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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Baixinha, gordinha e cheia de vontade!


Atenção! As mulheres do futuro serão levemente mais baixas e rechonchudas, terão corações saudáveis e muita fertilidade. O biólogo evolucionista Stephen Stearns, da Universidade de Yale nos EUA, coordenou a equipe que estudou 2.238 mulheres que haviam passado da menopausa, e então cruzaram os dados com suas respectivas vidas reprodutivas. Avaliaram altura, peso, pressão arterial, colesterol e outras características correlacionadas com o número de crianças a que elas deram à luz. E chegaram a conclusão de que as baixinhas fofinhas tendem a ter mais filhos, em média, do que outras, mais altas e magras. E ainda passam estas características às filhas. Ou seja, deram continuidade a esse processo que se considera evolutivo.

Em outras palavras, as mulheres “evoluem” para tudo isso. Academias, personal trainning, pilates, dietas rigorosas e outros tratamentos escravizantes não interromperão o processo evolutivo. Gurias, no futuro todas serão fofinhas! E baixinhas! Stearns garante que lá por volta do ano 2400 – e não estarei mais aqui para comprovar -, as mulheres terão dois centímetros a menos em média e pesarão um quilo a mais. Darão à luz o seu primeiro filho cinco meses mais cedo e iniciarão na menopausa dez meses mais tarde, em relação à média atual.

E o que representa um mísero quilinho para quem já acumulou muito mais depois de um inverno frio e chuvoso? O lado positivo é que as supermodelos no padrão Gisele Bündchen e Claudia Schiffer serão apenas exemplos ultrapassados de estrutura física. A mulher evoluída atrairá os homens com um perfil, digamos assim, mais cheinho. E olha que os machos da espécie, em sua maioria, torcem o nariz para as esqueléticas das pistas. Esguias, te olham de cima com aquele ar superior, podem escolher a dedo os melhores machos da espécie e ainda desdenham as gordinhas. “Você tem se que gostar mais, querida”, aconselham às fofas ansiosas e carentes.

Lamentavelmente o artigo não trata do setor masculino. Como serão os homens daqui a quatrocentos anos? Serão baixinhos, fofinhos? Serei eu dos protagonistas deste processo evolutivo? Vou pesquisar sobre o assunto. Enquanto isso, liberem as massas, os mousses e pudins! E viva as mulheres com substância do futuro!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Socorro! Meu filho está na adolescência!

Enfrento a adolescência pela quarta vez. Explico melhor: meu filho mais jovem está mergulhado até o último fio de cabelo nessa complicada etapa do amadurecimento. Antes dele, meus dois filhos mais velhos também me deram um nó no período da “aborrecência”. Antes deles, é claro, eu mesmo fui adolescente. Pior, nos rebeldes anos 60. Olho para ele e lembro os tempos onde tudo me parecia dramático. Olhava no espelho e não me reconhecia  entre espinhas no rosto. Aliás, que nariz estranho era aquele? Na adolescência se ama ou se odeia demais. O mundo que parecia tão bom, os amigos da escola, os professores legais, os programas com a família, de uma hora para outra, se transformam na mais pura chatice.

As notas na escola lá em baixo, as notas na guitarra lá em cima! You say goodbye, I say hello! Haja ouvidos para tanta dissonância, haja saúde mental e financeira para bancar acompanhamento psicológico, professores particulares e festas da turma. O pelotão de ameaças em repetir o ano avança como também se amontoam os bilhetes da escola, o relaxamento nos cadernos, nas mochilas e por aí afora.

Enquanto isso a contabilidade dos pais - pobres sofredores -, se transforma em vôo rasante no desequilíbrio financeiro. Mesmo que os podem bancar sem dificuldades um adolescente na plenitude da insatisfação, perdem o sono e a tranquilidade. Isso passa... Mas a que custo!

Quantos não pensaram "Conosco será diferente!" Não cometeríamos os erros de nossos pais severos ou frouxos demais. Familiares que não puderam bancar a boa escola, o curso especializado. E agora o que se faz ao ver o filho, do alto de sua soberba juvenil decretar, por exemplo, que será um líder da nova revolução musical? Um beatle melhorado? Um novo Jimmi Hendrix?

