Pesquisar este blog

terça-feira, 20 de julho de 2010

Achado não é roubado. Não?

O que você faria se no canteiro de uma residência, bem próximo a porta, encontrasse uma nota de R$ 100 reais? Educadamente perguntaria se alguém perdeu o dinheiro? Ou simplesmente seguiria em frente, deixando ali para que o verdadeiro dono desta quantia aparecesse? Meu filho mais novo, que faz intercâmbio na Alemanha, foi desafiado a deixar 100 euros em frente a casa da família onde reside. Se alguém levasse o dinheiro, herr Gerhardt o "pai" alemão dele, o restituiria. “Coloquei à vista de todo mundo. As pessoas passaram, e ninguém tocou em meus 100 euros”, relata o impressionado Tárik.

Não existem seres superiores na Alemanha, ou em qualquer outro lugar do Planeta que consideramos o "Primeiro Mundo". Existe sim, gente educada a preservar o espaço alheio, a não tocar no que não é seu. Gente que foi ensinada, desde a idade pequena a respeitar as pessoas ou, no mínimo, temer as leis, que são rigorosas e melhor ainda, eficazes. Não tem conversa fiada. Educação é tudo. E aqui ainda engatinhamos neste sentido.

Lá, se não é para se jogar papel na calçada, você não joga porque aprendeu que uma cidade limpa é mais saudável e bonita. Os que não conseguem assimilar um mínimo de ivilidade, vão acabar pagando multas, pegando cadeia e ainda enfrentar a rejeição pública.  Pegar o dinheiro que está ali na calçada, aparentemente sem dono, pode prejudicar alguém. É preciso ensinar as crianças a pensar sobre seus atos e consequencias. Dar-lhes conteúdo para o exercício da reflexão. É assim que formaremos adultos responsáveis e solidários. 

Meu filho, apenas no trajeto de casa para a escola, aqui em Porto Alegre, já foi assaltado algumas vezes por outros guris iguais a ele. Todos impunes, soltos e dispostos a machucar, ou mesmo matar, por trocados, um boné, um celular usado. Uma nota de 100 pilas? Meu Deus!  

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Ari! O depoimento do Tárik é o resumo do que hoje é evidente para todos: se constitui num investimento e não despesa. Significa menos gastos em saúde porque a higiene e os cuidados são aprendidos desde cedo. É menos gasto em segurança porque haverá mais gente preparada para enfrentar o mercado de trabalho, preenchendo vagas que hoje se multiplicam. Menos grana gasta em manutenção dos bens públicos, afinal, na escola se aprende a não depredar orelhão e postos de saúde. Sabe-se que não se deve passar trotes para o Samu e para o 190, sem falar nas vidas economizadas. Afinal, teríamos um trânsito "menos animal" e "mais humano", pontuado pelo respeito, paciência, tolerância e educação. Parabéns pelo comentário. Oportuno, revelador e que só aumenta a distância que temos em relação às verdadeiras potências civilizadas do planeta!
GILBERTO JASPER
Jornalista - P.Alegre