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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Prá turma jovem, em férias de inverno


Tantas alternativas absolutamente novas. Tecnologias fantásticas, oportunidades únicas para a gurizada que se aventura no mercado de trabalho. Duro, competitivo, selvagem como sempre – seja ele de direita ou esquerda. Quando imaginaríamos tantos cursos, tantas faculdades e possibilidades de mestrado? Estudo no exterior não é mais um bicho de sete cabeças. Tem cinco ou seis, reconheço, mas a maioria dessas cabeças podemos degolar com uma razoável equalização financeira e fluência em idiomas.

Austrália, Canadá, Portugal, Espanha, Alemanha são alguns dos países onde filhos de amigos meus foram buscar especialização, experiência de vida e algum dinheiro. Mesmo assim, com todas essas possibilidades e talvez, em função de tamanha abertura, vejo muitos jovens travados. Inseguros, diante do universo que se abre, sejam médicos, jornalistas ou técnicos em informática.
Não é fácil. O novo exige dedicação, confiança e uma capacidade enorme de superar a competição, cada vez mais acirrada entre eles mesmos. A gurizada que se dedica está a mil! Mas na maioria das vezes, não confia muito em seu potencial, ou confia demais. "Se acha" como eles mesmos dizem. Assistem outros a dominar alguma tecnologia de ponta, ou freqüentarem mais especializações e acabam levando medo, ou tendo a absoluta certeza de que tudo o que havia antes será apagado a partir de agora.

Nós, pais conhecemos perfeitamente nossos rebentos. Sabemos de suas qualidades e, quando somos atentos, das limitações também. Mas mesmo assim é difícil acalmar a fera do medo que os assusta nos momentos mais íntimos. Será que valeu a pena tudo isso? Essa especialização vai me abrir portas? Se eu for para o exterior, poderei voltar? E o pai e a mãe? E os amores?

Assim nos resta mostrar que acima dos cursos, das especializações está o sentimento. A capacidade de improvisar mesmo onde aparentemente tudo é claro e perfeito tecnicamente. Acima de tudo, devemos ensinar que amor próprio não é arrogância. Humildade, também não é sinônimo de submissão.

Não queremos uma geração de narcisos apaixonados e consumindo-se com a própria imagem. Os queremos dispostos a serem admirados pela capacidade de servir. Somente assim qualquer profissional conquista espaço e faz de sua labuta um exemplo de sucesso. E garante a façanha de ser único entre iguais.

2 comentários:

Gilberto Jasper disse...

Ser pai(ou mãe)já é muito difícil. Mas hoje, com tantas alternativas, tentações,fracassos próximos, preconceitos e "exigências sociais", exige dedicação permanente. Demonstrar a necessidade de equilíbrio entre ganhar dinheiro e não perder a ternura, crescer na profissão e não esquecer os amigos, viajar para se especializar sem esquecer a família são apenas alguns desafios diários que nós, "corujas", enfrentamos. Como convencer os piás e gurias de que conquistar a independência financeira é importante é tão importante quando ser feliz no trabalho? Sensibilidade. Só isso resolve. Ou continuaremos a assistir espetáculos dantescos de adolescentes dando verdadeiros shows de imaturidade, falta de limites e descontrole. Se alguém duvidamr, basta frequentar os corredores de alguns colégios privados, shoppings ou festas em lugares badalados...

Gilberto Jasper
Porto Alegre

Letícia disse...

Adorei todo este teu texto, ele é uma aula de como lidar com o Mercado de Trabalho e os sentimentos. Concordo que a especialização deve andar junto com sentimentos, capacidade de identificar o que está bom e o que precisa melhorar e, ainda, coragem, muuiiiita coragem!