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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Um descasado e as sereias

Um amigo, recém divorciado, entrou verão no típico embalo do "em busca do tempo perdido". Começou no litoral gaúcho, ainda tímido, com festa na casa de familiares.  Em Cidreira, no aniversário de um tio - tios e tias é o que não falta lá - conheceu a filha de um ex-chefe. O ambiente caseiro não permitiu que rolasse nada excepcional. Aliás, “ficaram” e ele compreendeu o real significado deste pré-namoro: beijinhos e abraços, sem grandes avanços. E na retranca, ao contrário do esperado, permaneceu entre o sábado e o domingo.

Descasado em férias ignora as filas no supermercado, a interpraias maltratada das nossas cidades litorâneas e todos os riscos e fiascos típicos da temporada. Só precisa de bebida gelada e é claro, mulheres quentes. Assim, largou o veraneio típico de comilanças, carteado e sol para, na segunda-feira, avançar rumo a praias onde o agito é maior. Em Capão, conheceu uma psicóloga – ou melhor – foi reconhecido por ela que o via com freqüência na clinica onde trabalhava. Ele e a ex-esposa haviam tentado terapia de casais, antes dela encontrar a cura, nos intervalos das sessões, com um engenheiro civil.

A psicóloga era divertida, mas talvez por cacoete profissional,  insistia em analisar cada palavra e movimento deste meu amigo que, como bom divorciado, estava cansado do monitoramento feminino. Mochila nas costas, seguiu para Atlântida. Lá, em sua busca da fêmea ideal, descolada e feliz,  conheceu uma empresária do ramo de cosméticos. Bonita, já madura e com ar de quem não perde tempo, não hesitou em convidá-lo para um espumante ao final da tarde. Tudo corria bem não fosse a descoberta, na pior hora, de que ela era casada. E o marido quase batia à porta!

Escapou porque o sujeito enviou um whatsapp. "Tô chegando amorzão!" Avisar, colegas maridos, sempre pode evitar tragédias ou terríveis constrangimentos!  Desolado, decidiu tentar a sorte nas praias de Florianópolis. Nada de momentos turvos, ondas de chocolate. Desistiu quando uma simpática argentina, em um destes botecos da moda, sei lá em que praia da ilha, insistiu que dividissem uma caipirinha. Mesmo à meia luz,  embora bonita e cheirosa, ela lembrava demais, a avó de um ex-colega de aula.

Ainda experimentou Garopaba. Na casa alugada por amigos, divertiu-se muito. Cozinhou, bancou o DJ na noite, mas como todos eram casados, não atingiu seu objetivo: um rápido namoro de verão. Nos bares, dezenas de outros casais e alguns solteiros, a maioria homens, lhe mostravam um cenário desanimador. Aonde estavam elas, as solteiras, que em seus tempos de casado o furavam com olhares sedutores. Prometiam tudo!

E assim, à moda tatuíra, com quem vai se enterrar na areia da depressão, voltou às praias gaúchas. Ali poderia conversar com amigos e familiares. O tio – aquele de Cidreira – insistiu que o acompanhasse em uma pescaria na Lagoa. Aceitou, por falta de coisa melhor. E foi nesta pescaria que voltou a ver a filha do ex-chefe. Aquela do parágrafo inicial que adora pescar, coisa rara entre mulheres. O que aconteceu neste encontro, eu revelo no próximo post. Aguardem!

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