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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nove anos sem George Harrison

Tárik, o mais beatlemaníaco de meus filhos reclamou que ninguém lembrou que nesta segunda-feira (29) se completavam nove anos da morte de seu beatle favorito, George Harrison. Vítima de um câncer contra o qual lutava há anos, o mais discreto dos fab four, tinha 58 anos - minha idade hoje! Assim, 21 anos após a morte de John Lennon - assassinado por um desequilibrado - se dizimava definitivamente o sonho de termos os quatro juntos outra vez.

George era considerado o melhor músico do grupo por muitos críticos e fãs. Escreveu canções antológicas, como Something (que Paul McCartney cantou no Beira-Rio, dia 8), Here Comes The Sun, Taxman e muitas outras. Faleceu na casa de um amigo, em Los Angeles, ao lado da mulher Olívia e do filho Dhani, que na época tinha 24 anos.

Introduziu sons que marcaram época - os efeitos de guitarra em canções como I Need You, ou a citara indiana na linda Norwegian Wood, de John Lennon. Sons eletrônicos, sintetizadores foram apresentados aos demais Beatles também por ele que, como disse Paul, era um falso quieto: "Ele adorava falar, tinha um enorme senso de humor. Um grande homem. Eu o considerava meu irmaozinho", destaca ao enaltecer o amigo de infância e companheiro de banda.

É isso aí, Tárik. O Concriar não se omitiu. Hare Khrisna, George!

sábado, 27 de novembro de 2010

Flor de Cactus

A flor do cactus, que nasce em meio a espinhos, enraizada em terra seca e presa a um caule nada estético, insiste: todos os anos enfeita as paredes de minha morada, pintando de metáforas – as mais lindas – neste finalzinho de primavera.

Um sábado especial para todos meus queridos amigos!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O espaço entre os vagões

Neve de isopor, Papai Noel com barba de algodão, árvores plásticas e presépios de gesso. O que é verdadeiro afinal, nesta busca desesperada pelo espírito de Natal? O nascimento do Salvador para os cristãos, a celebração ao entendimento, para agnósticos. “Eu fico sempre muito triste, nesta época”, confidencia uma vizinha, chateada com a lista de presentes, o amigo secreto no trabalho e muito pouco tempo para refletir sobre o verdadeiro sentido de tudo isso. Logo em seguida é o réveillon com seus pulinhos nas sete ondas, roupas na cor da sorte para o novo ano, fartas promessas e ao final, remédio para toda a ressaca.

Meu avô Alfredo, uma vez me disse que o importante não era apenas dar atenção às datas festivas de final de ano, mas principalmente cuidar do vão entre o que se conquistou até o instante do brinde em família. Pode haver um grande fosso a engolir as coisas importantes que acabamos deixando de lado, por descuido ou fracasso. A virada de ano para muitos significará também um período de ansiedade. Quem sabe no vácuo das realizações, não encontremos soluções novas e criativas?

É tempo de sermos originais em meio ao igual. Eu por exemplo, encontrei entre vagões de acertos e mancadas – lições vivas do que não deverei repetir a partir de 2011. E para o Natal, sacarei do borrão scuro das lembranças, o guri que superava a infância pobre, de presentes escassos, com fé. Se não fosse naquele ano seria em outro para a conquista de tudo o que sonhara.
 
Os brinquedos humildes, empacotadas às pressas pelo Noel que tinha uma voz muito semelhante a de meu pai, bastavam para fazer daquela, uma noite única. Sim, eu sabia quem era o Noel da familia. E tinha amor e respeito à sua dignidade. O sentido de tudo isso, está aí. Vamos com calma às compras e dediquemos alguns minutos para uma visita àqueles vãos que guardam o mais intenso de nosso cotidiano afobado e que, às vezes sem sinais, explodem igual a crise arterial. Esse é o meu jeito de não contaminar meu espírito com mais dor nesta época. Melancólico? Pode ser, mas de uma melancolia aceitável, embalada por saudades de  tempos nem melhores, nem piores, mas bem vividos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Macca arrasa em Buenos Aires

Em sua edição de hoje, El Clarin repete os elogios à energia e emoção da UP and Coming Tour de Paul MacCartney que mescla a garra de uma banda de garagem com a perfeição técnica de músicos profissionais. E esperam que a brecha deixada por sir Paul ao final do espetáculo, se realize:

