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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Viva a monotonia do meu carnaval

Eu já estava cansando. Viver em um sítio é legal, eu sei. Mas o calor era demais no sábado. Piscina, sombra e bebidinhas geladas. Monotonia... O momento mais “feriadão” aconteceu à noite, em um bar muito bacana, chique e simpático, no Guaíba Country Clube, o “Gazebo”. Decoração rústica, elegante. Na culinária, provei um risoto de palmito muito bem executado. Tinha vinho, mas optei pela cerveja uruguaia -  Patrícia -, acalmou a sede. Punta Del Este era ali! Why not?A noitada encerrou com chuva. Beleza! A madrugada de sábado dispensou ar-condicionado (ok, eu não tenho ar, nem o moderno split).

Ótima para dormir em uma verdadeira folia de silêncios, A-la-la-ô!

Acordei por volta de 10 horas. Domingo chuvoso. Úmido. Imaginei carnavalescos às voltas com suas fantasias coladas de suor e chuva, os instrumentos perdendo afinação diante da umidade. Faz parte. Não lembro carnaval sem chuva. Como não precisei enfrentar as filas da padaria, do açougue, do milho na beira da praia, ou da lojinha de quinquilharias, aproveitei para ouvir alguns musicais em DVD enquanto gerenciava a papelada amontoada na estante. Te organiza Ari!

Encerrei o domingão com uma assado de tiras bem ao estilo do Cruz de Malta, maravilhoso boteco de Pelotas. Brindei ao lindo Laranjal, ou a fantástica trilha para caminhadas da praia do Cassino. A janta foi tão gostosa que perdi o sono. Uma chuva fina, gostosa convidava ao relax. Mas eu simplesmente virava de um lado para o outro e nada. Usei a tática de contar objetos para chamar o sono. Comecei contando automóveis em rodovias. Eram tantos, a andar tão lentamente que me alertei mais ainda. Contei foliões, porta-estandartes encharcadas, mulheres peladas com a pele arrepiada pela chuva fria. Acordei mais ainda!

Como minha parceira ressonava em seu terceiro sono, anjinho da madruga, fui salvo pelo carnaval carioca na TV. Dormi rapidinho. Agora pela manhã, ao ouvir o noticiário das rádios, fiquei sabendo que centenas de pessoas desistiram, no meio do caminho, do feriadão na praia. Nunca o litoral pareceu tão distante. A free-way congestionada na sexta-feira, sábado tem previsão de um retorno conturbado. Já temos dezenas de mortos nas rodovias. Carros demais, motoristas bem preparados de menos.

Viva a monotonia em meu humilde refúgio! Entre uma pancada de chuva e outra me atiro na pequena embora versátil piscina caseira. Não enfrentarei fila para o almoço. O “chef” Ari já anunciou: hoje é dia de macarrão com lingüiça de frango, molho de vinho branco, azeitonas pretas, fungui e tomate italiano. Um toque mediterrâneo ao feriadão. Vai repor as energias do folião aqui e sua passista alemã. Que coisa mais internacional, não é mesmo? O mundo sem sair do pátio. Vida dura!

3 comentários:

Gilberto Jasper disse...

Grande guru! Sexta-feira à noite embarquei para Capão da Canoa encontrar a família, mas desisti do Litoral já no domingo pela manhã. Embora o sábado tenha sido perfeito, a ponto de inchar tanto meus alvos tornozelos germânicos que no domingo à noite acabei no Hospital da PUC. Temia tratar-se do ataque de um inseco ou congênere. De domingo à tarde até a terça-feira passamos à base de churrasco, latões azulados de Quilmes Cristal, lasanhas de franto inigualável prepradas pela minha mulher, Càrmen, tudo embalado por sestas repletas de... digamos... frenéticas agitações e seguidas de muita conversa jogada fora. A chuva apenas confirmou minha total ausência de vocação para o "atrolho" litorâneo: fila para tudo, burburinhos a milhão, falta de educação geral... estas coisas que um guri à beira do meio século de vida raramente suporta. Como vês, estimado guia espiritual, a chuva foi providencial. Vejo com alegria que não fui o único a curtir a distâncis do marzão esverdeado e caliente que pintou no sábado, mas depois sumiu.

Ari Teixeira disse...

Estrada? Chuva na praia? Todo mundo indo e vindo pros mesmos lugares. Aquele cheiro de mofo das casas alugadas, ácaros entrando pelos póros, cerveja quente nos bares a preço de ouro! E muita gente. Gente demais! Gente grossa, irritada, infeliz! Não tenho idade pra tudo isso. Em casa, sol, chuva e muito amor. Que aos 50 os tios ficam mais carentes, ó Discípulo.

Léa Aragón disse...

Sim, amigos, mas não incentivem muito esta ficada em Porto, porque a cidade vira um paraíso nos dias de carnaval. Dá até pra ouvir os passarinhos cantando nos passeios em ruas desertas. Uma delícia.