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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Jeitinho afro-germânico na posse de Néstor Kirchner, em 2003

O ex-presidente argentino faleceu nesta quarta-feira (27) e o Giba Jasper lembrou uma história muito engraçada de quando ainda assessorava outro ex, o Rigotto, então governador dos gaúchos (e ainda vivo!)

No dia da posse de Néstor Kirchner, em 2003, acompanhei o governador Germano Rigotto a Buenos Aires, na companhia do fotógrafo Nabor Goulart. Na véspera fomos à Embaixada do Brasil buscar as credenciais, mas a desorganização era enorme. Resultado: só o meu documento ficara pronto. No dia da posse, Nabor pediu para olhar a credencial e imediatamente pendurou no pescoço: "Agora é minha!", disse o larápio (que passou por toda segurança argentina carregando no peito a foto de um loiro de olhos azuis, sendo ele negro ébano).  Resolvi encarar o batalhão de barreiras e seguranças sem o documento.

Um grupo de 30 jornalistas se deslocou num ônibus que estacionou a cinco quadras do Parlamento argentino, local da solenidade de posse. A cada quadra havia divisores físicos com soldados, seguranças e burocratas de todos os calibres. Quando um deles se aproximava e começa a conferir os passes, eu fazia de conta que estava ao celular para encobrir meu peito onde deveria estar a enorme credencial.

Ultrapassei todas as barreiras, mas na entrada do Parlamento, fui barrado: "Alto!", disse um vitaminado segurança com dois metros de altura e outro tanto de largura. "Donde está su passe?", gritou. E eu, num ato reflexo, apalpei o peito e fiz cara de surpresa: "Mi passe, donde está mi passe... me sacaram el documento! Socuerro", berrei num portunhol de chorar.

Fui salvo por um integrante da comitivia do Presidente Lula com quem tínhamos ótima relação. "És mi hombre!", gritou de volta, soando como um salvo-conduto. Entrei no Parlamento e acompanhei toda a cerimônia sem problemas. Depois fomos comemorar no MacDonald's e dar boas risadas...
(Gilberto Jasper Jr.)

2 comentários:

Ari Teixeira disse...

De tudo isso, lamento apenas o fato de em plena Buenos Aires, com centenas de restaurantes maravilhosos, o Nabor ter te convencido para comer um Big Mac. Em um lugar que nem cerveja vende. Tem algo mal explicado aí, além do crachá trocado.

Flávio Dutra disse...

Concordo com o Ari.Aí tem. Vai ver bebericaram uma Fruki.