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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Relacionamentos impotentes, segue o debate

Entre as muitas mensagens que recebi – e que continuam a chegar – a respeito do polêmico tema da traição, a carta do leitor Marino Warhen, de Arroio do Meio, enviada ao jornal O Alto Taquari, onde escrevo uma coluna semanal, foi a que melhor percebeu a provocação no artigo Brasil, o paraíso dos amantes impotentes.  Ele reconhece as dificuldades de todo casamento, mas defende o jogo limpo da fidelidade e a importância da família na formação de um futuro mais civilizado e ético. Marino aborda o assunto com sobriedade por isso, o disponibilizo à avaliação dos leitores do Concriar.

“Há muitos anos sou leitor assíduo do jornal O Alto Taquari. Leio com prazer sua coluna semanal. Discordo, porém, das afirmações feitas no dia 15, no texto A verdade dos amores impotentes. Seu texto foi motivado pela notícia divulgada nos veículos da Rede Globo sobre a infidelidade conjugal, pesquisa do instituto "Tendências Digitales". Com base nestes resultados, afirmar que a vida a dois é medíocre ou que é impossível ficar uma vida inteira juntos sem ter uma amante, me parece não corresponder a verdade absoluta. Principalmente na nossa região (Vale do Taquari) onde ainda se valoriza o casamento estável.

Concordo que a rotina corrói a paixão e a fantasia, mas não as destrói. Perguntar se ainda vale a pena casar, digo que sim porque no casamento há outros valores além do sexo. Na família, no aconchego do lar, as pessoas se gostam, se amam, se alegram, confraternizam. Vibram com os sucessos e se unem para transpor obstáculos. É no núcleo familiar que se forja o cidadão do futuro. Tudo isso, se o casal se ama, sabe perdoar, reconhecer e respeitar os limites do (a) parceiro(a).

Eu nasci em 1941, sou bem casado. Tenho muitas alegrias com meus três filhos e dois netos. Na vida precisamos avaliar a escala de valores. O que é mais importante? Os prazeres sexuais? Tem também sua fundamental importância. Colocá-los, porém, no topo da escala me parece duvidoso. Se quiséssemos fugir da rotina e satisfazer plenamente nosso instinto sexual, teríamos que fazer um rodízio anual com as amantes. Seria perigoso e, com certeza, traria muitos conflitos, vícios, drogas... A violência em nosso país certamente aumentaria ainda mais. (Veja o caso do goleiro Bruno)

Estimado jornalista! Desculpe a minha ousadia. Estou remando contra a correnteza. O mundo atual pede sempre mais liberalidade. Sua pergunta no final do texto mexeu comigo e, com certeza, de muitos outros leitores do nosso jornal". Marino Warhen - Arroio do Meio, RS.

Um comentário:

Roberto disse...

É um comentário conservador, com certeza, mas ele conserva as coisas boas da vida. Familia unida, bons princípios e tolerância. Isso se aprende em casa, realmente. Mas lamentávelmente, nem sempre é assim. Essas coisas boas, precisam ser mantidas mesmo quando os casais decidem pela separação. Porque divórcio é uma coisa, traição a uma relação é outra.