“Pai, aqui tudo funciona. Não dá vontade de voltar para o Brasil”, exclama Tárik, em sua primeira semana de intercâmbio na Alemanha. Aos 14 anos, é um guri classe média, ou seja, vive com relativo conforto. Tanto que foi possível a viagem de estudos. Mas embora jovem, o que o impactou foi a exemplar organização européia. A sensação de segurança, a limpeza e a educação das pessoas. Tem gente ruim lá? É claro. Mas é muito mais difícil a maldade prosperar onde a lei é eficiente, a corrupção controlada e os impostos dos cidadãos muito bem aplicados.
Em visita a Áustria, Tárik foi entrevistado por uma rede de televisão e jornal local. Lá as emissoras comunitárias garantem audiência ao lidarem, efetivamente, com pautas de interesse local. Ele e seus colegas gaúchos, eram assunto novo para a comunidade. Depois disso, conheceu lugares bacanas. Passeou em praças sem riscos de ladrões, pedintes nas ruas. Fez amizade com um músico de rua que cantava uma música do Pink Floyd. Saudades ele já sente da família, dos amigos. Mas a sensação de que é possível viver com mais conforto, com mais confiança no futuro lhe divide o coração. É assim com qualquer brasileiro em visita ao exterior. Ao retornar Tárik aumentará as chances de transformar-se em um jovem cidadão mais exigente.
De qualquer maneira, fica a dica a outros pais: incentivem os filhos a estes intercâmbios. Eu sei, muitas vezes tem um custo elevado. Mas vale o sacrifício. Cada centavo terá seu retorno em cultura e aprendizado. Quem investe em educação, tem menos chances de ver seu investimento cair nas mãos de picaretas no futuro. E de quebra, ainda pode ouvir o filho, falando diretamente do Primeiro Mundo, certo de que nem tudo é a miséria que o oprime nas bandas de cá. Melhor ainda, poderá escolher entre permanecer ou buscar novas experiências mundo afora.