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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Passageiro de cara feia não entra no ônibus

Um colega jornalista que reside no bairro Navegantes leu o post anterior (aquele do sonho com o galã Antony) e diz que muito pior do que ter diploma de jornalista e viver os infortúnios da profissão é ser discriminado pela maneira de vestir e aparência. "Eu sei que não estaria nos sonhos de muitas mulheres. Mas quando motoristas de ônibus, não me deixam entrar porque estou com ar abatido, ou com roupas humildes, aí é demais", desabafa.


Semana passada, por volta das 20h. Estava na parada. Chovia forte quando o ônibus se aproximou. Correu até a porta mas o motorista, pescoço esticado, o examinou bem e seguiu viagem. Meu colega jornalista acabou obrigado a pegar um táxi. No dia seguinte, foi ao escritório da empresa e- ameaçou denunciar. Pediram desculpas - muitos motoristas já o conhecem bem -, mas argumentaram que, cansados de tantos assaltos, passaram a classificar passageiros.

Se o vivente está com cara fechada, dor de barriga ou com trajes semelhantes aos de algumas tribos de jovens urbanos, pode ser banido do transporte coletivo. É claro que esse tipo de atitude não resolve. "Não sou nenhum deus grego, mas não assusto ninguém. Sei também da barra enfrentada por motoristas e cobradores em linhas que circulam por verdadeiras zonas de conflito.

Mas sempre o mais prejudicado é o cidadão comum. Preocupado com a sobrevivência, sem grana para vestir grifes caras ou aliviar o rosto sofrido. Aliás, terno e gravata deixou de ser sinônimo de decência há tempos.

Um comentário:

Gilberto Jasper disse...

Amigo Ari! Quando leio episódios deste tipo lembro do inesquecível slogam da US Top, aquela calça "de brim coringa" - hoje jeans - que marcou época e avisava: "O mundo trata bem quem se veste melhor!". Lembra? Infelizmetne trata-se da dura verdade. Lembro quando deixei a redação de jornal e fui para um emprego público, cá entre nós, um polpudo CC (em comparação com o a merreca de repórter, explique-se!) e passei a usar terno e gravata. A partir desta transformação, balconistas deixavam outros clientes falando sozinhos para me atender, lotações paravam em qualquer esquina, mesmo colocando em risco motoqueiros e outros veículos. Tudo para agradar o "burguês" engravatado. Lamentavelmente o Brasil é o país do carteiraço e, na ausência de cargo de relevo, ostenta-se a gravata e todas as portas (até de ônibus!) se abrem naturalmente...