?<br />
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Quando vejo a juventude a levantar símbolos falidos, me parece que tudo é apenas uma repetição enfadonha. Os mesmos protestos, os discursos alinhados em ideologias que pouco nos trouxeram de benefícios. Não quero deixar a existência como um dos que perdeu-se na descrença. As crianças continuarão a sumir, perdidos nestes vácuos de prazer, sejam nascidos em berços esplêndidos ou na mais profunda miséria.<br />
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A compaixão continuará uma virtude de fracos, caso não façamos nada. Quantos terão de qualquer maneira, o carro de última geração ou a vacina que salvará a vida, sem que seja necessário acabar com o vírus, eliminar a fonte que o recria mil vezes. Tudo pode ser melhor, mais equilibrado, desde que aceitemos o moderno como a evolução do que preservamos e nos permitiu crescer como um todo.<br />
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Educação não é nada, sem apego a condição humana em sua essência, aos princípios básicos de respeito às semelhanças e dissemelhanças. Nunca, em nenhum momento, perder o senso crítico que cimenta o verdadeiro conhecimento, aquele que vai muito além das redes sociais, dos acordos embriagados de botecos, das certezas de uma geração contraditória e egoísta.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-50071624078623402862016-04-22T08:14:00.001-07:002016-04-22T08:14:22.725-07:00Bela, recatada e do lar<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg99F2CzClo7iZptzAYuZmhkZGL9b6tsZCeFpeQ2lA5TtgmE5TQ9hjgEIP12DjnDDBVgxyYOOCQGoEuZ0yMR7jyXtDiKVMdVyAcThVC0TiCsEJeNLmn1Z6uZBNLH5RMtEZPlJhwtR4UCdCD/s1600/euzinho1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg99F2CzClo7iZptzAYuZmhkZGL9b6tsZCeFpeQ2lA5TtgmE5TQ9hjgEIP12DjnDDBVgxyYOOCQGoEuZ0yMR7jyXtDiKVMdVyAcThVC0TiCsEJeNLmn1Z6uZBNLH5RMtEZPlJhwtR4UCdCD/s320/euzinho1.jpg" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Minha mãe era tudo isso. Qual o problema?</td></tr>
</tbody></table>
Como não poderia deixar de ser, debaixo de toda crise sempre pode haver uma polêmica de costumes. A revista Veja nos cedeu oportunidade para um novo debate a respeito da condição feminina e o poder, justo quando uma mulher, a primeira presidente (a), está com o cargo à perigo. “Bela, recatada e ‘do lar,” é o título da reportagem sobre Marcela, a linda e jovem esposa do vice-presidente Michel Temer (PMDB) que, dependendo do que o Senado decidir, será a futura primeira dama dos brasileiros.<br />
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Da presidenta Dilma Bolada à primeira dama Marcela do lar! As redes sociais, ávidas por extremismos digitais exibem centenas de comentários e memes onde retratam mulheres ofendidas com o texto da revista e de, outras, uma minoria, indiferentes ou que defendem a condição da moça. Não será a esposa de político que mudará os rumos da nação. Marcela seguirá como pálida personagem na insólita cena política brasileira.<br />
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E se é do lar, que bom para ela. Qual o problema? Eu sou filho de uma mulher que cuidou da casa a vida inteira, muito bonita e recatada. Nada a diminuiu por isso. Hoje as mulheres podem realizar outros sonhos. A presidente Dilma Rousseff que luta por manter-se no cargo tem um perfil diferente. Atua no mundo que antes era dominado exclusivamente por homens, mas que já abriu espaços para tantas outras em todo o mundo.<br />
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Vejam Hillary Clinton, que nunca foi sombra de seu marido presidente e ainda segurou uma barra quando o maridão aproveitou-se do pouco recato de uma estagiária. Minha amiga Fabiane Tomazi Borba, competente advogada, mulher pública, adjunta no comando da Secretaria Especial dos Direitos Animais, questiona o preconceito embutido nos comentários de muitos de seus amigos no Facebook, que paradoxalmente defendem o direito de cada um ser “e fazer o que quiser, onde quiser”, e no caso de Marcela Temer, acreditarem ser ofensivo considerá-la “bela, recatada e do lar”.<br />
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Fabiane diz que também não entenderia se a crítica fosse ao contrário, ou seja, contra qualquer pessoa, defenestrada por ser feia, pouco recatada, totalmente sem pudor, mal ou bem vestida, trabalhasse fora, dobrasse o turno e ainda estudasse à noite, além de cuidar da casa e dos filhos. “Afinal, cada um tem direito de ser aquilo que quiser! Não é isso que todos pregam? Ao menos aqui nas redes sociais, é!” alertou.<br />
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Está certíssimo. Se falta recato, é no universo político por onde anda seu ilustre esposo. Lá, belos e feios, fazem tudo em nome do poder. Permanecer em casa, sob certo aspecto, a protege das negociatas, das atrocidades que levam o bem comum ao caos. E vivam as mulheres de bem com o lar, de bem com o trabalho, de bem com a vida. O resto é guerrilha de rede social. Pífia!Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-61192751574783426322015-12-18T08:14:00.000-08:002015-12-18T08:14:14.439-08:00Meu Natal privê<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinEOT3VXdf8-tfWXIVFtIAw7DCLDqFIy3w02fdlXm-dl0qHEZdX_nNOborWj3FYs47oyJ6o2JggarTbVqrd6l2I5GPP8jCujQP2W8tpkdVaR5s_oPy5x9Our1wciCGWnZHfKmh9bnniTGL/s1600/simbolos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinEOT3VXdf8-tfWXIVFtIAw7DCLDqFIy3w02fdlXm-dl0qHEZdX_nNOborWj3FYs47oyJ6o2JggarTbVqrd6l2I5GPP8jCujQP2W8tpkdVaR5s_oPy5x9Our1wciCGWnZHfKmh9bnniTGL/s320/simbolos.jpg" width="320" /></a></div>
Eu tenho minha própria e exclusiva comemoração de Natal. Desligo os loucos que dizem matar em nome de Deus, os loucos que condenam inocentes em nome de seu próprio benefício e também, os que se acomodam na loucura alheia. A festa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo – deve ir muito além de um banquete ou de uma troca de presentes entre colegas, familiares e amigos.<br />
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Eu celebro a vida, a parceria e a busca de paz. É o dia em que me sinto nascendo para uma existência muito melhor. Sem choradeira, sem azia ou má digestão. Nem tento bancar o bom samaritano de última hora, buscando doar qualquer coisa, para qualquer um que esteja numa pior. Sempre que posso ajudo. A qualquer hora, qualquer dia.<br />
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O Natal é uma espécie de encontro com sentimentos muito profundos. Com familiares e amigos, muitos que já não estão neste plano, outros que simplesmente viajaram para muito longe ou tomaram rumos distantes e ficaram apenas na memória dessas horas passadas. Felizes! Não, eu não vivo em um mundo artificial. Cada memória rebusca coisas bem tristes, crises leves, crises graves, conflitos em casa, tensões externas.<br />
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Falta de dinheiro, trabalho, dificuldades nos estudos, problemas com filhos, saúde abalada. A vida nos aplica sustos. A felicidade é uma luz natalina que acende e apaga, mas sempre deixa certo encanto, uma luz a ser mantida com paciência e fé. Eu desisti de buscar o ponto ideal das coisas. Da estrada sem riscos aos amores imperfeitos, porque os perfeitos brotam mesmo é em vasos. E tem lá seu tempo de duração, determinado pela natureza.<br />
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Certa vez quase fiquei só com minha ceia. Era tanta crise familiar, tanta fofoca caseira, que temi passar mal com a energia ruim dos outros. Todos na verdade, defendiam seus pontos de vista e, contraditoriamente, bloqueavam a visão com rancor e intolerância. Não combina com a data.<br />
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Assim, decidi viver meu próprio momento. Sem dar atenção aos comerciais da televisão, ao Papai Noel – gordo e suado – dos shoppings, aos exageros dos que se dizem os melhores cristãos do mundo e condenam quem se preocupa apenas com presentes e comilança. Pensem pelo lado positivo. Pelo menos estes glutões consumistas, estarão juntos. E trocarão abraços à meia-noite. Um dia, quem sabe, aprenderão alguma lição sobre o verdadeiro sentido deste feriado.<br />