"Con él, como con los Stones o con Dylan, nunca se sabe si habrá otra chance: está tan ligado a nuestras vidas, que ese rato que nos llevó a revivir momentos y experiencias hace que se le perdone lo que puede ser otra mentira piadosa del mundo del rock", disse o jornal ao comentar o "hasta la proxima", também dito por Macca aqui, em Porto Alegre. Tomara!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Maccamania nos colocou na mídia internacional

No círculo em preto, estão as costas, agora internacionais de minha esposa Magali

Quarta-feira, três dias após o banho de alegria e música de Paul McCartney e banda, tenho a sensação de haver participado de uma celebração, de um culto quase místico onde as pessoas, das mais diversas idades e regiões do Brasil e também países vizinhos, haviam atingido um estado de quase graça, que acabou surpreendendo até mesmo ao experimente ex-beatle e, a imprensa internacional que postou fotos da "Macca Village", ou a vila de Macca. surgida nos portões do Beira-Rio. Ainda nesta manhã, resolvi colocar o DVD do concerto em Nova Iorque para inpirar esse post e acabei comovido. “Virei um tio sentimental”, pensei. E aí, minutos depois, conversando com meus filhos, ouvi que haviam experimentado a mesma sensação – como se agora estivessem mais íntimos daquele inglês, que embora um “sir” condecorado pela rainha, agira no palco, com a simpatia e humildade de quem é de casa e ali, não faz mais do que sua obrigação. Nobreza, a meu ver, é isso.

Antes de iniciar o show, alguns jovens que estavam ao meu lado, ensairam vaias aos músicos da rápida e esquisita apresentação de abertura. Eu sei, era um estilo eletrônico, eles sequer haviam sido apresentados ao público, que esperava, ao menos, Kleiton&Kledir juntoa a Borghetinho. Não rolou! Mesmo assim, mereciam o respeito dos ouvintes. Deixei claro que não gostara daquilo e tive o apoio bem mais incisivo de minha amiga Denise Hogetop, que puxou as orelhas da gurizada. Eles nos ignoraram, é claro. Afinal, eram adolescentes e sabiam tudo. Mesmo assim, espero que tenham aprendido alguma coisa, a partir dos primeiros acordes de Paul e sua fantástica banda.

Ali estava um músico que fora muito além do que se convencionara para esse ou aquele estilo de canção, ou mesmo de atitude em relação a vida. Dentro daquela estrutura imensa de sons e luzes, estava um cara que até vaias enfrentara no início da carreira, imaginem! E aprendera, em palcos sujos e mal-iluminados, tocando não apenas para jovens como eles, mas principalmente para velhos marujos bêbados – que todo tipo de música seduz, desde que executada com a alma.

Paul, John, George e Ringo, lá no início dos anos 60, amavam o ritmo novo que surgia - o rock and roll -, e também a exeburante música negra norte-americana. Mas isso não os fechara a outros estilos. Quem houve Beatles encontra boleros, foxtrotes, valsas, além dos sons típicos dos camponeses bretões, além de experiências em música erudita. Não foi bloqueando a audição ao que lhes parecia estranho, ou sem graça que atingiram o estilo original que os levou à fama.

Em sua carreira solo, Paul investiu ainda mais nesta linha. Era o mais pop dos quatro ex-beatles. Pisou na bola algumas vezes, mas jamais desistiu da busca da melhor mescla de sons. E quando o escutamos, percebemos um som único, de personalidade forte e extrema sensibilidade, surgido é claro de todas as influências assimiladas em seus joviais 68 anos. Obrigado, Paul McCartney, por ensinar a todos a essência do verdadeiro “pop”  (e a provar que um verdadeiro mito, não alimenta a arrogância).

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Assistam a este clipe. Domingo, Liverpool é aqui!

A canção do baterista e ex-beatle Ringo Starr é linda. Homenageia Liverpool, cidade portuária como a nossa, que deu origem a revolução cultural e musical que no domingo (7) assistiremos em formato de grande espetáculo. Clique aqui e emocione-se.

Socorro! Meu filho quer madrugar na fila para o concerto do Macca

Comprar ingressos para o show de Paul McCartney foi o primeiro teste. Toda a família e amigos abraçados em códigos de cartões de crédito comprando o que era possível. Agora, de véspera, a expectativa. Uma tensão boa, ansiedade de assistir um concerto inesquecível. Tem gente formando fila no Beira-Rio, ainda hoje. Uma gurizida festeira. Bacana, isso! Estão lá para reverenciar senhor de 68 anos, mais velho que seus próprios pais! A diferença é que seu trabalho se renova a cada década e aproxima gerações.