E você aí, negociando com o gerente do banco um novo empréstimo para a aula particular, o dinheiro que te pagaria alguns dias em Buenos Aires, ou uma academia para melhorar o corpo que se encaminha para a fase aguda da maturidade (para não dizer velhice).
Sim, pais atentos ou pais omissos enfrentam igualmente a adolescência.  Eu queria sacudir meu filho até o pino da adolescência afrouxar e ser consumido pelos vorazes ácidos estomacais transformando tudo em bosta e xixi. Mas fatalmente seria preso por maus-tratos e ainda ouviria os mais insanos desaforos de meu guri. "Vocês não me amam! Eu nasci na família errada! Eu, eu e Eu" Nós, que nos esforçamos no  politicamente correto. Que temos a plena certeza de sermos muito bons fraquejamos. Eu, por exemplo, ando a beira de um ataque de nervos. Disposto a criar o Clube dos Pais de Adolescentes e Afins.  Quem sabe?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Entre carros roubados, calcinhas e cuecas.

Depois que teve o carro furtado, o marido de uma colega jornalista não desgruda os olhos dos noticiários. Busca desesperadamente por seu  Audi seminovo (e sem seguro) que viu desaparecer sob a mira de pistolas automáticas. É assustador. Tentou imitar o roteiros de alguns filmes de cinema, onde o personagem indignado se põe a investigar por conta própria o paradeiro do bem roubado. Estamos no Brasil e assim anda em círculos, se encaminha para um final triste.

Descobriu, por exemplo, que os bandidos passaram a usar seu carro em outros assaltos. Com um  fiapo de esperança em recuperar o veículo, jura: “Eles me devolvem num dia, no outro eu o coloco a venda. Está contaminado pelo estigma da violência”. Em meio a sua investigação privada, ouviu um insólito e tragicômico  relato de outra vítima da violência urbana.

O sujeito decidira por em prática uma fantasia erótica. No estacionamento de um grande hospital de Porto Alegre, durante a madrugada! Achou que seria seguro. Quando a paixão quase incendiava o estofamento do veículo, percebeu a movimentação de gente estranha e armada. Pior, não eram os seguranças do hospital. Mais do que depressa saiu em louca corrida entre os carros.

No orelhão do próprio estacionamento ligou para o 190 e num lance de rara sorte, em menos de quatro horas, tinha o carro de volta. A esposa, solidária, o acompanhou na hora da liberação do veículo. Nervosa, começou a conferir os estragos. E foi assim que debaixo de um dos bancos, encontrou a cueca do marido, entrelaçada a uma calcinha, pequenina demais para ser dela.

Ora, o tal sujeito estava com outra no carro! Ou seja, como sentencia meu amigo Nico Jasper Jr tudo o que está ruim, sempre pode piorar.  Este infeliz, recuperou um veículo, perdeu a mulher e pagou um grande vale existencial. Cá entre nós,  até para trair é preciso um mínimo de talento. E Deus nos livre da violência urbana!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mais uma aventura de gordo abre a semana


E aí no estacionamento do supermercado, abraçado em sacolas contendo pães integrais, frutas, verduras e um pecaminoso sorvete, enfim, compras de um gordinho cheio de culpas, se atravessa o sujeito cheios de sorrisos e asquerosa simpatia. Aquela típica dos leitores de auto-ajuda. Praticamente me abriga a largar tudo no chão para segurar seu folder. Ele vendia diet sheik!.


“Está me chamando de gordo?” Sem jeito, ele responde que só estava oferecendo um complemente alimentar saudável, que inclusive ajuda a emagrecer. De forma alguma pretendia ofender. “Então porque nesse imenso e lotado estacionamento tu me achou?” Enquanto ele pensava na resposta, pedi licença, abri o porta-malas, guardei as sacolas e dei um tapinha fraterno nas costas dele: “Amigão, to brincando contigo. Gordo não se irrita com isso. Mas da próxima vez, só coloca tua propagando no para-brisas", aconselhei. Deixa eu aceitar, sozinho, minha obesidade.


Sai feliz com a cara desconcertada do cara. E mais decidido, é claro, a perder muitos  quilinhos. E o sorvete na sacola? Pô, era sábado. Eu estava tenso!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A vida sofrida de um gordo pra cachorro


A mulher passou ao meu lado e ordenou severa: “Gordo, vem cá!” Surpreso, mirei nos olhos dela que, ao dar-se conta do mal-entendido, apontou o arbusto onde um cãozinho peludo fazia xixi. Gordo era o nome próprio de seu animal de estimação. “Nem reparei que o senhor era gordinho”, desculpou-se, aumentando o constrangimento.

