Um ex-beatle com muita estrela |
As coisas nunca foram fáceis para Ringo Starr –
o protagonista desta história e que – por isso mesmo, sempre disse ter uma “estrela”, a guiar-lhe no caminho do sucesso. Era baterista
de uma banda famosa de sua cidade, mas aceitou o convite daqueles três jovens –
John, Paul e George, para juntar-se aos novatos Beatles - que não estavam satisfeitos
com Pete Best, então baterista da banda.
É este sujeito de estrela, com estilo único e perfil bonachão, que
assistirei nesta quinta-feira (10), em Porto Alegre. O menino que passou a infância
doente, que enfrentou um preconceito comum naqueles tempos por ser canhoto e assim,
acabar obrigado a alfabetizar-se com a mão direita, porque escrever com a esquerda
era “coisa do diabo”.
Mesmo assim, insistiu em tocar bateria,
adaptando sua condição de canhoto “adestrado” a um estilo só seu. Não é fácil, reconheço,
eu também um canhoto “treinado” a ser destro e que, em função disso, nunca me
senti um bom exemplo de coordenação motora.
Ringo jamais foi o preferido das meninas histéricas, nem teve
os melhores dotes vocais ou talento como compositor. Mas uma obstinada
capacidade de adequação às adversidades, o colocaram em condição de igualdade
na banda que abriu portas para um novo conceito musical a partir do rock.
Não espero
um show grandioso, como o de seu parceiro Paul Mcartney, casualmente há um ano
atrás, no Beira-Rio. Ele estará ali ao lado, no Gigantinho, apresentando-se com sua All
Starr recheada de músicos de primeira linha e, com certeza, não irá fazer feio.
É um caso raro de baterista com grande produção musical seja como
autor ou instrumentista. Ele tem mais de 20 álbuns e alguns clássicos como It
don’t Come Easy, praticamente autobiográfica, ao lembrar que as coisas boas da
vida, não vem tão fácil assim.
Estarei lá, para aplaudir meu colega canhoto. E
ouvir um eficiente rock básico em plena quinta-feira. Afinal, um ex-beatle é
sempre o melhor de todos os motivos para antecipar a festa.
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