segunda-feira, 8 de setembro de 2025

O tempo é rei

Sábado passado assisti ao show de  Gilberto Gil que, aos 83 anos, retomou as apresentações, após a morte da filha Preta Gil. “Tempo Rei” é um espetáculo perfeito, com momentos que me levaram do sorriso às lágrimas, em pura resposta à sensibilidade do artista à sua  reflexão sobre a natureza transformadora do tempo, soberano absoluto, mas nunca uma força de extinção. A frase "Tempo rei, ó tempo rei, transformai as velhas formas do viver" é a aceitação da mudança constante e, em meio a isso, a busca por um propósito a essa curta passagem terrena. 



Nas cadeiras abaixo da minha, tinha um grupo animado de jovens senhoras que, entre os muitos assuntos, recaíam, basicamente, na questão da saúde. Dores lombares, enxaquecas mas, especialmente, nas diversas classes de medicamentos antidepressivos, que estimulam a serotonina, nossa importante “molécula da felicidade”. Trocavam vivências, desde efeitos colaterais aos possíveis sintomas de abstinência ao abandonar os remédios. Tudo tarja preta!



Uma delas disse que sofrera muito tempo com transtornos de ansiedade e esses remédios a haviam salvado. Mas falava de olhos fixos ao palco, ansiosa. Quando passou um ambulante oferecendo vinho, as três brindaram com um duvidoso cabernet sauvignon. Foi aí que, por alguns momentos, entramos em sintonia. Uma delas gritou: “Vinho é o meu calmante!” As amigas riram, levaram as taças em direção ao palco e, com certeza, naquele momento a alma delas cheirava a talco, “feito bum-bum de bebê como, posteriormente, cantou Gil.



Mas levar a bebida à condição de bálsamo também é exagero. Um taça, quem sabe, estabiliza. Os vinhos, inclusive em cultos religiosos, representam a alegria, a fartura e a benção. Mas na medida certa, sem o trágico caminho do alcoolismo. E aí volto às moças do show. Movidas pelo vinho, naturalmente se abriram a comentar sobre amores, ilusões e desilusões. Estavam solteiras pelo que entendi. E em busca de amores, senti. Uma delas reclamou que o tempo estava passando muito rápido. Perdi o resto do comentário porque o show iniciou. 



Eu que já superei a fase dos medicamentos, mas sigo parceiro de bons vinhos, lembrei outra canção sobre o tempo, “All Things Must Pass” (Tudo Passa), do beatle George Harrison, que já partiu mas deixou sua mensagem: “O nascer do sol não dura toda a manhã, nem um céu carregado de nuvens será o fim do amor que partiu sem aviso. Nunca será sempre assim, cinza. Afinal tudo passa”. 



E neste momento, já distante da juventude, aprendo com a maturidade a valorizar cada dia vivido. Um amigo poeta uma vez disse, ao me ver frustrado com essas coisas típicas de um cotidiano difícil. “Não esqueça jamais: sonhos não possuem prazo de validade. A vida coloca obstáculos, mas tu define os limites”. E talvez por isso, Gil supera a perda de uma filha ao voltar às apresentações, cantando:  “Não me iludo. Tudo permanecerá do jeito que tem sido. Transcorrendo, transformando. Tempo e espaço navegando em todos os sentidos”.


segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Inverno no calor dos encontros

 Confesso que já gostei mais dos invernos. Apesar da chuva, da geada que  resseca a grama, eu dava mais atenção à correria de meus filhos, gostosos de apertar, feito bichinhos de lã, com suas bochechas vermelhas e fofas. Lembro do frio que cortava feito diamante o vidro da janela e me obrigava a recorrer aos chás, cafés especiais e, quando possível, provar vinhos mais encorpados. Até uma confraria criei ao lado de amigos. O ar gelado era desculpa para reuniões animadas. 