Aceitei as desculpas, e fiquei ensaiando os desaforos que meu elevado teor de tolerância jamais permitiria. Mas que deu vontade, deu. Ela já cruzava a rua com o gordo de quatro patas – que até magro era – quando jurei iniciar uma dieta, pra já! Ser magro tem todas as vantagens. Primeiro, não é proibido o mau-humor. Gordo tem a obrigação da simpatia e docilidade.

O maior exemplo disso é o Natal, onde o gordinho da família é sempre Papai Noel. Dê-lhe suor por baixo daquela ridícula roupa quente e barbas de algodão. E os apelidos que nos batizam? Porquinho é um clássico na linha veterinária, seguido de hipopótamos, elefantes e demais paquidermes. Baixinhos atarracados são comparados a “liquinhos”, aqueles pequenos botijões de gás.

Gracejos que virariam em grossa pancadaria, não fôssemos nós obrigados a agir como os mais bem “humorados” da espécie humana. Outra chatice são os "conselhos” de amigos e frases tipo “até que você é bonito, porque não faz um regime?” Arre! É triste! Um sujeito magro não se abalaria, como eu, com uma estranha gritando pelo “gordo”. Não é nada com ele, ora! 

Assim, eu me rendi! Caminho todos os dias, contabilizo cada grama eliminada e mesmo assim, enfrento humilhações, como ser ultrapassado por vovós melhor condicionadas. Tento acompanhá-las e as pernas fraquejam. Desesperado, confiro, o relógio. O tempo não passa... Pior, quem passa são as mesmas senhoras. Uma, duas vezes!

A recompensa após tanto sacrifício é o bar da academia. Deliciosas saladas de frutas, bebidas e yogurtes light. Eba! Sanduíches naturais! Mas a turma sarada come – bem ao meu lado - cheeseburgers com bacon e ovo. Hotdogs de molhos vermelhos suspeitos e fritas, toneladas de batatas fritas! Se eles podem, por que não eu?

A ansiedade é a maior inimiga dos fofos. Aliás, só de lembrar do incidente que motivou este desabafo, me bateu fissura por algo doce. Amanhã, compenso com uma caminhada extra. E se outra tia me confundir com o cãozinho de estimação. Eu mordo! Afinal, paciência tem limite. (texto publicado no jornal Diário Gaúcho - Porto Alegre - RS)]

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A festa do MST Kids

Os moradoros das redondezas da praça Marechal Deodoro – a praça dos três poderes em Porto Alegre – assistiram ontem mais um show pra lá de bizarro: um grupo com bandeiras, camisetas e estilo MST, só que formado por crianças, o que me leva a crer ser o MST Kids dos sem-terra, promoveu uma apresentação especial no espaço entre o Palácio Piratini e a Catedral Metropolitana neste manhã.

Liderados por companheiros marmanjos, fantasiados de palhaços - com perucas afro vermelhas, imensos óculos amarelos -  os emetezinhos mirins entoavam um Ilarilarilariê (ô, ô, ô) revolucionário. Era o ocupar-resistir-produzir em versão semana da criança.

As crianças eram realmente lindas e sinceramente, não sei como suportaram a feiura daqueles palhaços - rara visão do inferno. Mas pensei que a vida deles, de ocupação em ocupação, em lares de lona preta. Muitas vezes servindo de escudo, tem coisas muito mais feias para vivenciar do que um palhaço ideológico.  

Do feriadão para o cotididiano engarrafado


Atrasei para chegar no trabalho. O dia seguinte a um feriadão é sempre caótico. Carros amontoados nas rodovias, gente de ressaca se apertando no asfalto a provocar pequenos acidentes e grandes engarrafamentos. E lá estou eu, que tenho o privilégio de morar no campo, agüentando essa turma estressada a xingar-se na histeria das buzinas, dos rostos amarrotados e impacientes. Dedos apontando ameaçadoramente o simbolismo fálico, talvez em seu único momento plenamente  ereto! É a orgia do mal-humor! Cadê o relax do litoral? O ar do sítio? A brisa da serra, baby?


