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domingo, 13 de março de 2011

Para São Lourenço do Sul, com carinho


Outono do ano passado, na bela São Lourenço do Sul
 A lembrança que tenho de São Lourenço do Sul é da cidade tranqüila, amistosamente envolvida pelas águas doces de um arroio digno de pintura à óleo, que deságua em perfeita harmonia na imponente Lagoa dos Patos. As ruas, eu tenho certeza, banhadas apenas pelo sol de todas as estações. Sempre amistoso e simpático, como o povo que por elas circulam. As mesmas ruas que também acolhem as chuvas que deságuam no meio fio das calçadas e tomam o rumo que, acreditava eu, jamais mudariam sua rotina natural. Tudo tão acolhedor, que esqueci: a natureza tem lá também seus desarranjos. E não vou entrar na discussão cataclísmica de final dos tempos, eu simplesmente escrevo para dizer que não esperava tamanha catástrofe em um lugar especialmente abençoado pela própria mãe natureza.

A enxurrada chegou sem avisar, devastou, cobriu de água e dejetos mais da metade desta magnífica cidade. É difícil de crer. A última que vez que estive em São Lourenço do Sul, foi como palestrante da 49ª Conferência Distrital do Rotary International, no ano passado. Como de rotina, a recepção carinhosa da comunidade local me deixou, assim como a todos conferencistas, com a sensação de estar em casa. Eu sei, é uma cidade de forte vocação turística, não apenas pela beleza natural, mas principalmente pela comunidade que se desdobra em cortesia e atenção.

Tenho um amigo muito especial lá, o Hermes Pereira da Silva, que adotou esta cidade para escrever sua história pessoal e de exemplar cidadão, onde se destaca como ex-Governador de Rotary e ilustre integrante do tradicional clube de rotarianos local. É dele que retiro a convicção de que por mais difícil que possa parecer, por mais recursos que possam ser exigidos, a reconstrução virá. O espírito, a determinação dos lourencianos é mais forte. É gente de alma encantada pela força indomável da lagoa que a espelha. Em qual cidade, meus caros amigos, vocês lembram alguém como o cidadão Oscar Almeida que, com seu carro de som, saiu a alertas as pessoas, na madrugada, antes das águas chegarem?

Amigo Hermes, ex-companheiro de meus tempos de Rotary, leve minha mensagem e solidariedade a teus companheiros de clube, amigos e familiares. Quero apoiar, dentro daquilo que for possível. Tudo voltará a seu lugar. E será melhor ainda, porque não estou sozinho neste carinho à mais linda paisagem da Lagoa dos Patos. Colocaremos mãos e corações nesta reconstrução. Logo poderei voltar a fotografar na praia das Nereidas, entre centenárias figueiras e barcos ancorados. Farei aquela caminhada saudável, ao entardecer, no balneáreo das  Ondinas, sob a luz de cores quentes do sol que se põe, e ainda aproveitarei, na manhã do dia seguinte, as areias claras e macias da Barrinha. Tudo estará lá, porque se a natureza tira, devolve melhor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Ari! Há 23 anos, ao marcar a data do casamento com dona Cármen, decidi por Gramado que, há época, era a "coqueluche"(!!) dos recém-casados. Ao conhecer São Lourenço numa pauta de feriadão pela Zero Hora, fiquei deslumbrado e na hora mudei o roteiro! E não me arrependo. Voltei há dez anos para um final de semana e, apesar da chuva, só reforcei a impressão de uma cidade limpa, ordeira, hospitaleira e que oferece belíssimas opções de passeios, lazer e descanso. Certamente a garra dos moradores vai reerguer o que a enxurrada destruiu. Estamos todos solidários com São Lourenço, a Pérola da Lagoa.

GILBERTO JASPER
Jornalista - P.Alegre