Enquanto o gelo cobria a capota dos carros, lá fora, no calor da lareira esquentava-se a vida. Lembro dos amigos que recitavam poesias, inspirados pelo mesmo deus Baco que, de propósito, os fazia esquecer estrofes, ou engolir rimas. Mas tudo era válido, quente e aconchegante. Porque era inverno e estávamos juntos. 


A lareira parecia nunca apagar, a adega sempre cheia. Os confrades traziam seus vinhos e pães, queijos, salames coloniais e caldos a ferver seus vapores aromáticos. O inverno se cobria de um frio suportável assim, mesmo que insistisse em chuvas intermináveis, entremeados de raros dias de sol pleno, abaixo de zero. Lagartear era tudo o que se precisava para recarregar as baterias.


Chimarrão, chás de todos os tipos e cafés servidos direto da cafeteira italiana. Era energia pura, que se agarrava na certeza de que toda estação tem seu encanto, mesmo que absolutamente fria, com ares melancólicos, quase depressivos. Eu não me permitia sofrer contra o óbvio. Porque reclamar do inverno frio, se não tinha como ser diferente. A alternativa, o norte ensolarado, era apenas uma fantasia cara demais para ser verdade. E duraria poucos dias. Longos seriam os meses a pagar passagens aéreas e hospedagem.

Quero de volta esse frio que convida a algum tipo de celebração. Que não me isole num edredon solidário. É bom, mas não é tudo. Brindar a reação ao frio é importante também. Logo ali teremos o advento gostoso da primavera, em seguida o verão, onde reclamaremos do calor, cada vez mais extremado.    


Mas por enquanto, quero a certeza de que, com algum esforço criativo, não nos faltará parceria para aquecer a tão necessária alegria de viver. Encontros próprios para se quebrar o gelo, melhorar o humor. "E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia, dentro de mim, um verão invencível," filosofou o escritor franco argelino Albert Camus. Que assim seja!

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Crise existencial e um cabernet

 

Algumas vezes, me pergunto se está tudo realmente bem encaminhado na minha vida. Uma amiga, psicanalista, diz que todos  nós passamos por esses momentos. Questões existenciais são perguntas frequentes, e profundas, sobre a natureza da existência humana, o propósito da vida, a liberdade, a morte. Qual o significado de tudo isso? Depois de muita leitura e  alguma autoajuda barata, decidi pela constatação que considero  definitiva: vivemos entre a ilusão da felicidade eterna e a certeza do preço que pagamos para encontrá-la. 


Um vizinho, parceiro de confrarias, acompanhou minhas divagações filosóficas, e ameaçou me tirar o copo de vinho se eu não trocasse a pauta pesada por dúvidas mais objetivas e frequentes.  “Será que vai esfriar mais?” sugeriu. Mas a pergunta congelou no ar e eu retomei a filosofia barata sobre a condição humana e a busca da perfeição por meio da sabedoria, empatia e comportamento íntegro. 


Corri até a sala, abri outra garrafa e decidi esquentar meus amigos com taças de um bom cabernet. Mas ao segundo gole, lá veio o vizinho, provocando ironicamente, ao reafirmar que a noção de perfeição pode e deve ser questionada, “afinal errar, como o vinho que tu me serviu agora, é parte de nossa condição existencial”. 


Bebia o que eu oferecia e ainda criticava, justificando que a imperfeição fazia parte da humanidade. “É o que dá asas à evolução. Por isso, na próxima vez, vais me oferecer um Malbec, vinho bem mais encorpado e adequado à temperatura de hoje”, sugeriu com ar de esnobe sommelier. Certamente esse amigo sabe muito pouco sobre evolução, ou filtra o que lhe serve em bate-papos etílicos. 


Corri à adega e voltei com o vinho encorpado exigido. Quem sabe assim, conseguiríamos uma pitada filosófica sobre a busca por sentido em um mundo aparentemente despido de significado. E reservamos um viva às safras de tintos robustos, às conversas malucas, provocações bem humoradas e a paciência de quem chegou até fim deste texto. Aparentemente, bem encaminhado. Tim-tim! 

