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domingo, 13 de fevereiro de 2011

A vaca louca e o jardineiro que regava a chuva

Sábado, plantão em casa, e eu atento ao rádio, às novas da internet e da tevê. Qual a próxima esquisitice da raça humana? Qual o próximo ditador disposto a recolher-se para o conforto do exílio, expulso pela revolta popular? Quase pontualmente, no meio da tarde úmida, saio para comprar os jornais e o pão para o café da noite, quando cruzo com um desses carros de propaganda (coisa típica das cidades pequenas...) O auto-falante anuncia uma festa especial no Clube Harmonia, de Arroio dos Ratos. “Não perca o baile da Vaca Louca”. Não, eles não pretendiam soltar um espécime desvairado de quatro patas na pista de dança. Destes,  tem à vontade em duas patas. A promessa era mesmo sortear uma vaca!

E fiquei imaginando onde eu colocaria um bicho desses? O sujeito chega solito ao baile e volta bem acompanhado para casa. Uma vaca! Uma senhora fêmea, tão grande que sequer cabe na carona da moto, ou no banco do carro. Voltariam juntos, a pé, para casa, na madrugada. E eu achando que aquele festival de música do litoral norte era o maior programa de índio do final de semana...

Quantas vezes ganhamos brindes que mais atrapalham do que agradam? Lembro que certa vez, em um destes galetos de Igreja, eu ganhei um relho de couro. Coisa mais linda. E fiquei pensando, servirá para que? Auto-punição? Na época nem namorada eu tinha... Ops! Apaguem isso. Acabou como presente para um amigo que colecia artigos de montaria.

Ao voltar para casa, ainda pude assistir a uma cena para lá de insólita: chuva forte e um homem, bem protegido, capa de chuva e capuz, regava as flores de seu jardim.  A despeito da água que as nuvens mandavam em abundância, ele acrescentava o jato forte da mangueira. E foi naquele instante, que descobri: estava ali o cara certo para ser o grande premiado no baile da Vaca Louca. Alguém que gosta de regar a própria chuva, tem perfil para isso e muito mais.

2 comentários:

Anônimo disse...

Amigo Ari!
Realmente os tempos andam malucos. No sábado - deve ter sido no mesmo horário que tu flagrou o regador desvairado - vi um vizinho lavando um Fusca branco! Detalhe: ele usava um balde que depositava a água da chuva! Viu só? Além da vaca louca e do louco do regador tinha o louco lava-carro no final de semana de inverno! Quanto ao sorteio inusitado da vaca, lembro quando trabalhava numa rádio do interior e fui representar a emissora no júri do Baile do Milho. Por gentileza comprei uma rifa (sorteio) de um leitão.E ganhei! Quando anunciaram o número vencedor fiquei bem quieto, nem respirava até tirarem um segundo bilhetinho. Já pensou um leitão dentro de casa? Talvez fizesse um bom par com uma vaca. Louca, é claro!

GILBERTO JASPER
Porto Alegre

Jaque disse...

Isso que vc nunca foi num torneio de futebol no interior...

Cansei de voltar para casa tarde da noite num fusca marrom (é a visão do inferno) com 5 jogadoras e um porco no bagageiro se debatendo, quase morto.

O pior era quando se ficava em segundo ou terceiro lugar... a premiação era frangos.

Gordinhos, entupidos de hormônios. Dividiam o espaço com o time... imagine, galinha não para
quieta. Resultado, todo mundo fedendo a galinheiro! rsrsrsrs a gente ria... dizia q não ia mais nestes becos, mas volta e meia chegava um leitão de fusca.... se pelo menos fosse uma vaca!!

Se bem que a vaca não caberia no fusquinha.... deixa quieto.

Abraço

jaque