Na verdade, minha tensão era mais em função do carro que pede uma revisão e pode superaquecer a qualquer momento. Hoje mesmo, agendo com o mecânico! Lá vai grana! Mas é o preço da tranqüilidade. Sabe? Ligo o ar-condicionado e deixo as coisas fluírem. Hare Krishna!  E deixa os ansiosos cortarem a frente, saírem a mil pelo acostamento. Os motoqueiros em sua horda de equilibrismo suicida rasgando todas as leis de trânsito e de civilidade, do primeiro ao último minuto do dia. Axé!


E eu atento ao rádio, a todos noticiários possíveis enquanto meu filho pede para rolar um CD dos Beatles – de preferência uma canção do George Harrison! Não poderia, ainda que fosse Drive My Car (aquela que abre o álbum Rubber Soul). É preciso saber o que está rolando. As opiniões, dos (de)formadores de opinião. É preciso sair deste trânsito antes que o radiador esquente demais. Antes que me dê aquela vontade de abrir a porta e deixar tudo ali. 


A fila ao lado está mais rápida. É para lá que eu vou, em uma manobra radical. E subitamente, a fila trava. Murphy e sua lei implacável!  E todos que estavam atrás, ultrapassam o Ari e seu veículo sem manutenção. Mas tudo bem, cheguei a tempo de postar essa mensagem e dividir essas primeiras reflexões pós-feriado (putz! Com ou sem hífen?)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Rock não é coisa de maricas! (Rita Lee)


Ganhei o último CD do Erasmo Carlos - Rock And Roll - há mais de mês. Confesso que não acreditava muito no trabalho. Mas ao ouvir, senti a retomada roqueira e pique de guri do Tremendão. Sem frescuras pseudomodernosas. Letras e música simples e eficiente. Vale a pena ouvir no churrascão de domingo, no carro com a patroa.  E para não dizer que estou falando bobagens, deixo aqui o comentário da tia Rita Lee sobre o disco:

“Rock não é coisa para maricas. Erasmo está aí que não me deixa mentir. Ao ouvir esse último trabalho imagino o “gentle giant” cantando no palco vestido de couro preto da cabeça aos pés enquanto marca o beat da música com a mão na coxa. Desde Marlon Brando e James Dean sou chegada num bad boy. Erasmo era o bad boy da Jovem Guarda, o que para mim significa ser ele o verdadeiro pai do rock brasileiro.

E no meio dos trocentos clones que poluem as atuais paradas de sucesso com suas mesmices, eis que nosso Tiranossaurus Rex abre alas só com inéditas. As músicas são a simplicidade com trombetas. As letras o pretinho básico com diamantes. O backing vocal um coral de anjos infernais. Os instrumentos e os arranjos são pérolas do bom gosto (rola até um Farfisa e um Hammond no meio de modernidades sonoras). E toda essa farra pilotada pela produção de Merlin Liminha.

Graças aos deuses Erasmo é Erasmo, uma sacação genial se dizer cover de si mesmo no meio dos Elvis, Robertos, Rauls e Beatles, seus roqueiros porretas. Você vai ouvir um macho apaixonado pelas fêmeas do planeta sem o menor pudor. Entre mulheres melancias, samambaias, melões e jacas, só Erasmo para proclamar aos quatro ventos que a mulher é uma guitarra.E rola de tudo no salão.

Melodias lacrimejantes, harmonias delicadas, rocks gaiatos, baladas românticas, declarações rasgadas, deboches safados, conselhos para dor de cotovelo, guitarras sutis, baixos esquisitões, enfim: Rock´n´Roll me deu uma baita inveja da leveza com que ele conduz seu barquinho por entre as tempestades e calmarias da vida. Erasmo, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Pontilhão entre o inverno e a primavera

A chuva, o granizo, os ventos que atormentam a primavera deste 2009, acabaram também, sufocando as flores e folhagens que adornam a estrada de chão da rua onde moro, no Guaíba Country Clube. Mas é só olhar mais atentamente para se perceber alguma beleza entre tanto desarranjo. Como esta manhã fria e úmida com seus fachos de luz rasgando em holofotes a antipatia das nuvens gris.


foto: Ari Teixeira

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A noite em que a Padre Chagas ficou às escuras


Guga, meu dileto amigo e colega chegou a-ta-ca-dí- ssi -mo ontem pela manhã. "Acredita que ainda estou sem luz em casa?" Desde o início da noite passada a chuvarada que inundou várias regiões do Estado, desta vez, pegou uma boa parcela dos que vivem em zonas chiques de Porto Alegre. Guga tem um apartamento na elegante Padre Chagas. Que nunca soube o que é ficar as escuras por mais de 15 minutos. Ele avisou aos criados: se ligarem da Defesa Civil, peça água Perrier. Por favor! Na tarde desta terça-feira, Guga ainda andava às voltas com a falta de energia.


