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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O engano dos vovôs viagreiros e suas tristes amadas

Depois da invenção do Viagra, acabou a vida bucólica dos machos da espécie humana ao atingirem a maturidade extrema. Muitos vovôs se mantem ativos, sem remédios, mas a grande maioria perde a funcionalidade. A pílula azul deu nova energia. Talvez esse detalhe, a jovem de 24 anos, que casou com o bilionário norte-americano Bill Hardy (põe hard nisso), deve ter esquecido. Ela pediu divórcio após três meses de muita sacanagem.

Não resistiu "a máquina de sexo" que se tornara o veterano, conforme palavras da moça, ao referir-se sobre marido, otimizado por Viagra. Agora ela casou com um guri de 28 anos, que incomoda menos, porque sei lá, não deve ser tão rico assim, pensa na sobrevivência e é claro, tem muito mais tempo para fazer aquilo que o vovô queria a toda hora. Afinal, aos oitenta e picos tudo tem prazo de validade reduzido. Seja pobre ou bilionário.

Nunca provei a tal pílula azul. Tenho medo de um piriri. Diz que a gente pode ver azul! Que o troço fique roxo, feito o do Collor. Meu lado Rui Felten (jornalista e paciente médico profissional) é tri apavorado com remédios. Essas gurias pensam que os vovôs estão só no jogo de damas (e eles estão com outros planos em relação as damas).

Cansei de ler a respeito das vovós que reclamam da atitude dos velhinhos "viagreiros". Elas perderam o pique, a disposição. E lá estão eles enrijecendo armas jurássicas. Acho que não basta tomar Viagra e partir ao ataque. É preciso voltar ao namoro. Não existe remédio para a sedução. Aos 85 anos, depois de muitos anos de inatividade, ambos viraram amiguinhos, parceiros magníficos na maioria das vezes. Atentos à hora de tomar o remédio, da caminhada, do passeio e outras atividades. Sexo virou uma vaga lembrança que nem foto tem (na maioria das vezes, provando que até gostavam daquilo).
Meu falecido avô Alfredo, nos momentos de saudades da amada, jurava que envelhecer não mudava nada além da imagem no espelho e o ritmo que se tornava mais sereno nas coisas do cotidiano. Ele não se considerava lento, mas sim "na medida". Eles apesar dos anos, das rusgas comuns a todo casal, se amavam muito. Era bonito ve-los abraçados, de mãos dadas. Na intimidade, rolava carinho de amantes "na medida", como dizia o sábio velhinho. Não eram tempos de remédios milagrosos, "mas se um homem tem saúde para subir escadas, pode fazer outras coisas", dizia aos netos, ainda guris.

Estou me especializando em escadarias, lombas íngrimes e como ensinou o velho Alfredo, exercitando tudo, sem perder a ternura , "in the mood" - na medida - como tocava Glenn Miller nos anos 30. E o baile seguirá até a hora da orquestra partir.

Um comentário:

CarolBorne disse...

Nada como uma história bem contada sobre as pílulas azuis e a ternura da vida!