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Não conheço o calendário das festas religiosas dos muçulmanos, mas sei que o povo judeu celebra, também por este período, o Chanuká. Acho muito bonito o ritual das velas de chanukiá. Celebrar faz bem à alma. Aos ateus igualmente, a energia de um convívio feliz, que brinda o nascer da esperança também faz muito bem.<br />
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É esta energia que me move.<br />
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Às vezes, em dezembro, acordo sobressaltado. A vida passa em sonho como um filme só de cenas tristes. E pulo da cama, respiro fundo. Busco qualquer lâmpada onde não vá atrapalhar o sono de alguém e olho ao redor. Percebo que estou só, e a dor que me engole vem de dentro, não foi colocada à força por ninguém. Um copo d’água, alguns minutos de reflexão e pensamentos positivos dão aquele murro definitivo no baixo astral.<br />
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Meu Natal não é de fantasmas. É de gente viva que luta contra os maus exemplos, as mancadas. Acerta, erra, cai, levanta e assim vai. No meu caso, só quero uma noite para rir, homenagear o aniversariante e tentar ser tão pacifista como ele foi. É pedir demais?Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-58309430640365735262015-08-02T18:23:00.004-07:002015-08-06T08:53:03.317-07:00Dieta para casar a filha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqJTYtieSdENJWyXc7a8MrOgN6AqK33ZmCyfEQotG3KBAIM7qJavzxHYYxtWiYGiATfasUsLGax7xjgrcn-UoK1HOv1QkICiTep40FVUQpRIjCHAwZ-uWg9pDp2vGt9QUfN-_SN4xH2gsu/s1600/gordo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqJTYtieSdENJWyXc7a8MrOgN6AqK33ZmCyfEQotG3KBAIM7qJavzxHYYxtWiYGiATfasUsLGax7xjgrcn-UoK1HOv1QkICiTep40FVUQpRIjCHAwZ-uWg9pDp2vGt9QUfN-_SN4xH2gsu/s320/gordo.jpg" width="320" /></a></div>
Sou um pai de noiva que precisa emagrecer o suficiente para entrar em um terno novo e bem cortado, até o dia do casamento. Isso será no final de outubro. Ainda tenho um certo prazo, mas o corpo reage lentamente. É inimigo do tempo, se abraça em calorias, como se dependesse delas para fazer andar o relógio da vida. Meu cérebro, esse mala, também não parece muito convencido de minhas verdadeiras e honestas intenções. Teima em insuflar a gula que ultrapassa todos os limites do pecado.<br />
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No frigir dos ovos (com guarnição de arroz, creme quatro queijos e suculento bife de filé) nós os gordinhos, sofremos muito mais do que os “normais”, ou magros. Nos olham atravessado em muitos momentos da vida. Se estamos comendo um hambúrguer, afirmam: “depois não quer ganhar peso”, como se fosse só isso que torna alguém obeso. Fatores hereditários, por exemplo… Deixa assim. Não vou entrar na pauta que dirão ser desculpa de gordo.<br />
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Nas lotações, nos ônibus e aviões, reclamam quando ocupamos mais espaço nos bancos. Ora que reclamem de quem projeta tudo pelo mínimo. Grandes magazines criam constrangedoras peças GG mínimas. É verdade! Nesse inverno vesti uma jaqueta GG que serviu perfeitamente em minha esposa, magra (como todas as mulheres, mesmo as que não o são).<br />
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Nos resta o carinho das cozinheiras caseiras, das avós e das tias, das mamães à moda antiga. Disputamos avidamente o último bolinho de bacalhau, aquela torta esquecida na geladeira ou o resto no prato das crianças (que escapam dos legumes que detestam). Somos a alegria das sobras, das invenções gastronômicas fracassadas. Nós comemos de tudo e tudo.<br />
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Quem não sabe que existem magros muito mais glutões? Somos apenas os de metabolismo lento. E as advertências apavorantes sobre doenças terríveis? Ameaças pavorosas como, por exemplo, sermos obrigados a comprar em lojas especializadas de roupas tamanho extra grande. Só de olhar essas vitrines me bate ansiedade, que é quase sinônimo de fome.<br />
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Não existe gordo elegante, boa pinta. Eu sei que, especialmente em nosso caso, beleza não põe mesa, mas somos vistos simplesmente como glutões simpáticos. Além disso, é nosso dever ouvir todo tipo de "conselho", que se fosse bom, eliminava os obesos do Planeta, além de aceitar dicas de profissionais e dietas mágicas, instantâneas. Nos empurram shakes, academias e o escambau, que aceitamos sempre com um ar compungido e falsamente agradecido.<br />
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Como ser alto-astral se durmo e acordo preocupado com a balança? Até outubro, meu prazo definitivo, vou me entregar às frutas, hortaliças e carnes magras. Adeus risotos, cremes, filés ao molho de natas, Quero voltar ao mundo dos seres que não tem apelidos constrangedores e ainda, são livres para traçar feijoadas, pudins ou carboidratos mil sem parecer um extra-terrestre adiposo.<br />
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O terno está encomendado. O casamento é, para sorte de todos, confirmadíssimo. Agora, a dieta. Ai! Vai depender de muita boa vontade, muita caminhada que não seja em direção às panelas, aos bons restaurantes ou meus vinhos e cervejas artesanais.<br />
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Espero que filha e genro reconheçam esse esforço de atingir um nível aceitável de elegância no dia mais importante da vida deles. E que seja para toda a vida. A união deles e meu peso reduzido, é claro. Bonito não dá para ficar. Mas magro, isso é sim, é possível.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-11772680410542337172015-07-16T06:54:00.000-07:002015-07-27T12:21:42.345-07:00Sobre Idas e voltas<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnZhhAg1UeQVaQAU_LGxqFE22zgKFOjCOz4VCcyHW0GdJkgjpFElCxrgNXcHC00nBa9JlXq97v_ZUNwf6OaEBfgb_IkgJvHoU_szjZgpwn4L8fvFs-xMO6zGL9Zn22UgohVq6KHCgLzJiC/s1600/Fugue.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnZhhAg1UeQVaQAU_LGxqFE22zgKFOjCOz4VCcyHW0GdJkgjpFElCxrgNXcHC00nBa9JlXq97v_ZUNwf6OaEBfgb_IkgJvHoU_szjZgpwn4L8fvFs-xMO6zGL9Zn22UgohVq6KHCgLzJiC/s320/Fugue.JPG" width="319" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Fugue - Kandinski</i></td></tr>
</tbody></table>
Deixou a porta aberta, como a liberar uma infinita cauda de noiva. Eram 30 anos de vida em comum. A casa estava limpa. Tudo em seu devido lugar, apenas uma camada rala de pó insinuava-se nos móveis muito bem lustrados. Mas é assim mesmo, igual a inevitável ferrugem que atingia um dos pés da geladeira, após anos de panos úmidos nas faxinas de rotina. Envelhecer é isso, refletiu, enquanto cheirava as mãos. Realmente não existe creme hidratante que retire totalmente o cheiro e, pior, o ressecamento provocados pelo cloro. A partir de agora, usaria luvas. A idade avançava, precisava redobrar os cuidados com o corpo.<br />
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Observou mais uma vez o tapete alinhado ao sofá, diante da imensa tela 3D, equipamento de fazer o chão tremer em filmes de aventura, ouvir shows como se estivesse no teatro, de pijamas, chinelos velhos e ancorada na barriga que estourava botões. A vida lhe reservara bons momentos, por isso olhava tudo a sua volta com tanto carinho. De repente lembrou que o forno ainda estava ligado. Retirou o assado que cheirava a pecado da gula, o cobriu com papel alumínio e o repousou no balcão. A salada estava pronta. Gostou daquele toque dona-de-casa. Empresária, passava a maior parte do dia no trabalho, longe dos afazeres domésticos.<br />
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Escolhera o melhor jogo de lençol para o quarto do casal, perfumara com aquelas essências que comprava e sempre esquecia de usar. Tudo cheirava a paz. No quarto dos filhos, que já não moravam mais lá, deixara um porta-retratos com uma foto antiga da família em uma viagem de férias a Nova Iorque. Tempos de pouco dinheiro e muita coragem. Parcelaram o passeio em 24 meses, o que não provocara danos ao orçamento doméstico e ainda os mantivera mais unidos.<br />
