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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quando elas querem uma aventura - Parte III


Na semana passada, meu amigo ainda tentava escapar da sócia apaixonada, lembram? O marido dela, ingenuamente, solicitara para que a levasse ao litoral – afinal, como vocês lembram, além dos negócios são amigos em família. A possibilidade de dividir o mesmo espaço com ela e a esposa, gelou o sangue no primeiro momento e o ferveu logo a seguir. “Não vais perder essa chance, não é?” cobrou ela por telefone. E lembrou que permanecera um dia inteiro na estética só para cortar cabelo, fazer unhas e depilar-se. “Estou macia e cheirosa”, cochichou.

“Combinei reunião, no sábado, para decidir sobre o material de divulgação da nova linha de roçadeiras”, respondeu. Mas uma mulher decidida, não se entrega: “Eu sei que brincavas comigo, mas eu levei a sério. Estás fugindo hoje, te pego amanhã”, sentenciou. Imediatamente ele lembrou daquele sorriso debochado e tremeu. Pior, em casa, a situação não estava muito boa. Havia discutido com a mulher, sempre aquelas chatas questões domésticas.

A esposa, ele via toda manhã maquiar-se para o trabalho e sair com uma elegância discreta e cheirosa e, ao final da tarde, chegar cansada, doida para despojar-se das roupas. Calçava um chinelo velho, vestia aquele abrigo desbotado e os seios bonitos, escondia com qualquer camiseta das tantas que ele ganhava em feiras rurais. A sócia repetia a rotina da esposa, com certeza. Mas conviviam em horário comercial. Nos últimos dias, abusava dos trajes provocantes, fendas em saias e blusas, calças justas e perfumes devastadores. É uma competição desigual, reconheceu. Os casais se transformam em espantalhos quando retornam ao lar, ou seja, afastam o desejo em nome do estresse cotidiano.

Quinta-feira passada, não teve como evitar uma carona à sócia que, evidentemente, avançou nas investidas. O trânsito doido de São Paulo foi cenário de mãos naquilo, beijinhos úmidos no pescoço de um homem tenso de uma maneira que ela constatou, diretamente, sem pudores. “Desculpa, mas eu estava louca para beijar, agarrar e sabe lá mais o que. E aí escolhes o caminho mais engarrafado. Azar teu, cansei de ficar no seco, só na expectativa”, resmungou, dona da situação e totalmente indiferente aos veículos mais altos - especialmente ônibus lotados - que poderiam perceber a movimentação descontrolada através dos vidros protegidos por filmes escuros.

No semáforo (estamos em São Paulo) vermelho, ela aproveitou que ele virara-se para comentar sabe-se lá o que e lascou um beijo do tipo invasivo, que sufoca mas não rouba o ar, pelo contrário oxigena o sangue, acelera o coração e imobiliza todas as defesas. Foi interrompido pelo som estritende das buzinas e pela mão marota da sócia que o impedia de engatar qualquer marcha naquela situação. Deu partida pensando em uma rota alternativa para qualquer lugar. Sem veículos, buzinas, gente neurótica ou compromissos formais. “Dobra ali, conheço um outro caminho”, disse ela. E para onde foram, eu conto na semana que vem.

Um comentário:

Ana disse...

Seguindo o roteiro de sedução descrito pelo talento do Arizinho, eu diria que: nossa determinada amiga vai conseguir o deseja e do jeito que planejou. Demonstra corrida,segurança e especialmente, determinação para lidar com o macho em questão. Em relação ao moço, eu diria que:quando ele ceder e cair em tentação, vai arrepender-se moralmente ante a familia e a esposa.Mas, quando estiver sozinho, no banheiro, e olhar-se no espelho, sentirá uma satisfação indescritível de macho. Daquela que deriva do olhar interior sutil, que se reconhece e pensa "eu sou "O CARA".Quer prazer maior para um homem de meia idade,com os limites impostos por um longo e satisfatório casamento? Anamaria