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domingo, 8 de agosto de 2010

Aos pais de todo dia

Quinta-feira passada, no elevador, no edifício onde mora minha mãe, uma vizinha que, por casualidade também fora colega de meu falecido pai, no Banco do Brasil, disse que ao me ver, sempre lembrava dele. "Não me leve a mal, mas teu pai era uma pessoa admirável. Colega, amigo, ético, Bastava estar próxima a ele para sentir a energia boa. Um ser humano como poucos. Tens muito dele", afirmou a senhora.

Agora, nas primeiras horas da madrugada de segunda-feira, ainda insone, aproveito para agradecer a herança paterna que me faz ser, apesar de todos enganos, defeitos - dúvidas e dívidas - alguém que de alguma forma retransmite a energia boa que ele me ensinou a aplicar no cotidiano. Ele muito mais do que eu, um sujeito culto e de extrema bondade. Partiu cedo demais, aos 62 anos.

Ficaram centenas de cds e lps de música erudita - sua maior paixão - que escutávamos juntos, em muitas tardes e noites. Às vezes acompanhadas de vigiadas taças de vinho. Nada de excessos! Ainda permanecem as memórias bonitas que me inspiram a pelo menos, tentar ser paizão como ele foi. Tão bom, tão amoroso e divertido, que nem lembramos se tinha defeitos e, com certeza, os tinha.

Hoje é dia de sairmos com meias, gravatas ou cuecas novas, como afirmou sabiamente o Via Dutra. Quem não leu, vale a pena. E por dever, irmos a rua dispostos a garantir a nossos rebentos a herença melhor de todas que é ser lembrado como alguém como meu querido velho.

2 comentários:

GILBERTO JASPER disse...

Me orgulho demais da herança genética adquirida do velho Giba que partiu aos 53 anos. Passou dificuldades, mas lutou sempre, estudou, amealhou um patrimônio sem exageros. Ensinou-me a necessidade de ter educação com todos, ter lealdade aos amigos, além do amor à família e ao trabalho e o cristianismo na prática. Sem hipocrisias. Refleti sobre isso neste Dia dos Pais. Me esforço diariamente para passar ao menos uma fração disso aos meus filhos. Especialmente num mundo tão insensível e voltado unicamente ao consumdo, à conquista de poder e à necessidade de acumular bens materiais.
GILBERTO JASPER
Jornalista - P.Alegre

Flávio Dutra disse...

Considero-me um privilegiado, pois o coronel Dastro está lá, firme e forte nos seus 95 anos. Bela crônica, Arizinho.