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No corredor percebeu que todos os quadros que possuíam era abstratos. Reproduções de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Piet_Mondrian">Mondrian</a>, <a href="http://www.infoescola.com/biografias/wassily-kandinsky/">Kandinski</a> e artistas brasileiros como <a href="http://www.iberecamargo.org.br/site/default.aspx">Iberê Camargo</a>. Até um trabalho seu inspirado nestes artistas. Sim, tivera seu momento artista plástica. O marido adorava, ou fingia, em nome do bom convívio à dois. Quem sabe não fora esse abstracionismo, cheio de cores fortes e vivas, o responsável pelo momento que vivia agora? <br />
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Retornou a porta de saída. Fotografou tudo com olhos de alguém que some para comprar cigarros e não volta nunca mais. Não era fã de sertanejo, mas lembrou a letra de um reggae – é isso mesmo – da dupla <a href="http://jorgeemateus.com.br/">Jorge e Mateus</a>. “Toda história de amor é assim. Tem <a href="https://www.blogger.com/"><span id="goog_495763135"></span>idas e voltas.<span id="goog_495763136"></span></a> Mas tem que ter final feliz. Mesmo sendo escrita por linhas tortas”. Era bem isso que ela vivia naquele momento.<br />
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Fechou a porta com cuidado e, conforme combinara com o marido, deixou a chave com o zelador. As passagens de avião, estavam na bolsa, junto com o passaporte. Na mala apenas o essencial para uma temporada no exterior.<br />
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Voltaria à <a href="http://www1.nyc.gov/">Nova Iorque.</a> Sozinha. Queria curtir programas que considerava legais. Teatros, cinemas e compras, porque não resistiria a tentação das <a href="http://www.novaiorque-online.com/pt/shopping/pages/81-recommended-shops">lojas e ofertas</a> da Big Apple. Sentiu um arrepio, uma súbita euforia. Nada a ver com o inverno, nem tão frio, ou com o café, nem tão forte. A perspectiva do novo, de um momento que jamais cogitara, a excitava.<br />
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Imaginava que os carros na rua, sinalizavam para ela. Que as pessoas acenavam, “Vai lá, boa sorte!!” Igual a tantas outras vezes onde o sonho fora bem mais vivo do que a realidade construída. Um final feliz! Sem culpas, nem regressos amargos. O abstrato das pinturas, coloriram a rotina dos últimos anos, mas a ausência de projetos, transforma o que era um casal, em dois seres solitários. Individualistas.<br />
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Viveria essa individualidade então. Em Nova Iorque. Poderia ser na mais humilde cidade do planeta, afinal só existe uma morada para a felicidade que é o coração de quem lhe desenhou a trilha. Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-17173062871580520902015-07-10T09:41:00.000-07:002015-07-16T12:46:11.202-07:00Que a crise não seja calipígia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_WPrgbaigPjwFpFLFp13ic9guGrVoyCe4zAqUf6ldmvoEvZFuNaZOAra1fVgj2LxrsRlCg7IyCa6BeyITRTlE5wBxxdgfdGy5pgUq_GZ0yQcrU4lfiRtyu2dcriTba1jl_58A8AljgFye/s1600/afrodite+calip%25C3%25ADgia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_WPrgbaigPjwFpFLFp13ic9guGrVoyCe4zAqUf6ldmvoEvZFuNaZOAra1fVgj2LxrsRlCg7IyCa6BeyITRTlE5wBxxdgfdGy5pgUq_GZ0yQcrU4lfiRtyu2dcriTba1jl_58A8AljgFye/s320/afrodite+calip%25C3%25ADgia.jpg" width="146" /></a><br />
As duas reclamavam de tudo. Do som ensurdecer dos servidores estaduais da segurança, que realmente faziam uma grande muvuca no centro de Porto Alegre, do vento frio que acompanhava a chuva fina e dos pecados da estação. Olhavam-se no reflexo de um imensa janela de vidro, só para repetir em coro que o inverno estava a destruir lhes a silhueta. “É muita massa”, constatou uma delas. “Realmente, a massa está furiosa. Essa gente da área da segurança, quando não está acompanhando o protesto dos outros, também sabe fazer o maior bafo”, afirmou, após encolher o estômago e empinar o bumbum, que pelo volume, fora construído em invernos passados.<br />
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“Ao bafo? Fazer o que ao bafo? Estou precisando de comida sem gordura". O barulho não permitia que as moças se entendessem. Segundos depois, o sinal abriu e eu as perdi de vista em meio a multidão. O vidro da agência bancária que servira de espelho àquelas mulheres, agora refletia a correria da cidade e eu mesmo - ar cansado de final de tarde -, a refletir sobre o cotidiano agitado, tão farto de gente, e tão vazio de conteúdo.<br />
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Mas pensar na crise econômica brasileira, ou na situação da Grécia, sem filósofos ou deuses para resolver seu desiquilíbrio administrativo, não mudaria nada naquele momento. Aliás, os mitológicos deuses gregos sofriam das mesmas falhas de caráter dos mortais humanos. Hoje seriam perseguidos eternamente pelo FMI. Preocupar-se com o bumbum, senhores e senhoras, tem fundamento estético e filosófico, ora.<br />
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Até mesmo o grande pensador francês, Jean-Paul Sartre, disse certa vez que "a pátria, a honra, a liberdade, não existem. O universo gira em torno de um par de nádegas". Então, gurias, se a inflação devora, se o dinheiro está escasso, o Estado falido e o mundo nos olha atravessado, deixemos às mulheres, o prazer exibicionista deste olhar crítico a seus próprios dotes calipígios. <br />
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Com ou sem alimentos calóricos, dietas rigorosas ou longos exercícios. Nós, admiradores do belo, seja fofo, grande ou mignon, desde que macio, apoiamos este distraído auto-exame. Mesmo às pressas, aquele olhar fortuito à derriére, em meio ao caos urbano, nos reaviva a alma marota. Nos leva a crer que toda causa é tão justa, quanto toda calça feminina deveria ser.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com1Porto Alegre - RS, Brasil-30.0346471 -51.217658400000005-30.4742036 -51.8631054 -29.595090600000002 -50.572211400000008tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-47492814204011985192015-07-09T09:13:00.000-07:002015-07-16T11:26:08.411-07:00Família bandida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcQDJfFcZ9z6CG9OZN3ihtQHFsn-rxC36UMYNSh3hDienlI9anIcvRWCsONPtt8jTPO33ZaFHAuWebEwd-EH11W_gid55iho3Hg58M516tbZwHpCMKYYoP7eSHUDtOc-HCru6CTxkiltaK/s1600/armados.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcQDJfFcZ9z6CG9OZN3ihtQHFsn-rxC36UMYNSh3hDienlI9anIcvRWCsONPtt8jTPO33ZaFHAuWebEwd-EH11W_gid55iho3Hg58M516tbZwHpCMKYYoP7eSHUDtOc-HCru6CTxkiltaK/s320/armados.jpg" width="233" /></a></div>
Conversava com duas amigas, ambas jovens pedagogas, sobre os desafios da educação em nossos tempos. Tanta tecnologia nova, recursos fantásticos e, ao mesmo tempo, uma cotidiano embrutecido e violento que nos faz pensar sobre o sentido de tudo isso. Ao ouvir sobre as turmas que haviam assumido, percebi o olhar triste e frustrado das professoras iniciantes. As crianças chegam sem motivação, despejadas por familiares que pouca atenção lhes dá. Mas vá qualquer mestre reprende-los, para receber em troca uma ilógica e desproporcional fúria. Surgem das sombras, na hora errada, com dedos em riste.<br />
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Em um pais tão populoso, estamos carentes, não de presídios, mas de pais e mães de verdade. Porque não temos espaço para tanta irascibilidade. A grande maioria dos que lotam o sistema prisional, surgiu assim, na distração da consciência. Minhas amigas relataram cenas horríveis, verdadeiros espetáculos de terror, provocados por pais e filhos. Alguns casos chegam à mídia. Agressões a professores e depredações de escolas. Estão nas comunidades carentes, e nos bairros nobres. Crescem sem freios, incentivados por regras criadas por eles mesmos, ou assimiladas em casa. <br />
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Meu amigo Plinio Nunes, experiente jornalista, ex-editor da página policial do Diário Gaúcho, postou esta semana, no Facebook, um desabafo sobre a crise moral que vive o Brasil, mais especificamente sobre o Presídio Central de Porto Alegre que, literalmente, está “botando pelo ladrão”. Plinio lembrou o defensor público que defendeu a libertação destes bandidos, para que não passassem “por esta indignidade”.<br />
