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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O voto e a consciência

Na semana passada, por pouco não ultrapassei erradamente um acesso rodoviário. Esbravejei contra a falta de sinalização. Foi aí que meu caroneiro, discretamente, apontou a imensa placa, com seta e velocidade limite indicadas. Tudo perfeito, não fosse a pichação com riscos que a encobriram totalmente. E aí me dei conta de que a maioria gosta de criticar administrações públicas mas esquece sua parte nisso. 


Com certeza não foi um parlamentar sem noção quem destruiu a sinalização. Talvez tenha sido um sujeito que a toda hora, critica os políticos. É fácil dos candidatos despreparados e da falta de ação nas esferas governamentais. Queremos que se cumpram as leis, mas  aceitamos deixar nosso rabo preso a uma placa destruída de trânsito.


Vejo militantes, muitas vezes, constrangidos ao divulgar as propostas de seus candidatos, como se fosse um pecado, uma guerra santa que desmerece, indiscriminadamente, o esforço de tantos. Serão todos assim? Anular os votos em protesto é uma promissória em favor dos que lucram com a miséria, com a ignorância. Os maus políticos.


Outros reclamam das propostas, da mesmice apresentada em ralos minutos nos meios de comunicação. Querem originalidade, mas em seus cotidianos, o que fazem para tornar a vida melhor, menos repetitiva? Alguns quando chamados na escola porque o filho aprontou, por exemplo, desabam em ira contra os mestres, na defesa irracional dos rebentos. 


E os que praticam pequenos delitos? Receptam, por exemplo,  fios de cobre que escurecem vias urbanas sustentadas com nosso caro imposto! Usam o carro da firma para assuntos pessoais e, se as taxas são muitas, sonegam. Pagar o imposto e cobrar sua aplicação correta, seria bem mais ético. É fundamental ler as propostas que, afinal, representam o nosso futuro. 


Candidato não brota em  árvore. É um sujeito igual a nós, que bota a cara a bater por gostar de política. E se ele entrou nessa para se locupletar, na próxima votação, o povo que é atento, o pune nas urnas. Nem precisa conspirar nas redes sociais. Mas alguém aí fiscaliza? Lembra em quem votou na eleição anterior? Que feio! Anotemos tudo, então. 


Está na hora de limpar a política do conchavo espúrio, do interesse exclusivamente pessoal. Pensar no coletivo faz o indivíduo andar melhor, mais seguro, dono de seu nariz. Não desligue o rádio e a TV, anote e se faltou criatividade, sugira algo melhor. Porque o maior mal está à espreita dos que se omitem. 


Fique atento: alguns têm um título eleitoral em uma mão e uma arma na outra.  Nós que ocupamos as mãos com o trabalho que carrega o país, vamos levar o título eleitoral  no bolso esquerdo ou direito do peito e transformar esse documento na arma que dispara saúde, cultura, segurança e oportunidades. 


Aquilo que prometem apenas nós, gente do povo, pode fazer valer, se usar corretamente a urna eleitoral. Portanto, atenção ao horário gratuito, que não tem nada de gratuito e pode custar caro aos que se omitem. Dê essa chance a você mesmo e, se antes não funcionou, faça um mea culpa, vote outra vez. Mas nunca,  jamais, se omita.

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