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terça-feira, 3 de março de 2015

Melancias no caminhão

Por favor! Eu sei que a crise está pegando. A vida, cada vez mais cara, as promessas eleitorais engolidas em um mar de dinheiro desviado, entre cenas cotidianas da mais pura violência urbana. Tudo é tão agressivo que intimida. Em nosso mundo caseiro, nos vemos tentados a permanecer naquela pasmaceira Deus dará, tão nociva quanto o exagero dos protestos que assistimos nas ruas e estradas. O Todo Poderoso tem mais a cuidar do que a dieta do Ari ou o projeto que a Luluzinha engavetou por pura acomodação. Aquele plano de estudos que nunca sai da planilha, por exemplo.

Lá estou eu, no fundo do caminhão chamado 2015, como uma melancia que foi se acomodando no andar da estrada ruim. Estão todas em cima e eu, sufocado. No topo, a luz do sol, a brisa que refresca. E eu lá, deixando as coisas como estão para não enfrentar uma certeira incomodação. A enganosa facilidade do não mudar é ilusão, um truque de espelhos onde o reflexo é sempre melhor do que a realidade à volta.

O ideal é aproveitarmos essa explosão de expectativas do 2015 que não deu folga. Ignorou férias, carnaval e abriu-se em denúncias milionárias, reajustes que assustam nos combustíveis, na energia entre tantas outras mazelas. Estamos em março? Parece que já se foram seis meses! Então, ao contrário do desespero, é preciso valorizar todo esforço, torná-lo meta de realização. Inclui aí maior domínio sobre as ações que possam indicar melhores possibilidades de renda, ou uma mínima paz interior.

É difícil? Com certeza. Ser a última melancia do escritório, lá no fundo, onde ninguém quer te ouvir e ainda te remuneram mal, exige apenas resignação. Eu sei, criar um projeto viável enquanto a casa cai é difícil, mas nunca impossível.Até um rebelde anarquista estabelece uma estradtégia.

Estive diante de muita literatura de auto-ajuda e não vi o milagre acontecer. Muita teoria e poica prática. É fundamental não ceder à tentação da acomodação que safadamente ajeita nosso bumbum na cadeira da rotina. Aí aceitamos qualquer coisa que não dependa de muito esforço ou criatividade. Basta repetir-se infinitamente.

A partir deste março, igual a um estudante que volta às aulas, é preciso aprender como se assume o comando deste caminhão de melancias. Criar tempo, acelerar as soluções, reduzir os problemas. Quem sabe, curtir a mudança das estações, escrever seu próprio livro. Crie seu próprio tempo, na ditadura das agendas funcionais.

Tua história não é original? Por mais semelhanças que possa ter com todas outras, será sempre única, se embebida em alguma paixão. Esta é condição que te levará a dias melhores. Cheios de vida e personagens interessantes, sejam bons, sejam maus! Creia, não existe idade para tal mudança. Determinação, é  o que existe!

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