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“Meu Deus, será que não se dão conta de que é um exército de delinquentes sem condições de recuperação que está sendo jogado de volta ao convívio com a população? Será que os governos não poderiam requisitar ginásios para manter presos, provisoriamente enquanto aguardam uma solução para os presídios que deve ser encontrada pra ontem? Ah, mas aí teríamos que parar com os jogos, com as festas. Que se danem!”<br />
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“O mundo está caindo e o pessoal pensando em si mesmo. Na verdade, não pensam em si, porque se assim o fizessem, perceberiam que esses caras na rua irão assaltá-los e matá-los junto com suas famílias. E matarão, a mim e os meus também. Não podemos nem ir às ruas protestar porque os bandidos que se misturam às manifestações agora estarão em número maior”, percebe Plinio que nos deixa uma última e aterrado questão.“A quem recorrer, a quem pedir ajuda se criminosos e desequilibrados já abocanham as esferas do poder?”Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-62257116491074609292015-06-12T14:22:00.002-07:002015-06-12T14:22:33.483-07:00O nome da batalha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_aig4R0s2tLroUb9FBK31-cR9hZ0l9ljriOZ6N6EDgtgL38dYN1RkGycO4nDAiAWDJpHThmXaLK4AYBx3RGyts__pWdqTOJcukea3WppjQiN1ncfsep447geVFpj8kYBciVa6pJq8e7Rf/s1600/2015-02-08.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_aig4R0s2tLroUb9FBK31-cR9hZ0l9ljriOZ6N6EDgtgL38dYN1RkGycO4nDAiAWDJpHThmXaLK4AYBx3RGyts__pWdqTOJcukea3WppjQiN1ncfsep447geVFpj8kYBciVa6pJq8e7Rf/s320/2015-02-08.jpg" width="320" /></a></div>
A violência do cotidiano vai muito além das vidas roubadas à queima-roupa. Está acima dos pelotões de marginais armados, das falcatruas que nos assaltam e envergonham. Muito pior do que isso, de certa forma, nos intimida na hora de buscarmos a leveza do sentimento amoroso. E a essência de tudo, está justamente no romance apaixonado que exige a entrega que nos torna nobres e responsáveis pelos frutos – ou ervas daninhas – que brotam a partir daí. Mas o que é o amor? “O amor pode não ser a vitória em marcha. Mas é o que dá nome à batalha”, poetizou meu filho Tárik, em seu livro de estreia “Pré-Devaneio”.<br />
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Essa batalha dá sentido a tudo. Aos poemas que não declamamos, ao sentimento que ficou preso na garganta, como uma espécie de infecção afetiva, a provocar febre, rouquidão e que alivia apenas com aquela espinhosa declaração. “Eu te amo!” Aos amantes deste dia, eu desejo do fundo de meu veterano coração, que continuem assim, valentes guerreiros. Por favor! Não vamos nos entregar por coisas miúdas que transformamos em gigantes do isolamento. Afinal como sabiamente cantou John Lennon, a vida é aquilo que acontece enquanto estamos ocupados com outras coisas.<br />
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Eu mesmo venci um caminhão de rancores, acumuladas pelo cotidiano da vida a dois. Lá deixei o lixo descartável do ciúme, da onipotência, da rotina, do egoísmo vil, que nos atordoa a cada novo dia. Quero atropelar a rotina, renovar o ar do cotidiano e me sentir feliz, porque este sentimento contagia. Quem resiste a alguém que sorri ao dar a volta por cima?<br />
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Porque a melancolia também está por aí. Viva! O ressentimento então é uma flor carnívora! Mas um único pensamento amoroso, uma flor singela e o amor declarado espontaneamente, no ouvido certo, na mais improvável das horas, acerta os ponteiros deste relógio maluco que orienta o viver a dois. Apesar de toda a violência que nos cerca.<br />
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Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-26850539678889049682015-04-22T10:00:00.000-07:002015-04-22T07:55:19.213-07:00Paixões tóxicas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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<div style="line-height: 12.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 9.0pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic2DDQ_tNuirg1bks-_f74ZTm97s03PuvDV-7hK8OjYvjSTNNOIhL9iULkBH_rT3ALhxspztxk4tjNvvpDULJrxxUZD8LQ0pRaQ-So5e3b4Yuki2Fvn9IpThy3Of1R5aDzaAFsDZJxndwM/s1600/toxica2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic2DDQ_tNuirg1bks-_f74ZTm97s03PuvDV-7hK8OjYvjSTNNOIhL9iULkBH_rT3ALhxspztxk4tjNvvpDULJrxxUZD8LQ0pRaQ-So5e3b4Yuki2Fvn9IpThy3Of1R5aDzaAFsDZJxndwM/s1600/toxica2.jpg" height="320" width="212" /></a></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O inverno se aproxima e aos casais que temem não poder aproveitar o frio para um aconchego romântico, recomendo o livro do psicólogo Bernardo Stamateas</span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, <a href="http://www.planetadelivros.com.br/paixoes-toxicas-livro-167679.html">“Paixões Tóxicas, </a></span></i><a href="http://www.planetadelivros.com.br/paixoes-toxicas-livro-167679.html"><span class="txtpretolivros"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Como Atravessar as Crises e Enriquecer a Vida a Dois”</span></i></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></i></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><a href="http://www.planetadelivros.com.br/paixoes-toxicas-livro-167679.html"> </a>Simples, direto, um autêntico guia da nova ortografia amorosa. Embora hoje seja mais fácil divorciar-se, tornou-se muito mais difícil encontrar uma parceria que valha a pena.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 12.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 9.0pt;">
</div>
<div style="line-height: 12.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 9.0pt;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O autor divide o livro em dez capítulos, ensinando a superar as paixões das "emoções explosivas", "modelos culturais", "infidelidade", "possessividade", "estancamento", "sexualidade tóxica", "competitividade", "desqualificação" e "crises financeiras", finalizando com o título "paixão e amor". </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tudo bem explicado para que nós, tantas vezes irritadiços, competitivos e egoístas, não transformemos a vida à dois em um biblioteca de mesquinharias. E o calor dos edredons, será compartilhado sem culpas, em harmonia, que é para isso que serve um casamento. O</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> autor, enumera algumas formas “tóxicas” de se boicotar uma relação. Não há como não se achar em algumas delas.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Por exemplo, esquecer datas importantes, fazer o parceiro ficar mal na frente dos outros, obrigar as crianças a ligarem no trabalho do conjugue por coisas insignificantes, ser descuidado com a aparência, assumir o papel de vítima, gerar conflitos com os horários quando o parceiro tem algo importante para fazer, mostrar na frente dos filhos que o parceiro não tem razão, desautorizá-lo.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Escaparam da lista? Mas tem mais. Ressaltar os erros do outro (feio demais!), adoecer justo em uma data importante, não acompanhar o outro a eventos sociais ou ser pouco gentil neles, perder a hora quando o outro precisa de nós, esquecer de algo que o outro pediu especialmente, gastar o que haviam poupado em algo para si próprio, não se relacionar bem com seu entorno ou proibi-lo de ver certas pessoas. </span></span></div>
<div style="line-height: 12.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 9.0pt;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span> </div>
<div style="line-height: 12.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 9.0pt;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><b>Sucesso sexual</b> - O pavio da paixão está quase no fim? Stamateas preparou sete leis naturais para o sucesso sexual. Algumas podem soar óbvias, outras reafirmam aquilo que muitos tentam ignorar: Sexo é fantasia e, com amor, é claro, torna tudo mais gostoso. Antes disso, exige privacidade, um necessário abandono, entrega e muita comunicação. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Quem sabe não está aí um bom encaminhamento para o frio que começou antes do inverno? Se tudo der certo, a primavera será perfeita e o verão. muito mais leve. O autor assegura que as chances da monotonia desaparecer, são totais. </span><br />