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Até que a instabilidade os separe

Ela era uma das maiores divulgadoras de jogos de azar no país, ele filho de Leonardo e igualmente intérprete sertanejo.  Eu me refiro à influenciadora Virginia, que nessa semana anunciou a separação de Zé Felipe, prometendo que serão “apenas amigos”, aquele lugar comum de todos  divorciados que se esforçam em manter a elegância, apesar do roteiro de “sofrência” que costumam cantar. Ganharam notoriedade por serem famosos, mas li nos jornais que, no ano passado, houve um aumento nos divórcios no Brasil, marcando um recorde de 420 mil casos. 


O amor para todo o sempre, está cada vez mais finito, atarefando cartórios na discussão de sentimentos e partilhas, às vezes, nada amistosas. Sim, desse total,  340.459 foram realizados por meio judicial e 79.580 de forma extrajudicial. O número de casamentos, por outro lado, apresentou uma queda, refletindo a tendência de diminuição contínua desde a pandemia. É o amor perdendo para a paixão? Meu coração romântico ainda tenta uma salvação para as ditas uniões estáveis, cada vez mais sujeitas a chuvas e trovoadas. 


Talvez a sertaneja Virginia tenha confundido a moral dos relacionamentos com a do jogo que divulgava em redes sociais. Mas o “Amor não é jogo de azar”, já alertavam os igualmente sertanejos Bruno e Marrone. Quando termina, por esse ou aquele motivo, deixa lá seus rastros de bons momentos, mas principalmente, muita mágoa e frustração por tantas promessas e juras corrompidas.  Eu sei do que falo, estou em um terceiro relacionamento e, desta vez, mais curtido e experiente com a vida à dois, sei que ela deve ter um bom acordo e regras para depois não ficar naquela discussão tipo “a culpa é tua”. 


Tenho um amigo que, nos longos anos em que convivemos, já deixou o lar umas dez vezes. Um quase recordista da rendição. Atualmente vive próximo a ex mas se diz independente. Livre! Pensa que me engana, eu sei das visitas íntimas sorrateiras que promovem. Meu pai dizia que o mundo da tecnologia, da cultura de massa e o número avassalador de divórcios, não acabaria com os casamentos, mas o tornaria flexível na mais ampla leitura dessa palavra. Entre tapas e beijos é o que tenho percebido.  Estarei errado?


quinta-feira, 15 de maio de 2025

A salvos no pleno outono

 

Outono é minha estação favorita. E não é apenas a sensação térmica amena que me seduz, ou os doces aromas de chocolates quentes,  a volta dos assados, o calor do forno. Manhãs frias, tardes quentes, noites que pedem um cobertor. Existe algo a mais na troca de estações. É uma predisposição a misturar alegria e melancolia, a pedir vinhos mais encorpados e cervejas escuras. A exigir minutos a mais na cama na hora de levantar. Algo acontece e não tem a ver com quedas hormonais ou  pressão arterial. Sim, o vovô está a salvo. 


Um amigo viúvo, diz que a antecipação do outono o faz lembrar o passado, com a falecida. "Era o período em que estávamos envolvidos com nós mesmos e tudo parecia conspirar a favor”. Hoje tem uma namorada, mas a relação deles é tipicamente de verão. Viajam juntos, curtem praia, bares e fazem amor até cansar. E acho que ele cansa mais, do que faz. Depois, a coisa volta à rotina, como se uma barreira invisível os colasse ao cotidiano. Sozinho, percebe a movimentação do ar, dos ventos, das questões interiores, da natureza que sutilmente se transforma.


Outono e especialmente o inverno,  exigem um pouco mais de nós. Assim como o corpo pede alimentos calóricos, o espírito também precisa de um bom cobertor, de um sopão aromático onde a essência que lhe dará tempero será a energia acumulada nos anteriores dias onde a luz era farta. 


