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quarta-feira, 30 de março de 2011

O amor de volta ao altar

Tem gente as pencas, casando em igreja. Muitos juntam-se simplesmente. Mantém uma aliança afetiva sem papéis assinados, festa e celebração religiosa. Outros casam fantasiados de Shrek e Fiona - sutil ironia, quem sabe, aos sapos que se transformarão no futuro. Casar verde e esquisito,  tornará as coisas mais fáceis no futuro? De qualquer maneira, assisti a um casamento tradicional, muito bonito, na Igreja Santo Inácio, em Lajeado.

Os noivos não eram mais brotinhos, estavam já na casa dos 30 e,  talvez por isso, foi mais fácil perceber aquela sensação de cumplicidade e harmonia entre o casal. Estavam bonitos e apaixonados, o que é quase uma redundância. Amar deixa tudo mais bonito. Com ar de saúde. Disseram o sim emocionados. Ouviram o padre Antônio Puhl advertir-lhes sobre a importância do compromisso assumido. Tudo muito rápido, mas intenso.

Ao sair da Igreja, percebi outro casal a preparar-se para repetir o ritual que, embora semelhante, nunca é igual, por carregar em si a história de cada relação. Pensei com os botões do terno que me apertava a cintura (dieta, Ari, dieta): se todos naquele sábado, houvessem jurado, com a intensidade de Angel e Ci (os noivos), cumpririam sem muitos revezes o diifícil compromisso do “até que a morte os separe”. Eu por exemplo, estou na terceira relação e (toc, toc,toc, na madeira, estou vivinho da Silva Teixeira).

E teve festa - Angel e Ci - investiram uma grana preta na linda celebração à sua união. Ensaiaram uma bonita coregrafia, que lhes tomou um bom tempo de ensaio e curso de dança. Perfeitos! Um verdadeiro amor, a gente também ensina a dançar, afinal das contas. Surgirão dias que a vida irá impor um ritmo mais difícil. Precisarão de muito cuidado, capacidade de perdoar, caso um pise no pé do outro. Errar o passo é normal, quando não intencional. Bailarinos de verdade não perdem a elegância. Assim, sobrevive-se as crises do cotidiano. Impossível - sejam casais abençoados em Igreja, ou ajuntados pela força da natureza - é resistir a traição e intolerância.

Naquele sábado, eu os vi cúmplices. A Igreja fora um refúgio para celebrar os bons momentos e proteger-se das crises que poderão surgir, com uma benção na fé que professam. Saí da Igreja, com a sensação de que estavam concientes do contrato assinado. Não tenho intimidade com o casal, mas me passou a sensação de que haviam aprendido com acertos e erros passados e, destas experiências, se tornado gente muito melhor. Eu, um cético, já estou achando que o casamento tradicional, com vestido de noiva, igreja enfeitada, terno completo, sapato de bico fino e testemunhas, afinal de contas, ainda é uma alternativa para a verdadeira paixão. Aquela que jamais temerá dizer sim diante de um altar.

Mas como saber se estamos diante da verdadeira, única e indissolúvel alma gêmea? Na dúvida, continuarei assistindo mais alguns casamentos. Para aprender a técnica, dominar o sentimento... Alguém aí vai dizer que estou errado?

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