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Aos interessados,”Paixões Tóxicas” é uma publicação da editora Planeta, tem 176 páginas e custa menos de R$ 20. </div>
Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-67635645074576769022015-04-16T14:05:00.000-07:002015-04-17T07:31:01.178-07:00Quem diz o que pensa ...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXPhACuyKcUOtsUWPe8yTSg_EunrJ6MJ6xnJJGwVEO1dhtr9mZyPcWjlRCstlPWScRohhGeh6OkFnPTlSrZlUm1kiC0QKDrgkiMtwpo8HQZKKO-uI_xiNpTQPDWRgaWohvA3TyvYQnzwks/s1600/arbitro2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXPhACuyKcUOtsUWPe8yTSg_EunrJ6MJ6xnJJGwVEO1dhtr9mZyPcWjlRCstlPWScRohhGeh6OkFnPTlSrZlUm1kiC0QKDrgkiMtwpo8HQZKKO-uI_xiNpTQPDWRgaWohvA3TyvYQnzwks/s1600/arbitro2.jpg" height="212" width="320" /></a></div>
Quantas vezes dizemos coisas sem pensar, sem um mínimo cuidado com prováveis constrangimentos. Comentários inocentes, mas danosos tipo “Não me diga que estás grávida!” àquela amiga que estava apenas gordinha. Pior fiz eu, ao cruzar com uma ex-colega dos tempos de bancário. Esperei quase 40 anos para cometer a mais estúpida mancada. “Continuas com a mesma elegância de sempre”, elogiei, concluindo em messiânica falta de tato.<br />
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“Este jovem é teu filho?” Com um com sorriso desconcertado, respondeu que os filhos estavam criados. Era viúva e aquele "amor novo", a salvara da depressão. Fiquei eu ali, a procurar, uma cartola de mágico que me puxasse o asno, em que eu me transformara. Outra vez, na saída da escola, todo pimpão com Tárik, meu filho caçula, uma senhora sorriu,simpática, e elogiou. “Como é lindo seu netinho”. Lembrei minha ex-colega de Banco e segui em frente.<br />
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Na semana passada, uma amiga, torcedora do Grêmio, concluía uma série de exercícios físicos no CETE, em Porto Alegre, quando o professor – que conversava com um amigo a provocou sobre a classificação de seu time, Gauchão. “Tens razão, estamos mal. Mas pior foi o Inter que teve uma mãozinha do juiz”.<br />
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Foi aí que o tal amigo do professor, que apenas acompanhava a conversa se apresentou. “Muito prazer, sou Diego Real, árbitro que apitou o jogo do Inter”. e lá ficou ela, com aquele ar de campeã mundial de bola-fora, em um torneio sem arbitragem, é claro.<br />
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O desculpável é que, na grande maioria destes casos, as pessoas não agem por mal. Querem ser simpáticas e buscam um comentário lógico e racional para quebrar o gelo. E criam uma barreira fria. A fulana está barrigudinha, então é gravidez. Comentários de futebol? Querem coisa mais descompromissada? Aquela provocação básica com um amigo. Quem poderia imagina que juiz de futebol, além de não ter mãe, tem amigos e pratica exercícios?<br />
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Por essas e outras, ando contido em meus comentários. Até porque a grande maioria adora me classificar como um gordo a beira da morte. “Ari cuida do coração”. “Teus joelhos vão se desmanchar”. “Te cuida, as mulheres não curtem gordinhos”. “Deve ser difícil comprar roupas, não é?” “Anota esse chá emagrecedor”. “Vou te passar o telefone de minha nutricionista” e tantas dietas e alertas assustadores. Como se não soubessem que, deliberadamente, escolhi ser gordo. Viver perigosamente.<br />
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Ora, que gente sem noção!Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-27031446558681141982015-04-02T06:40:00.000-07:002015-04-02T11:31:52.497-07:00A Grande Beleza <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYRAUYUuVaKqSeAiqyoCr0NmD3i862hqqzkTfVhDqNmiQBdEybPmnL35aos0hqj5V3FkzESMwa5jdkMkL6LXPxpaH795a6Gc3eagSF6HbaeUwwqDFdSP0602rA4-takRCstHpiItrs2cWM/s1600/beleza.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYRAUYUuVaKqSeAiqyoCr0NmD3i862hqqzkTfVhDqNmiQBdEybPmnL35aos0hqj5V3FkzESMwa5jdkMkL6LXPxpaH795a6Gc3eagSF6HbaeUwwqDFdSP0602rA4-takRCstHpiItrs2cWM/s1600/beleza.jpg" height="213" width="320" /></a>Somente na semana passada consegui assistir, do princípio ao fim, sem atender telefone ou mirar a rede social, o vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro do ano passado, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=M7tII8Dn8rE">“A Grande Beleza”</a>. O longa dirigido por Paolo Sorrentino, trata das reflexões sobre a vida do escritor, Jep Gambardella (Toni Servillo), ao completar 65 anos. É verão em Roma, ele mora em um elegante apartamento, no coração da capital italiana, mas está inquieto.<br />
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Na verdade, o personagem é autor de um grande e único sucesso, o romance “O Aparelho Humano”, que escrevera décadas atrás. Envolvido com a vida mundana, não conseguiu concluir nenhum outro livro, dedicando-se a uma bem sucedida carreira de jornalista social, onde decide quem é quem nas altas rodas, usufruindo dos privilégios de sua fama.<br />
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Mas a repentina volta à lembrança de um primeiro amor, ainda na juventude, o leva a questionar o mundo dos que o cercam e que, antes, assistia com indiferença ou cinismo. Homens e mulheres, empresários, a nobreza falida, os religiosos, são vistos de uma maneira aguda por Jep, em sua busca, não pelo tempo perdido, mas pelas coisas que realmente importam. Aos 65, percebe que aceitar o que não lhe agrada, é um perigoso tempo perdido.<br />
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O diretor Sorrentino - assim como não se preocupou com as comparações ao trabalho do mestre <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Federico_Fellini">Fellini</a> - também não emite julgamentos. Deixa para quem assiste a melhor interpretação das cenas, às vezes delirantes do filme. E ainda nos permite um olhar atento, às nossas próprias vidas. Não precisamos estar em Roma para agir feito os romanos. Aqui mesmo nos deparamos com gente e vidas semelhantes. Quantos projetos perdidos, quanta palavra desperdiçada em troca do reconhecimento que vira uma imagem desbotada, logo ali adiante.<br />
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“Viajar é útil, exercita a imaginação. [...] Aliás, à primeira vista, todos podem fazer o mesmo. Basta fechar os olhos. É do outro lado da vida,” afirma o trecho do escritor maldito Louis-Ferdinand Céline, que abre o filme e utilizo aqui, para encerrar este artigo. Viver é mais do que ser apenas correto ou valorizar a estética da vulgaridade que confunde fortuna com poder. A verdadeira beleza está em nos apresentarmos o mais semelhantes possível a nós mesmos. Sem perder a elegância, a leveza do espírito.<br />
.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-79206803011211413812015-03-03T07:05:00.002-08:002015-03-13T06:56:51.689-07:00Melancias no caminhão<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2zvF56f2AkTdV-ucHiZfV29BOnw7pJG2c3BG_Pg4Z889_abu3SPl8TEuOniqaobJiFC_8moS3r6Olae_c6iKXXI8i6psbF5UQjIMmGXAZ6sRbjiqFwfxCXL5bpj8gOV0OhLWinbchM3su/s1600/malancia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2zvF56f2AkTdV-ucHiZfV29BOnw7pJG2c3BG_Pg4Z889_abu3SPl8TEuOniqaobJiFC_8moS3r6Olae_c6iKXXI8i6psbF5UQjIMmGXAZ6sRbjiqFwfxCXL5bpj8gOV0OhLWinbchM3su/s1600/malancia.jpg" height="180" width="320" /></a>Por favor! Eu sei que a crise está pegando. A vida, cada vez mais cara, as promessas eleitorais engolidas em um mar de dinheiro desviado, entre cenas cotidianas da mais pura violência urbana. Tudo é tão agressivo que intimida. Em nosso mundo caseiro, nos vemos tentados a permanecer naquela pasmaceira Deus dará, tão nociva quanto o exagero dos protestos que assistimos nas ruas e estradas. O Todo Poderoso tem mais a cuidar do que a dieta do Ari ou o projeto que a Luluzinha engavetou por pura acomodação. Aquele plano de estudos que nunca sai da planilha, por exemplo.<br />
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<blockquote class="tr_bq">
Lá estou eu, no fundo do caminhão chamado 2015, como uma melancia que foi se acomodando no andar da estrada ruim. Estão todas em cima e eu, sufocado. No topo, a luz do sol, a brisa que refresca. E eu lá, deixando as coisas como estão para não enfrentar uma certeira incomodação. A enganosa facilidade do não mudar é ilusão, um truque de espelhos onde o reflexo é sempre melhor do que a realidade à volta.</blockquote>
