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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Antes da folia, rasgue a fantasia


Semana passada pensei em escrever denunciando os possíveis abusos sofridos pela pernambucana Paula Oliveira na Suíça, país que tem lá seus problemas xenófobos e trata com severidade imigrantes ilegais. Botei o cavanhaque de molho e esperei passar o período do carnaval. Afinal, a polícia suíça afirmava ser controverso e fantasioso o depoimento da brasileira.

Agora leio que o jornal local Weltwoche publica que a moça estaria desistindo da denúncia de agressão por skinheads nos arredores de Zurique. Confessara que o suposto ataque não passaria de uma farsa. Ela nunca estivera grávida de gêmeos e teria apresentado um ultrassom falso, disponível para qualquer um na internet. A rede de TV Telezurich reiterou a história. Que vergonha!

Ainda segundo a imprensa, Paulo já teria assinado uma confissão. De acordo com o jornal, a polícia especula que o objetivo de moça seria processar o Estado para obter uma indenização que poderia chegar a R$ 200 mil. O governo suíço, sabendo da existência de grupos radicais racistas, criou uma alternativa para atenuar a dor moral das vítimas. Quem sabe, Paula até então tida como uma estrangeira muito competente em suas atividades profissionais naquele rico país - muito bem empregada -, decidiu dar uma “jeitinho à brasileira” ?

Antes mesmo do carnaval, rasgou a fantasia e revelou um tamanho desequilíbrio ético que se confirmado, a levará a cadeia, ou deportação. Sei lá, vá entender esse tipo de gente que complica a vida quando esta se aproximada da realização. Enquanto isso, turistas estrangeiros que chegaram ao Rio esperando o brilho do carnaval na Sapucaí, acabaram roubados no próprio hotel, em Copacabana. E o samba-enredo virou marcha fúnebre.

O desfile antecipado dos Acadêmicos Embrutecidos da Falta de Limites e Civilidade botou mais gente no bloco das vítimas. Voltarão a seus países de origem horrizados com a impunidade, com a naturalidade criminosa que assume o poder e eterniza-se. E não precisaram inventar uma tragédia, porque o Rio convive com a violência de forma tão natural quanto um samba-enredo.

Quem sabe, não rasgamos a fantasia? Porta-bandeiras de uma grande reação nacional em nome do respeito ao próximo. Crise? Enquanto o presidente norte-americano Obama calcula o custo financeiro da irresponsabilidade dos que levaram seu país a bancarrota financeira, aqui lutamos desesperadamente para nos impor em quesitos morais e éticos.

As comunidades nos morros, nas vilas que se formam ao redor das cidades, sofocam quem tenta andar na linha mais pela ausência de amor próprio e consequente amor ao próximo, do que pela falta de bens materiais. Olha gente, pular no carnaval? Só se for de raiva!

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