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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Juventude eterna, sem elixir


Muito pior do que ser tratado como ancião ao se ultrapassar a casa dos 60, deve ser assistir gente desta idade, fantasiar-se de jovem e pagar mico global. A mais nova edição do BBB, mostra coroas com esse perfil: desprezam o bom senso e equilibrio, uma das poucas vantagens do rápido passar do tempo. A maturidade pode ensinar outras formas de sedução. Sutís, refinidas. Um deles, Norberto, felizmente eliminado na terça-feira (27), não se deu conta que as pessoas esperavam dele o kit avô básico: bom coração, histórias exemplares de vida. Astúcia, só se aplicada sem maldade. Naiá, a veterana restante no BBB ameaça um top-less! Deus nos livre! Ela pode ter seios de guria, ou não envergonhar-se da ação da gravidade. Ótimo. Isso não é o mais importante. O que espero de uma mulher madura está muito além dos artifícios do silicone e botóx.

Norberto esfregava-se sem noção nas gostosonas do reality show. Jogava fora a chance de curtir a casa a seu favor. Estudar os adversários. Adotar os guris, conquistar as gurias com o charme da simpatia e cultura. Quem sabe, não faturaria o prêmio maior, transformando-se no avô modelo do Brasil. Infelizmente lhe faltava o que dizer. Naiá permaneceu, é menos ruim. Continua, mesmo assim, tão deliciosa quanto um sorvete de isopor. Elasticidade e frescor, se perde com a idade. Elegância permanece, aumenta com atitudes e postura. Exemplos? o ator escocês Sean Connery e o norte-americano Clint Eastwood. Ambos mantém a classe ao beirar os 80. Trabalham ainda em papéis à altura de sua classe e experiência.

Só para manter a pauta: no Festival de Gramado do ano passado, o diretor brasileiro Domingos Oliveira, exibiu o filme "Juventude" que se tornou um grande sucesso de crítica. Assisti e achei excelente. Nas bilheterias, não correspondeu. Faltaram talvez atrações globais, como acontece em fenômenos tipo "Se eu fosse você". Está disponível em DVD. Vale a pena, gente. Conta a história de três amigos que se reencontram aos 70 anos. E o balanço de suas vidas comove, faz rir e lembrar experiências de cada um. De quebra, tem atores como Paulo José e uma trilha sonora muito bacana. O custo do filme não passou dos R$ 800 mil. Quantia irrisória se comparada ao prêmio que um BBB conquista com miquices diantes de câmeras ocultas (para milhares de telespectadores).

Podemos assistir ao BBB, tudo bem. E conferir filmes como o de Oliveira. É garantia de excelente diversão e cultura. Até mesmo para termos o que contar aos jovens quando nos tornarmos idosos. Ou alguém lembrará de Naiá e Norberto?

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