Tárik, 14 anos, meu filho mais novo, já combinou com um colega montar acampamento nos portões do Beira-Rio. O pai deste colega concordou um passar a noite lá com eles. Graças aos céus! Para o teste da fila, não contem comigo! Se ficar um dia e uma noite inteiros ao relento, não entro. E quero curtir cada canção, ao contrário da gemedeira que seria caso eu madrugasse ao relento.

Este domingo representa a retomada da UP And Coming Tour – a banda está afiadíssima – escutei e recomendo a meus seguidores blogeiros, o vídeo da apresentação de McCartney no programa de Jools Holand, na sexta-feira passada. Dá prá sentir o que vai ser aqui. Pauleira pura! O melhor do pop-rock estará entre nós. Aliás, os músicos chegaram, foram flagrados comendo pizza na Padre Chagas. Gente boa, artistas fabulosos, sem máscaras: Paul “Wix” Wickens, teclados, o guitarrista Brian Ray – que lançou um CD bem legal, recentemente, o baterista Abe Laboriel Jr (filho do baixista de jazz mexicano Abraham Laboriel) e o guitarrista Rusty Anderson.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Bons preços nos balaios da Feira

Confesso que andava enjoado da Feira do Livro de Porto Alegre. O espaço cresceu bastante, dezenas de livrarias com tudo muito parecido – best sellers, na maioria – e poucas excentricidades, coisas raras e principalmente, escassos bons preços. Os balaios dos últimos anos, pelo menos em minha tosca avaliação, andavam muito tímidos. E tudo isso, andando em fila indiana, sem tempo para sentir o cheiro, descobrir um parágrafo interessante, uma frase que me desperte a vontade de desbravar a proposta do autor. Por isso, foi meio à força, levado pela curiosidade e paixão de minha mulher pela feira, que aceitei passear por lá. E me surpreendi positivamente com o que vi.

A Praça dividida entre as obras de recuperação do Centro Histórico, encontrou uma solução satisfatória para os livreiros que, por sua vez, colocaram bons títulos em seus balaios. Obras razoáveis a partir de três pilas! Por exemplo, “O mundo em seus sonhos – Aprendendo a sonhar “ – de Eduardo Esteves (Berkana Editora), custou apenas R$ 5. “Deu no New York Times” (Objetiva) do jornalista norte-americano Larry Rohter (aquele mesmo que Lula tentou expulsar do País), compramos por R$ 20, mas depois achamos por R$ 13, ou seja, vale a pena pesquisar, antes de fechar negócio.

O pessoal que curte livros místicos, pode levar por R$ 10, uma viagem interessante pelos locais do antigo testamento em “Pelos Caminhos da Bíblia” de Bruce Feiler (Sextante). Tem aventura, arqueologia e faz as horas passaram gostosamente. Isso é tudo o que um bom livro devo nos oferecer: o bendito prazer da leitura. O resto é tese de mestrado e arrogância de críticos malas. Da mesma editora, levamos também “O Extraordinário Poder da Intenção”, de Esther e Jerry Hicks, que minha cara metade garante, nos ajudará enfim, a sair dessa inhaca implacável. Missão tão nobre por míseros R$ 5.

Outra valiosa aquisição, "Maria Madalena e o Santo Graal – A Mulher do Vaso de Alabastro” de Margaret Satrbird, custou R$ 10. É um dos livros que inspirou O Código da Vinci, afirmam seus editores e discute se Jesus Cristo teve ou não, uma esposa. Se minha mãe sabe que comprei isso, vai me obrigar a rezar uma 20 avesmarias. E falando em esposas, a minha localizou o guia “As mulheres e o dinheiro” (Nova Fronteira), de Suze Orman que nem vou tentar ler, devido a extrema complexidade. Ficção pura. Deixo com ela.

Para escapar do esoterismo e da literatura histórica, adquiri por apenas R$ 12, a publicação “Receitas Maravilhosas de Peixes”. Muitas fotos coloridas, textos simples e dicas fáceis para o cozinheiro aqui. Tanto que abriram meu apetite naquela primeira noite de feira. Encerramos o passeio brindando as boas compras com chope e uma tábua de frios. Gastar pouco em livros, permite uma reserva para o happy hour, ora.