Outra amiga, me segreda que sonha em ter alguém com carinho e afeto quentes. Mas antes disso, reconhece, precisa mover as resistências geladas que a abraçam. Os medos, a perda do espaço. Mas o outono é mais leve justamente para ajudar nessa troca, digamos assim, de folhagem existencial e quem sabe,  liberar os empedernidos a essa busca.


É bom ter alguém para aquecer. Não importa a motivação: amor, identidade ou interesse simplesmente. Não é esse o outono que você idealiza caro solteiro convicto? Abandonar as redes sociais e por algumas horas se refugiar em um bom e macio cobertor. Livros ou uma seleção de filmes não-depressivos, ajudam muito. Um jantar quentinho com os amigos. Um chá com familiares domingo à tarde e uma fatia daquela torta, receita antiga das tias e vós. É outono puro. 


Época linda para se observar os campos, paisagens urbanas, especialmente no pós tragédia climática que nos atingiu. O tom amarelo-dourado das folhas, ilustram instantâneos magníficos. Lembro do meu pai, na sacada, logo após o almoço. Permanecia ali, atento, emoldurando pensamentos bons e retornando alguns minutos depois para o interior da casa, sempre com seu melhor sorriso outonal.


No verão, é diferente, você quer se integrar à paisagem. Assumir os tons criados pelo sol. No inverno, a chuva e a geada nos obrigam a cerrar o olhar e as cortinas. Observamos a vida através das janelas. Muitas vezes a tristeza aperta. A primavera é linda, mas ligeira. Aqui no Sul, chove muito e lá se vão as flores e as cores vivas. A primavera é perfeita demais para garantir-se a eternidade.


Aproveitemos então, neste outono, as memórias sem dor, os projetos sem prazo, os dias amenos e a brisa que varre a estética bonita das folhas secas. Vamos fingir que reinventar a vida é simples. Que conseguiremos decifrar o que ainda nos angustia e que, examinado a fundo, com todo o rigor, não deve ter a menor importância. 

sexta-feira, 28 de março de 2025

Turismo da reconstrução


Vinha naquele ritmo de um sujeito saudável mas carregado de sacolas de compra. Um mini rancho, proporcional à aposentadoria que passou a receber desde janeiro. Mas era um sujeito prevenido. Tinha acertado  uns bicos de marcenaria para sempre ter um extra. Planejava conhecer melhor o Rio Grande do Sul. Por exemplo cidades devastadas pelas cheias. Como está a reconstrução? Ao me avistar apontando na esquina, perguntou o que eu achava de seu projeto “turístico-cultural”. E me prometeu  iniciar o roteiro pelo Vale do Taquari, “vou dizer que sou amigo do colunista do Alto Taquari, em Arroio do Meio”, brincou.



O que esse amigo propõe é um sadio turismo regional. Temos o que exibir, desde paisagens naturais, gastronomia e cultura. Ele está certo, assim como os quase 600 mil visitantes internacionais que, apenas em janeiro deste ano, chegaram ao nosso estado. Por enquanto as vinícolas na Serra e Gramado - é lógico - atraem num primeiro momento. Mas esse mesmo amigo lembrou outras regiões que valeriam um passeio.



Atualmente, a grande maioria das cidades gaúchas tem condições de absorver um razoável fluxo turístico. Esse meu amigo lembrou que esteve a trabalho em Lajeado e curtiu muito as horas de folga que viveu. Comeu e bebeu bem, comprou um mimo bacana para a esposa e, na hora de retornar, ainda encontrou quem lhe oferecesse cervejas artesanais produzidas na região. “Só me faltou conhecer o Morro Gaúcho. Mas voltarei”. Bem diferente da vez em que passei pela região, muitos anos atrás, num domingo, e não encontrei um único boteco para um lanche. 