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O ideal é aproveitarmos essa explosão de expectativas do 2015 que não deu folga. Ignorou férias, carnaval e abriu-se em denúncias milionárias, reajustes que assustam nos combustíveis, na energia entre tantas outras mazelas. Estamos em março? Parece que já se foram seis meses! Então, ao contrário do desespero, é preciso valorizar todo esforço, torná-lo meta de realização. Inclui aí maior domínio sobre as ações que possam indicar melhores possibilidades de renda, ou uma mínima paz interior.<br />
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É difícil? Com certeza. Ser a última melancia do escritório, lá no fundo, onde ninguém quer te ouvir e ainda te remuneram mal, exige apenas resignação. Eu sei, criar um projeto viável enquanto a casa cai é difícil, mas nunca impossível.Até um rebelde anarquista estabelece uma estradtégia.<br />
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Estive diante de muita literatura de auto-ajuda e não vi o milagre acontecer. Muita teoria e poica prática. É fundamental não ceder à tentação da acomodação que safadamente ajeita nosso bumbum na cadeira da rotina. Aí aceitamos qualquer coisa que não dependa de muito esforço ou criatividade. Basta repetir-se infinitamente.<br />
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A partir deste março, igual a um estudante que volta às aulas, é preciso aprender como se assume o comando deste caminhão de melancias. Criar tempo, acelerar as soluções, reduzir os problemas. Quem sabe, curtir a mudança das estações, escrever seu próprio livro. Crie seu próprio tempo, na ditadura das agendas funcionais.<br />
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<blockquote class="tr_bq">
Tua história não é original? Por mais semelhanças que possa ter com todas outras, será sempre única, se embebida em alguma paixão. Esta é condição que te levará a dias melhores. Cheios de vida e personagens interessantes, sejam bons, sejam maus! Creia, não existe idade para tal mudança. Determinação, é o que existe!</blockquote>
Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-40367737533682375662015-01-28T09:07:00.001-08:002015-01-29T06:13:13.703-08:00Um descasado e as sereias - Fim de história<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzGAB9JiFrC8maN83dWkCAxb_Q2dFASWnIOvwsvf_BAQX2_sy_wJqhyVQkILp99kysNrcpq8Y_B8IerOZ8oSnnpmd_15nlEf5ARC1zS_PU3xJYqWUyGPCld80EX-E5Jxm02iV1CpBMEjiZ/s1600/peixe2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzGAB9JiFrC8maN83dWkCAxb_Q2dFASWnIOvwsvf_BAQX2_sy_wJqhyVQkILp99kysNrcpq8Y_B8IerOZ8oSnnpmd_15nlEf5ARC1zS_PU3xJYqWUyGPCld80EX-E5Jxm02iV1CpBMEjiZ/s1600/peixe2.jpg" /></a></div>
Pescar, decididamente, não estava no projeto deste meu amigo descasado. Um típico macho da espécie que, ao chegar à meia-idade, só pensava em festa, para compensar o passado monótono. Circulou por quase todo litoral sul e não chegou ao porto desejado, Agora retornava de uma bem sucedida pescaria na Plataforma de Cidreira onde não fisgara nem uma sardinha sequer, mas observara a lua, o mar e o esforço do tio e de Cristina, bonita, mesmo vestindo um velho e surrado abrigo.<br />
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Não fugia as suas responsabilidades, sabia que transformar o resultado daquela pesca em alimento era com ele, então, não reclamou na interrupção de sua jornada em busca de sereias festeiras.Preparou um jantar especial, na casa de Cristina. Ouviu histórias de pescador, outras de vida. Cristina também era divorciada, perdera o marido para um professor de inglês. Disse que não era preconceituosa, mas sentira-se duplamente traída.<br />
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O vinho verde português que acompanhou a janta, arejou os espíritos, transformando melancolias em boas gargalhadas. Ao final da noite, o tio, alegando cansaço, voltou para casa. Ele permaneceu, com a desculpa de lavar a louça e embalar para congelamento os filés de peixe restantes.<br />
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Naquela noite e nas duas seguintes, trocaram confidencias de pele, suspiros doces carregados em maresia e suor. Foram à praia juntos. Sem dar as mãos, como se isso representasse algum tipo de compromisso. Um acordo extra-oficial.<br />
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Encontrara a companhia ideal, em uma pescaria, longe da tensão frenética dos bares da moda e seus drinks duvidosos. Na hora de retornar – as férias estavam encerradas para ele – ela ainda permaneceria, o sentimento era de uma paz sem bandeira, de um armistício na batalha dos afetos mal-resolvidos.<br />
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Embora decidido a não querer mais compromissos duradouros, sentia-se como aqueles peixes rebeldes que lutam contra a linha que os segura, já irremediavelmente fisgados. E só por isso que, com um fio de voz, perguntou da viabilidade de um reencontro.<br />
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“Melhor deixar assim. Foi tão bom, tão natural que não precisamos correr o risco de transformar esse momento em rotina, ou desilusão lá adiante. Ficamos só com a parte boa. Nosso vínculo será esse momento, breve, mas gostoso", respondeu Cristina.<br />
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Meu amigo, divorciado de carteirinha, macho independente acusou o golpe. Estava sucumbindo a seus próprios e argumentos.Disfarçou com bom humor. “Na semana que vem então, o velho capitão busca outro porto para ancorar”. Nem olhou para trás ao sair. Percebera naquele momento que fora o maior pescado daquela noite na Plataforma de Cidreira. <br />
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Ela fazia pesca esportiva. Fisgava só pelo prazer, para depois devolver ao mar. Intacto, embora a marca do anzol, às vezes, não curasse apenas com um beijo de adeus.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-49788569415645991112015-01-22T11:01:00.001-08:002015-01-29T06:15:32.831-08:00Um descasado e as sereias<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkcW6gTT4r6IjlXic8yEzUKaH5qyllWwDYvXog4lIfuY2hNnL3kThKMElVGTIixi4E4pb17E_2LI504o7g7SiTQTD_JOPe5g5G_nsmzzM0l2zMV58weW46VwFDOvF83t7rTEe58WtgWhHQ/s1600/sereias.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; display: inline !important; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkcW6gTT4r6IjlXic8yEzUKaH5qyllWwDYvXog4lIfuY2hNnL3kThKMElVGTIixi4E4pb17E_2LI504o7g7SiTQTD_JOPe5g5G_nsmzzM0l2zMV58weW46VwFDOvF83t7rTEe58WtgWhHQ/s1600/sereias.jpg" height="320" width="209" /></a>Um amigo, recém divorciado, entrou verão no típico embalo do "em busca do tempo perdido". Começou no litoral gaúcho, ainda tímido, com festa na casa de familiares. Em Cidreira, no aniversário de um tio - tios e tias é o que não falta lá - conheceu a filha de um ex-chefe. O ambiente caseiro não permitiu que rolasse nada excepcional. Aliás, “ficaram” e ele compreendeu o real significado deste pré-namoro: beijinhos e abraços, sem grandes avanços. E na retranca, ao contrário do esperado, permaneceu entre o sábado e o domingo.<br />
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Descasado em férias ignora as filas no supermercado, a interpraias maltratada das nossas cidades litorâneas e todos os riscos e fiascos típicos da temporada. Só precisa de bebida gelada e é claro, mulheres quentes. Assim, largou o veraneio típico de comilanças, carteado e sol para, na segunda-feira, avançar rumo a praias onde o agito é maior. Em Capão, conheceu uma psicóloga – ou melhor – foi reconhecido por ela que o via com freqüência na clinica onde trabalhava. Ele e a ex-esposa haviam tentado terapia de casais, antes dela encontrar a cura, nos intervalos das sessões, com um engenheiro civil.<br />
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A psicóloga era divertida, mas talvez por cacoete profissional, insistia em analisar cada palavra e movimento deste meu amigo que, como bom divorciado, estava cansado do monitoramento feminino. Mochila nas costas, seguiu para Atlântida. Lá, em sua busca da fêmea ideal, descolada e feliz, conheceu uma empresária do ramo de cosméticos. Bonita, já madura e com ar de quem não perde tempo, não hesitou em convidá-lo para um espumante ao final da tarde. Tudo corria bem não fosse a descoberta, na pior hora, de que ela era casada. E o marido quase batia à porta!<br />