Outro amigo, que atua no setor de refrigerantes e mora no elegante bairro Petrópolis, me fez traumático relato de sua noite e madrugada de horror: "Cheguei em casa às 21h de ontem. Tudo escuro. Sem luz. Subi 4 andares com a luzinha do celular. Abro e porta e vejo minha mulher cercada de velas coloridas. Sobras de aniversário. Uma delas era o número 1 outra o 4. Vermelhas... Ou seja, parecia um despacho vivo dedilhando no laptop..." Jogava paciência! E ouvia meu radinho de pilha, no programa do Pedro Ernesto..." Nossa!


Não resistiu, fez uma piada: "Ouçam o barulho da chuva. Que legal! Lembro dos meus tempos de racionamento de luz... A reação da família foi tão "positiva" que comeu um sanduba e recolheu-se ao berço. Só as 3h voltou a maldita luz...Saravá! A mulher parmanecia no sofá, abraçada a uma almofada. parecia uma espécie de pomba gira furibunda! A filha mais velha tão indignada estava com a falta de luz que foi deitar às 20h.


Ainda no escuro, não conseguia parar de rir da cena dantesca (como diria Ruy Ostemann). O rosto da esposa iluminado por velas vermelhas! Só faltava, farofa e pipoca... Sei lá, Moinhos, Petrópolis e outros bairros nobres no escuro? Pensei na possibilidade de atentado, mas a maioria dos dirigentes de partidos da esquerda popular vivem na região. Foi coisa da Mãe Natureza mesmo. Sábia como sempre.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A mulher, um bichano e um marido fujões


Ontem recebi o e-mail de uma ex-colega de Zero Hora. Disse que visitou o blog e adorou seu estilo descontraído. E desde que eu não revelasse a fonte, me relataria uma recente experiência pessoal.  Topei, é claro. Cansada do marido farrista, o expulsou de casa. As amigas a recriminaram. Ele era trabalhador, simpático e boa pinta. mas volta e meia sumia. Era um carteado em lugar ermo, pescarias em açudes secos e um celular repleto de números e  ligações estranhas em horários incômodos. Aos 46, com a filha encaminhada na vida, não precisava aturar homem galinha. O único gato peludo naquele seu espaço seria de quatro patas. 

Referia-se a Charles, um siamês de personalidade forte, por coincidência, presente do marido que, aliás,  não se conformou com a separação. Queria mais uma chance, a décima! Ela resistiu bravamente ao assédio. Flores, perfumes e ligações cheias de apaixonada saudade. Até o dia em que o siamês sumiu. Chovia muito, o vento era desanimador e o felino não voltou como das outras vezes. Mais um macho a lhe decepcionar. Charles, pelo menos, era solteiro e independente, como todo siamês.

Uma semana depois, apareceu o marido confessando  o “seqüestro” do gato. Só o devolveria se o aceitasse para a décima primeira chance, porque afinal de contas, ele mudara, estava com 50 anos. Amadurecera. Argumentou que os gatos, assim como os homens custam a atender a um chamado. Gostam de passar a noite na rua e retornam de rabo entre as pernas querendo carinho. Ou seja, como as mulheres amam os bichanos se estes tem as mesmas características que detestadas em seus parceiros?

A infeliz comparação provocou risos em minha amiga. O bom humor, mesmo nas horas difíceis era o que mais a agradava nele. A noite tinha sido pavorosa. Com chuva e vento. Sentira a falta do "cretino sem-vergonha". Abriu as portas e entraram felizes, o homem e o bichano.  "Todo gato fujão para não incomodar mais,  acaba castrado. Vira um dócil amiguinho. Então, se homens e gatos são tão semelhantes...”  ameaçou, olhando firme para o marido que está se puxando para fazer tudo certo. Até onde vai essa dedicação, ela não sabe e assim, aproveita a boa fase. Jura que se ele reincidir, está fora. Sei....

