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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Só os medíocres são felizes às segundas

Sabe quando começa a dar aquele arrepio nos domingos à tarde? A sensação de que uma má notícia vem chegando, uma indisposição que não tem nada a ver com a macarronada na casa de familiares, ou do churrasco tradicional. É uma névoa que invade os parques, torna os adultos mais sensíveis e as crianças ansiosas. Pode estar frio, tarde ensolarada e o mate na temperatura ideal. Aquele sentimento de que o universo conspira contra as pessoas de bem nos deixa em alerta antidepressivo. Nem é porque morreram muitos no trânsito - isso virou rotina -  ou em função dos engarrafamentos. Todos sempre saem na mesma hora, com as mesmas manias, a mesma pressa e a mesma certeza de que nada vai mudar.

Duro é saber que apesar de todo o esforço, de toda a disposição em carregar o piano da melhor maneira, haverá sempre um idiota com palavras doentes a te pressionar, a empurrar para baixo. Por mais que você some dois mais dois igual a quatro, terá um sabido encastelado em sua cultura limitada a te dar alguma espetada e gritando, solene, com ar superior: "Você não aprendeu que 2 e 2 é igual a 5?" É nas segundas-feiras que temos a mais absoluta certeza de que a felicidade terrena pertence aos medíocres, aos sociopatas, puxa-sacos que se alimentam de uma desprezível arrogância. Aliás, onde andam os arrogantes de fundamento? Aqueles que aos menos tinham algum talento?

As notícias no rádio nos alertam, com certezas instantâneas. Ouvintes exibicionistas, repórteres despreparados trocam torpedos e se auto-elogiam. Somos o que resta a partir disso. Somos o que escolhemos e determinamos. Sim, em algum momento de nosso passado, nos achamos muito melhor do que a média e matamos a aula que ensinaria a agir sob constante turbulência. Temos culpa sim. Lembram nossos chiliques a cada pequena crise? A insegurança, o medo de mostrar a cara? Foi desta maneira que deixamos o bumbum à mostra. E aí...

O jogo não está perdido, eu sei. As chances de reagir estão aí. Trabalhemos para as segundas-feiras onde a angústia será basicamente a de saber qual roupa vestir e como nos comportaremos diante dos chatos e dos que se tivessem caratér, esse seria mau (frase do Giba Jasper). Está na hora de deixar essa gente na mão. E nos prepararmos para as segundas, terças, quartas, quintas e sextas da realização pessoal. Aí, a coisa mudará um pouco. Não muito, porque o cordão dos bajuladores e líderes de proveta é imenso. mas mantê-los a distância - ou pelo menos sob controle,  já será um ponto a mais no caminho das segundas-feiras menos sofridas. 

Um comentário:

André disse...

Patrões, colegas... fofoqueiros sempre atentos. O dinheiro q já acabou e nem na metade do mês estamos... É duro Arizinho.