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Escapou porque o sujeito enviou um whatsapp. "Tô chegando amorzão!" Avisar, colegas maridos, sempre pode evitar tragédias ou terríveis constrangimentos! Desolado, decidiu tentar a sorte nas praias de Florianópolis. Nada de momentos turvos, ondas de chocolate. Desistiu quando uma simpática argentina, em um destes botecos da moda, sei lá em que praia da ilha, insistiu que dividissem uma caipirinha. Mesmo à meia luz, embora bonita e cheirosa, ela lembrava demais, a avó de um ex-colega de aula.<br />
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Ainda experimentou Garopaba. Na casa alugada por amigos, divertiu-se muito. Cozinhou, bancou o DJ na noite, mas como todos eram casados, não atingiu seu objetivo: um rápido namoro de verão. Nos bares, dezenas de outros casais e alguns solteiros, a maioria homens, lhe mostravam um cenário desanimador. Aonde estavam elas, as solteiras, que em seus tempos de casado o furavam com olhares sedutores. Prometiam tudo!<br />
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E assim, à moda tatuíra, com quem vai se enterrar na areia da depressão, voltou às praias gaúchas. Ali poderia conversar com amigos e familiares. O tio – aquele de Cidreira – insistiu que o acompanhasse em uma pescaria na Lagoa. Aceitou, por falta de coisa melhor. E foi nesta pescaria que voltou a ver a filha do ex-chefe. Aquela do parágrafo inicial que adora pescar, coisa rara entre mulheres. O que aconteceu neste encontro, eu revelo no próximo post. Aguardem!<br />
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Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-86449380122385233862014-11-03T04:33:00.004-08:002014-11-03T04:47:22.273-08:00Romântico, eu?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNNe5op7mGqImEKEaBVqS2vNlpaUdywQOnRpToBfRkpC9TuOMyVepnen1e2AgIepsTEzcWb2T-4ptCWU2e24XJ18VTKNDNUXFGEOxeMuh27L4oGS1r93tpQ8OLpPV_C89mGz9sV7dQUmdu/s1600/luaazul.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNNe5op7mGqImEKEaBVqS2vNlpaUdywQOnRpToBfRkpC9TuOMyVepnen1e2AgIepsTEzcWb2T-4ptCWU2e24XJ18VTKNDNUXFGEOxeMuh27L4oGS1r93tpQ8OLpPV_C89mGz9sV7dQUmdu/s1600/luaazul.jpg" height="277" width="320" /></a></div>
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Meu bem entenda, nosso problema é <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sem%C3%A2ntica">semântico</a>.</div>
<div style="text-align: center;">
Na verdade, eu não sou aquilo que idealizas.</div>
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O par perfeito, um ser etéreo, romântico.</div>
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Desista de mim se é disso que precisas.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: center;">
À noite me encontrarás abraçado a lua.</div>
<div style="text-align: center;">
Ou entre estrelas a medir o infinito...</div>
<div style="text-align: center;">
Pobre tolo, dirás antes que meu verso conclua.</div>
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Imagina! Mensurar o imensurável!</div>
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Mas não será tua, a alma romântica?</div>
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Enquanto eu, patético, em esforço admirável</div>
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Tento empiricamente compreender <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mec%C3%A2nica_qu%C3%A2ntica">física quântica</a>.</div>
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Beijar é química pura. É a mistura homogênea de sais</div>
<div style="text-align: center;">
Beijar eriça, tira um corpo da inércia!</div>
<div style="text-align: center;">
Viu? Voltamos à física, apesar dos suspiros e dos ais.</div>
<div style="text-align: center;">
Confundir com romance - me perdoe a rima - é <a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1606200905.htm">solércia</a></div>
Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-13081839563641149832014-10-30T05:51:00.002-07:002014-11-03T04:32:09.228-08:00Mulher quatro rodas<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBoC85VEPxBdvJOKsCn4BihC6FgFhCMMk1DfrofJpz5j89S9zq65qD0ZQg0gtdp9QWR8Iu_2eqGuYjVHhsBTbrVbgBy6CmucPT2cAOD0kyyz5r7WZe7-S6f9HRuYQVb7UTo147yIDPQOm1/s1600/mulher+ao+volante.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBoC85VEPxBdvJOKsCn4BihC6FgFhCMMk1DfrofJpz5j89S9zq65qD0ZQg0gtdp9QWR8Iu_2eqGuYjVHhsBTbrVbgBy6CmucPT2cAOD0kyyz5r7WZe7-S6f9HRuYQVb7UTo147yIDPQOm1/s1600/mulher+ao+volante.jpg" height="178" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Elas são iguais aos carros?</td></tr>
</tbody></table>
Rodolfo Rodrigues, bancário e aficionado por automóveis, volta e meia me envia e-mails com dicas de camionetes tracionadas, pois insiste que eu, vivendo em um sítio, preciso destes modelos e não de carros macios, feitos para o asfalto. De quebra, me conta relatos de suas conquistas amorosas. Ele, como todo bom machista, se diz especialista em mulheres. É do tipo de paixões intensas, diz ter aprendido tudo sobre elas ao idealizar uma perfil do universo feminino a partir dos carros. "Avaliar uma mulher é muito semelhante a um automóvel", garante. Então, os irmãos Meneghini, sócios na loja onde meu amigo Gilba Jasper, compra todos seus carros, em Arroio do Meio, em outras palavras, seriam mestres no assunto?<br />
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Por exemplo, a atual namorada do Rodolfo, está em fase de teste drive. "Não é zero, mas tem aquele perfume típico do estofamento de couro novo", afirma entusiasmado. Boa de suspensão resiste bem a ao tranco. Sempre fez as revisões periódicas em autorizadas. Saúde é fundamental, acredita. Igual a um auto de luxo, a mulher ideal precisa ser de condução leve e macia. Caso contrário, é como comprar um carro sem ar-condicionado e direção hidráulica ou eletrônica.<br />
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"Esse negócio de não usar batom, não cuidar das unhas, não depilar-se é como descuidar da manutenção do carro. Não precisa ser <i>mulher-perua</i>, pode ser uma <i>mulher-sedan</i>, ou mesmo, <i>mulher-off-road</i>, com todo o conforto que a vaidade exige". Air bag? Rodolfo ri de minha provocação. Air bag é acessório obrigatório. Não precisa ser original de fábrica. Adaptações posteriores com silicone de boa qualidade, são aceitas.<br />
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"Não quero uma mulher-objeto, igual a um veículo de quatro rodas. Seria machismo demais", reconhece. "Mas não admito que só ela determine como se dirigirá a relação". Tento argumentar que um carro é apenas uma máquina. Uma mulher só pode ser comparada a um sonho. Mesmo que um dia, cheguemos a conclusão de que essa mulher é uma utopia. "Eu sei, estás falando dos protótipos das feiras internacionais de automóveis", argumenta.<br />
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A "máquina" atual do Rodolfo, digamos assim, chegou com o sistema propulsor amaciado, apesar dos maus tratos do antigo “proprietário”. Rodolfo passou a trocar o óleo com mais freqüência, a lubrificar as partes que sofrem mais desgaste e exigem cuidados e extrema delicadeza", me afirma com gestos de experiente piloto. Destaca a suspensão firme, embora macia. Coxas grossas semelhantes a pneus radiais de alta aderência, que absorvem bem o impacto e não derrapam mesmo sofrendo os mais variados impactos.<br />
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O problema é que um semi-novo tem garantia curta. E quanto mais acessórios, maior o custo de manutenção. Acrescente-se niso, as reformas estéticas. O típico estica ali, puxa aqui das mulheres. Manchas na pele, rugas em locais que você nem percebe mas que, para elas, aparentam chagas a desvalorizá-las em um mercado competitivo. Há sempre um modelo novo no mercado. E quando começa a consumir mais em óleos lubrificantes? Um dia estão bem, noutros péssimas, só fazem contato no tranco "E nestes casos elas te acusam de insensível, brutamontes!" reclama.<br />