...mais de Nico Jasper Jr (o que não estava na coluna do Cascatinha

Olhem só a Juventude Transviada do Vale do Taquari


  " Alternativa que achei mais criativa na época foi roubar - seria melhor dizer, "furtar" - lâmpadas vermelhas que ornamentavam a decoração de Natal da praça no centro de Arroio do Meio. Queimei os dedos várias vezes, mas o efeito foi muito bem. E não sujou ninguém, ao contrário dos amigos que preferiram pintam com nankin (lembram?), singelas lãmpadas de 60 watts. Como lembrou o amigo Júlio Rodrigues, lá da terrinha, muitos pilares e colunas de garagens eram disputadíssimas... principalmente durante as "músicas lentas..."

Giilberto Nico Jasper de volta ao blog do Castinha



Deu no site do Fernando "Cascatinha" Albrecht:

"O  leitor e jornalista Gilberto Jasper (na foto acompanhado da esposa Carmen) conta como, em tempos idos, um grupo de Arroio do Meio resolveu recriar, nas reuniões dançantes, as últimas tendências da moda, como aqueles globos giratórios cheios de efeitos luminosos. O amigo de Jasper (quem será, hein?) recheou a peça com cacos de espelho quebrado às escondidas da mãe. O efeito até que foi legal, mas rendeu um castigo. Outra idéia foi pintar lâmpadas com tinta vermelha. Má idéia, porque a tinta derreteu e caiu no cangote das meninas."

Depois, eu sou o português...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ontem meu níver, hoje Dia Internacional do Idoso?

Algo muito estranho aconteceu. Quarta-feira passada completei 57 anos. Meu parceiro, Gilberto "Nico" Jasper organizou uma festa surpresa, realmente surpreendente porque garantiu o silêncio absoluto de todas mulheres envolvidas na organização, incluindo a minha. Alguém já viu mulher guardar segredo? A festa em um boteco da capital foi muito bacana, abracei amigos que não via faz tempo. Só por telefone atendi quase 50 ligações, sem contar torpedos e e-mails. Como tenho a mais absoluta certeza de que não sou o cara mais popular de Porto Alegre, fiquei um pouco preocupado. Até mesmo, em função do teor do convite enviado pelo Nico Jasper:

“No próximo dia 30, nosso amigo, guru e guia espiritual (com especialização na Índia, hare bába!) Ari Teixeira estará comemorando (será?) mais um "reboco na parede da vida". Famoso por ter feito a cobertura do vôo inaugural do 14-Bis e das proeza da FEB na 1ª Guerra Mundial, certamente o calejado repórter gostará!”


“Provavelmente o Pequeno-Grande Homem vai sacar que estamos tramando alguma coisa. Afinal, ele a-do-ra uma sacanagem! Mas vamos tentar fazer de conta que nada está ocorrendo, mas é preciso cuidado! Um homem como ele, que já dobrou o Cabo da Boa Esperança, não pode ser cometido de fortes emoções, sob pena de prejuízos ao coração, colesterol, diabetes, estas coisas... O festerê acontecerá HOJE, TERÇA-FEIRA, dia 29, a partir das 20h, porque certamente amanhã - data exata da "efeméride" - ele estará com os familiares, numa tentativa de compensar tantos pecados já cometidos ao longo de quase um século de vida.


Por unanimidade um grande amigo/colega/parceiro, vamos fazer o possível pra reunir em torno do Arizinho o maior número possível de fãs dele e homenagear o Rei da Expointer, além de confraternizar entre amigos. ATENÇÃO! Pede-se às viúvas, antigas namoradas, "casos", "amantes" e outras figuras comprometedoras que contenham o ímpeto! Trata-se de uma festa familiar... ao menos até a meia-noite...”


Quem sabe o teor do convite, ou minha aparência não revelem algo que preocupou os amigos e, solidários, se apressaram em celebrar meu níver? Estarei com ares moribundos? De qualquer maneira é chato saber que no dia 30 de setembro, me aproximei ainda mais dos 60 anos e o dia seguinte (1º de outubro), a humanidade celebrou o Dia Internacional do Idoso! Parece provocação.