Ajudei meu vizinho a carregar as compras até seu edifício. E lembrei dos dias de enchente - em setembro do ano passado, quando pensei que a Capital não seria a mesma. Adeus, turismo. Mas vejo que não é bem assim. Estamos reconstruindo, oferecendo novas atrações e creio que isso se repete em todo o Estado. Cada um à sua maneira, mas convencidos de que se é lazer para os visitantes, é fonte de renda, empregos e um importante meio de valorização da cultura e patrimônio locais. 


quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Viva a Repúbica!



Não há nenhuma razão, é isso que está errado, não aceitar nossa condição de mulher, de boneca sentimental, mas o que fazer! Mas por que usamos tanto o coração? Ai que tédio, ser tão sentimental... Por que não ser de pedra, como os homens? Mas é inútil querer imitá-los. Temos que nos conformar em invejá-los" Púbis Angelical - Manuel Puig

Essa história aconteceu há pouco tempo e tem a ver com o 15 de Novembro, feriado da proclamação da república brasileira. O movimento que explodiu lá em 1889 derrubando a monarquia, incentivou Jane a se rebelar contra Jonas, o marido. Ela o acusava de transformar uma bela união estável em um reinado absolutista. Ele o imperador máximo e ela, uma típica rainha do lar, onde o cetro se transformava em vassoura.

 

Jane sabia que, em parte, a culpa era dela. Incentivara mimos demais no início da relação e  Jonas abusava. Por exemplo, exímio cozinheiro na fase de namoro, conquistou a esposa com risotos variados e ainda era carinhoso, gentil e vigoroso amante. Toda semana lhe oferecia flores, ou mimos como livros e doces especiais da confeitaria favorita dela. 


Jonas alegava que assim, manteria a doçura na medida certa para os momentos mais amargos da vida que, inadvertidamente, chegaram apesar dos quindins e outras guloseimas. O marido não se conformou com as queixas. Sentiu-se igual ao Jonas bíblico, preso à barriga de uma baleia. Mas se essa era a sua missão, se esforçaria mais  para voltar a ser o marido que a fazia feliz. 


Jonas reclamou do sufoco nos últimos tempos. Ambos haviam sofrido com o coronavírus, a casa onde vivem, escapou por poucos das cheias, mas todos seus amigos haviam sido afetados.  E de bom esposo, quem sabe, havia se tornado um sujeito assustado com as tragédias naturais. É claro que ela não caiu nessa desculpa. E xingou a acomodação em todos os níveis. Todos! 


E foi aí que acendeu a luz de emergência na cabeça de Jonas. E partiu para um plano que o livrasse da barriga de qualquer baleia doméstica. Jurou que, a cada virada de mês - sem uma data específica - celebrariam a proclamação da “Repúbica” dos países baixos (revisores, sem o L mesmo). Uma forma marota de afirmar que além dos acepipes que ela se habituara em mais de uma dezena de anos, seria um exemplo dedicado de fervoroso amante. 


Jane achou justo e divertido, mas desconfiou de alguns termos do acordo como, “na virada de mês” ou “sem data definida”. Sentiu nessas palavras  um certo tom de procrastinação à caminho. Mas não bancaria a insensível.  E só por isso, deixou o alerta de que, em caso de rompimento do acordo proposto, iria buscar uma comemoração fora de casa, sem direito a queixas ou condenações. 


Ainda citou o próprio Jonas que, no período inicial da relação proclamava:  “O amor elimina o hormônio do estresse, libera endorfina, aquela  sensação prazerosa” e, aparentemente, havia assumido uma condição de marido relaxado. Era um Jonas de castigo, na barriga da baleia do comodismo. Mas se na criação da república brasileira houve um compromisso pela unidade, ela exigia rigorosa fidelidade às antigas promessas do casal. Era isso ou ele sofreria um autêntico golpe de estado, bem lá, na tal “repúbica.” 


O tempo é rei

Sábado passado assisti ao show de  Gilberto Gil que, aos 83 anos, retomou as apresentações, após a morte da filha Preta Gil. “Tempo Rei” é u...