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Os carros eletrônicos, tem CPUs a provocar misteriosos defeitos, e especialistas caros que pouco ou nada resolvem. "É a mesma coisa com as mulheres. As vezes tornam-se esquivas, desanimadas. Reclamam de tudo, não querem sair, ficam na garagem, digo no quarto, recolhidas de farol baixo, sinalizando depressão. Aliás, nestes casos, os carros tem uma vantagem. Não existe TPM veicular! Mas o pior de tudo, são aos "<i>mulheres-ônibus</i> onde sempre cabe mais um." Quando eu disse que a comparação com transporte coletivo era um exagero desrespeitoso ele ironizou.<br />
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"Arrepiou? Quer bancar o politicamente correto? Estás assim porque só tens andado em máquinas fora de linha ou com marias-gasolina. Aliás, veículos e mulheres tem um custo alto demais se calcularmos o tempo a ser desfrutado em seu interior.", conclui às gargalhadas. Encerrei o bate-papo ali mesmo.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-47264084477015284752014-09-16T10:16:00.000-07:002014-09-16T11:20:16.532-07:00Os que sofrem mais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-B6kUN0L4r7A/VBh7fDY2REI/AAAAAAAAHkQ/CjqismrW-98/s1600/lagrimas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-B6kUN0L4r7A/VBh7fDY2REI/AAAAAAAAHkQ/CjqismrW-98/s1600/lagrimas.jpg" /></a></div>
Algumas pessoas têm a especial habilidade de valorizar dramas pessoais além da conta. Acompanhei nas redes sociais uma conversa digitada neste rumo. Era tal de “ninguém me entende, só acontece comigo e o que eu fiz para merecer isso” que chegava a enojar a quem curtia, ou descurtia, o bate-papo online. A mulher reclamava que o marido adquirira uma bactéria ultra resistente. “Tu nem sabe, gastamos uma fortuna, ele emagreceu, desconfiei até de doença sexualmente transmissível. Justo ele, que mal dá conta em casa”, detonou a esposa.<br />
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E navegando na autopiedade dizia que em uma outra vida devia ter sido uma pecadora insana para sofrer tanto! A lista de infortúnios cotidianos era interminável: falta de remédios, filas intermináveis para consultas com especialistas milionários, como se fosse a única a viver tais desconfortos. A todo comentário solidário que recebia, respondia com relatos escabrosos, ou nem tanto, de seu dia a dia à beira do leito hospitalar.<br />
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Isso foi até uma de suas amigas perguntar, talvez irritada com essa mania de se tornar “a maior vítima do mundo”, sobre o verdadeiro estado do esposo já que ela estava podendo acessar a internet. E a lamurienta precisou reconhecer que, finalmente, haviam encontrado uma medicação eficiente e o organismo do infeliz reagia positivamente. Até uns quilinhos ganhara. Graças a Deus! “Viu? Nem tudo é problema em tua vida. Com fé sempre se encontra uma solução”, disse a amiga otimista.<br />
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E mesmo alertando que não gostava de colocar temas tristes nas redes sociais, essa mesma amiga confidenciou ao grupo um drama pessoal bem recente. “Vocês sabem que desde a morte de meu marido, nunca mais tive outro relacionamento.” Mas no ano passado, conhecera “um senhor muito simpático”, em uma excursão ao Nordeste. E da conversa descompromissada, iniciou uma amizade mais íntima. Um namoro discreto como o de muita gente madura, que já não acreditava mais nisso. Em poucos meses eram parceiros em cinemas, jantares e viagens.<br />
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Não escondiam nada, mas também não revelavam a relação para os outros. Isso durou até o dia em que, repentinamente, perderam contato. Ela ligou várias vezes e nada! Foi até ao apartamento dele e o zelador repetiu o que ela já sabia: estava em visita a filha, em Belo Horizonte. Mas por que não atendia? Ou ligara como haviam combinado? Na semana passada, veio a resposta. A filha, pedindo desculpas por não retornar as ligações. O celular fora localizado, totalmente desmontado, debaixo da cama.<br />
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Relatou, entre lágrimas, que o pai sofrera um infarto fulminante. “Quer notícia mais dura e triste? Tu tens ainda teu marido e, eu, de alguma maneira, voltei a ser viúva”. A outra, fatalista como sempre, manifestou seu pesar, é claro. Mas contra-atacou:<br />
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“Pelo menos tu não viveu a angústia que ainda enfrento. E se o tratamento não der certo?” A conversa acabou ali mesmo. A dor maior sempre será do egoísta que se faz de vítima. Tenho certeza que meus caros leitores já cruzaram com gente assim. Ou serei eu o único?Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5590019247302075426.post-4423336125031616922014-09-05T08:18:00.001-07:002014-09-05T08:18:16.255-07:00O fast-food do UniversoO governo do Peru declarou como patrimônio cultural da nação os conhecimentos tradicionais e usos da <i>ayahuasca</i> praticados por comunidades nativas em sua floresta amazônica. Aqui no Brasil, a planta é conhecida como "Santo Daime" e entidades como o Alto Santo, Barquinha e União do Vegetal, solicitam o reconhecimento do governo para seu uso em rituais religiosos, como patrimônio imaterial da cultura brasileira.<br />
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Os peruanos justificam a iniciativa ao destacar que a capacidade psicotrópica da planta atua sobre o psiquismo, a atividade mental, o comportamento, a percepção, sendo conhecida no mundo todo como uma planta indígena que transmite sabedoria para os iniciados sobre os próprios fundamentos do mundo. Quem me enviou essa notícia foi um antigo parceiro dos anos 60 ao lembrar os tempos dos hippies, quando muitos buscavam essências divinas entre alucinógenos e meditação transcendental. Entre outros, o livro "Uma Estranha Realidade", do mexicano Carlos Castaneda é um bom exemplo.<br />
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Na época, meu amigo, achava tudo isso uma grande bobagem. No mínimo uma desculpa para drogar-se. Hoje, diante da violência, do pragmatismo exacerbado que destrói o núcleo familiar e torna a existência uma encruzilhada de compromissos materiais e questionáveis conquistas revolucionárias, passou a acredita que, ao buscar respostas interiores e dar um tempo para pensar a vida, tudo ganha mais sentido.<br />
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Morremos assassinados por meninos sem fé, bandidos sem limite e policiais sem razão. Um mergulho na experiência ancestral de quem tão bem se relacionava com a natureza, não ajudaria um pouco? Respeito os que utilizam a ayahuasca como religião. Mas ainda acho que a prática da meditação, seja através de yoga ou outro método ainda é um caminho mais limpo. Evita a poluição química do organismo, te obriga a um verdadeira abrir de portas.<br />
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De qualquer forma, algo precisa ser feito imediatamente. É preocupação demais com dinheiro, cartões magnéticos e carro novo. E o sexo? Queremos o melhor, o maior, o mais sarado, ou o mais excitante sempre e a qualquer hora. Trocamos a naturalidade das coisas, por fotos maquiadas em revistas, espetáculos onde vale tudo e tudo passa a valer nada. Não é esse o caminho do prazer e amor.<br />
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Aquele que pretende emagrecer deve, antes de tudo, retirar as "gorduras" que oprimem a constatação de que somos o fast food do Universo. É tão curta nossa passagem que precisamos temperar a vida com as finas ervas da fé, da sabedoria que nada tem a ver com o conhecimento tecnológico mas que se somada a este, lhe dá mais sentido. E sentido é tudo o que buscamos.<br />
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Está certo o governo peruano ao reconhecer uma tradição popular. A valoriza de tal forma que a impede de acabar como produto nocivo que simplesmente aumentaria o vazio da alma humana. Assim como aconteceu com outra planta de origem indígena - a coca -, que ao ser processada pelo colonizador oportunista, transformou-se em uma das mais mortíferas desgraças da sociedade moderna.Ari Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/16473718346242422554noreply@blogger.com0