Não vi Eric Clapton, só ouvi. E mal. |
Compramos ingressos em promoção – e foi um parto achar onde trocar o tal voucher pelos bilhetes – mas conseguimos, depois de muita caminhada e explicação para todos os tipos de porteiros. Ao entrar, percebemos que o espaço denominado simplesmente de "pista" era realmente reservado à plebe rude, com direito ao desconforto da torre de som, bem ao centro e as lâmpadas do estacionamento acesas durante todo o show. Chegava a doer nos olhos, desconcentrava.
Aos primeiros acordes do mestre Clapton, percebemos que o som era baixo demais. O povo, especialmente aqueles localizados
mais atrás, gritava por mais som "aumenta o volume!" Era o grito coletivo a cada intervalo. Infelizmente foram ignorados. Ficamos, uma hora e meia de pé,
acompanhando os cochichos sonoros de um show de blues – daquele que um dia fora chamado “Deus”
– mas que desta vez, não nos parecia tão celestial.
Sim, mostrou seu virtuosismo, nós lá do fundão abandonado, nos esforçávamos a entrar no clima bluseiro. Mas as conversas paralelas, a branca justificada do público, dispersava toda a energia do bem que pretendiamos renovar. O espetáculo intimista, talvez tenha sido bom para os que pagaram pelas áreas nobres do concerto. Eu percebia os flashes inoportunos, naquelas bandas.
De positivo, foi me permitir a certeza de que, ao estacionamento da Fiergs, só voltarei para estacionar veículos, quando necessário. Em shows e outros fins, nunca mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário