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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A superação e um Ringo “All Starr”, no Gigantinho


Um ex-beatle com muita estrela
Era uma noite fria na Liverpool dos anos 40. Dos céus se ouvia a sirene de alerta a um mortal bombardeio alemão. A jovem mãe salta da cama, pega o filho no berço e, desesperada, corre em direção ao abrigo antiaéreo onde junta-se a outras famílias de seu bairro. Na profunda escuridão do blackout - o bebê chora muito, demais! Apesar de o embalar com carinho. Preocupada, procura pelo rosto do filho em meio a escuridão e se dá conta que na correria, segurara o menino de cabeça para baixo. 

As coisas nunca foram fáceis para Ringo Starr – o protagonista desta história e que – por isso mesmo, sempre disse ter uma “estrela”, a guiar-lhe no caminho do sucesso. Era baterista de uma banda famosa de sua cidade, mas aceitou o convite daqueles três jovens – John, Paul e George, para juntar-se aos novatos Beatles - que não estavam satisfeitos com Pete Best, então baterista da banda.

É este sujeito de estrela, com estilo único e perfil bonachão, que assistirei nesta quinta-feira (10), em Porto Alegre. O menino que passou a infância doente, que enfrentou um preconceito comum naqueles tempos por ser canhoto e assim, acabar obrigado a alfabetizar-se com a mão direita, porque escrever com a esquerda era  “coisa do diabo”.  

Mesmo assim, insistiu em tocar bateria, adaptando sua condição de canhoto “adestrado” a um estilo só seu. Não é fácil, reconheço, eu também um canhoto “treinado” a ser destro e que, em função disso, nunca me senti um bom exemplo de coordenação motora. 
   
Ringo jamais foi o preferido das meninas histéricas, nem teve os melhores dotes vocais ou talento como compositor. Mas uma obstinada capacidade de adequação às adversidades, o colocaram em condição de igualdade na banda que abriu portas para um novo conceito musical a partir do rock. 

Não espero um show grandioso, como o de seu parceiro Paul Mcartney, casualmente há um ano atrás, no Beira-Rio. Ele estará ali ao lado, no Gigantinho, apresentando-se com sua All Starr recheada de músicos de primeira linha e, com certeza, não irá fazer feio.

É um caso raro de baterista com grande produção musical seja como autor ou instrumentista. Ele tem mais de 20 álbuns e alguns clássicos como It don’t Come Easy, praticamente autobiográfica, ao lembrar que as coisas boas da vida, não vem tão fácil assim.

Estarei lá, para aplaudir meu colega canhoto. E ouvir um eficiente rock básico em plena quinta-feira. Afinal, um ex-beatle é sempre o melhor de todos os motivos para antecipar a festa.

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