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sábado, 8 de outubro de 2011

Blues para surdos, só na Fiergs...


Não vi Eric Clapton, só ouvi. E mal.
Definitivamente, em minha humilde e talvez, errônea opinião, o pátio da Fiergs, na zona norte de Porto Alegre, não serve para grandes eventos musicais. Pelo menos, em relação aos espetáculos que acompanhei até agora, incluindo a frustrante apresentação de Eric Clapton e banda, contabilizei mais pontos negativos do que positivos. Primeiro: os espetáculos acontecem no estacionamento e aí, é claro, falta lugar para que vai de carro. Lógica pouco inteligente essa, não é? Ainda não temos metrô em Porto Alegre, transporte coletivo para atender a multidões, muito menos. E o trânsito na região? Naturalmente caótico durante o dia, ganha o direito de ser pior a noite no dia destes eventos. Deixei meu carro em um posto de gasolina ao meio dia e retornei ao estacionamento, de ônibus mais tarde. Mão de obra imensa.



Compramos ingressos em promoção – e foi um parto achar onde trocar o tal voucher pelos bilhetes – mas conseguimos, depois de muita caminhada e explicação para todos os tipos de porteiros. Ao entrar, percebemos que o espaço denominado simplesmente de "pista" era realmente reservado à plebe rude, com direito ao desconforto da torre de som, bem ao centro e as lâmpadas do estacionamento acesas durante todo o show. Chegava a doer nos olhos, desconcentrava.  


Aos primeiros acordes do mestre Clapton, percebemos que o som era baixo demais. O povo, especialmente aqueles localizados mais atrás, gritava por mais som "aumenta o volume!" Era o grito coletivo a cada intervalo. Infelizmente foram ignorados. Ficamos, uma hora e meia de pé, acompanhando os cochichos sonoros de um show de blues  – daquele que um dia fora chamado “Deus” – mas que desta vez, não nos parecia tão celestial. 

Sim, mostrou seu virtuosismo, nós lá do fundão abandonado, nos esforçávamos a entrar no clima bluseiro. Mas as conversas paralelas, a branca justificada do público, dispersava toda a energia do bem que pretendiamos renovar. O espetáculo intimista, talvez tenha sido bom para os que pagaram pelas áreas nobres do concerto. Eu percebia os flashes inoportunos, naquelas bandas. 

De positivo, foi me permitir a certeza de que, ao estacionamento da Fiergs, só voltarei para estacionar veículos, quando necessário. Em shows e outros fins, nunca mais!    

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