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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Do feriadão para o cotididiano engarrafado


Atrasei para chegar no trabalho. O dia seguinte a um feriadão é sempre caótico. Carros amontoados nas rodovias, gente de ressaca se apertando no asfalto a provocar pequenos acidentes e grandes engarrafamentos. E lá estou eu, que tenho o privilégio de morar no campo, agüentando essa turma estressada a xingar-se na histeria das buzinas, dos rostos amarrotados e impacientes. Dedos apontando ameaçadoramente o simbolismo fálico, talvez em seu único momento plenamente  ereto! É a orgia do mal-humor! Cadê o relax do litoral? O ar do sítio? A brisa da serra, baby?


Na verdade, minha tensão era mais em função do carro que pede uma revisão e pode superaquecer a qualquer momento. Hoje mesmo, agendo com o mecânico! Lá vai grana! Mas é o preço da tranqüilidade. Sabe? Ligo o ar-condicionado e deixo as coisas fluírem. Hare Krishna!  E deixa os ansiosos cortarem a frente, saírem a mil pelo acostamento. Os motoqueiros em sua horda de equilibrismo suicida rasgando todas as leis de trânsito e de civilidade, do primeiro ao último minuto do dia. Axé!


E eu atento ao rádio, a todos noticiários possíveis enquanto meu filho pede para rolar um CD dos Beatles – de preferência uma canção do George Harrison! Não poderia, ainda que fosse Drive My Car (aquela que abre o álbum Rubber Soul). É preciso saber o que está rolando. As opiniões, dos (de)formadores de opinião. É preciso sair deste trânsito antes que o radiador esquente demais. Antes que me dê aquela vontade de abrir a porta e deixar tudo ali. 


A fila ao lado está mais rápida. É para lá que eu vou, em uma manobra radical. E subitamente, a fila trava. Murphy e sua lei implacável!  E todos que estavam atrás, ultrapassam o Ari e seu veículo sem manutenção. Mas tudo bem, cheguei a tempo de postar essa mensagem e dividir essas primeiras reflexões pós-feriado (putz! Com ou sem hífen?)